Confira textos da Coluna Aromas de Março, sobre a lutas das camponesas, principais pautas e experiências na construção de relações de gênero igualitárias e livres de violência
Na semana do 8 de março, é o período em que as mulheres Sem Terra realizam todos os anos a Jornada Nacional de Lutas, que em 2024 apresenta como lema: “Lutaremos! Por nossos corpos e territórios, nenhuma a menos”. Com mobilizações e atos no campo e cidade este ano as camponesas apresentam como pautas centrais a denúncia às violências estruturais do sistema capitalista que cotidianamente são enfrentadas na vida das mulheres, por do patriarcado, do racismo e LGBTQI+fobia.
A mulheres Sem Terra também protestam contra as desigualdades sociais, a fome e a pobreza, a mercantilização da vida e dos bens comuns e da natureza, além de cobrar políticas públicas para o enfrentamento à violência cotidiana, nos territórios e nas esferas doméstica e política.
Confira 8 textos da Coluna Aromas de Março, publicados mensalmente na Página do MST sobre a lutas das camponesas, suas principais pautas e experiências na construção de relações de gênero igualitárias e livre de todas as formas de violências.
1. Mulheres Sem Terra rompendo cercas fazendo história: 40 anos de MST
Nesse artigo, a militante do MST na Bahia e educadora da Escola Nacional Florestan Fernandes, Djacira Maria de Oliveira Araujo traz um resgate histórico sobre a participação das mulheres na construção do MST em 40 anos de luta e resistências, bem como destaca que o protagonismo feminino contribuiu para o avanço organizativo do Movimento em todas as frentes de luta e instâncias organizativas.
As mulheres avançam, impulsionam o fortalecimento do acúmulo de forças do movimento de massas, e da luta de classe. Seja nos assentamentos ou nos acampamentos, elas estão construindo a agroecologia, produzindo alimentos saudáveis, trazendo junto a luta pela Reforma Agrária Popular, o enfrentamento às opressões e a exploração, e a defesa da vida com dignidade.“
Djacira Araujo
<Leia AQUI.
2. Feminicídio: mais do que indignar é preciso enfrentar
Nesse artigo de setembro de 2023, Lucineia Miranda de Freitas, dirigente nacional do setor de gênero faz um debate importante sobre a cultura da violência contra às mulheres no capitalismo, que tem sido naturalizada ao longo dos séculos e através do patriarcado, culpabilizando as mulheres pela violência sofrida.
Ela também chama atenção para alguns dados sobre as violências de gênero no Brasil no ano passado e apresenta algumas ações que estão sendo desenvolvidas para enfrentar esse doloroso cenário nos territórios da Reforma Agrária. <Confira AQUI.
3. É pecado ser feminista?
No artigo Valéria Cristina Vilhena, teóloga cristã feminista, doutora em Educação e História da Cultura e Fundadora do Movimento EIG – Evangélicas pela Igualdade de Gênero traz um debate importante em que relaciona a importância do feminismo e a religiosidade das mulheres protestantes, evidenciando como o Protestantismo é historicamente ligado a insurgência e luta contra as opressões e injustiças do poder. E como o feminismo é fundamental para que as mulheres cristã, na luta por igualdade de direitos e a conquista de mais direitos sociais. <Acesse AQUI.
4. Para mulheres Sem Terra, descriminalização do aborto é saúde pública e igualdade de gênero
Na reportagem Solange Engelmann, do setor de comunicação do MST e Lizandra Guedes, dirigente nacional do setor de gênero do MST, resgatam a importante da data do 28 de setembro: Dia Latino-Americano e Caribenho de Luta pela Descriminalização do Aborto para as mulheres Sem Terra e discutem como o tema da descriminalização do aborto tem se tornado uma pauta de luta importante para as camponesas.
Nesse sentido, as mulheres Sem Terra entendem a necessidade do Supremo Tribunal Federal (STF) retomar o debate sobre o assunto, pois se trata de uma luta fundamental para a igualdade de gênero, também é uma questão de saúde pública. <Veja AQUI.
5. Mulheres em defesa do corpo-território-terra por uma vida livre de guerras e violência
Na Coluna Aromas de Março deste mês, a integrante da Sempreviva Organização Feminista, da Marcha Mundial das Mulheres e da Articulação Nacional de Agroecologia, Miriam Nobre, explica como a defesa do território-corpo-terra organiza o enfrentamento nas lutas dos movimentos sociais e convoca as feministas para as lutas na defesa dos territórios, onde a natureza e a comunidade são indissociáveis e se materializam nos corpos.
Passando pela violência sexual contra as mulheres na República Democrática do Congo, os assassinatos de Bernadete Pacífico, liderança quilombola, e Fátima Muniz de Andrade, majé Pataxó Hã-hã-hãe, no Brasil e chegando ao genocídio praticado pelo Estado de Israel em Gaza, o texto mostra como essa tem uma política contínua em uma guerra na qual as mulheres são tidas como alvos principais de violência. <Leia AQUI.
6. Não é amor, é trabalho não pago!
Artigo da militante do MST e integrante da Frente de Estudos Feministas da Editora Expressão Popular, Renata Porto Bugni de maio de 2023, parte da temática do dia das Mães e apresenta um debate necessário e urgente sobre como o capitalismo garante a divisão sexual do trabalho ao longo da história explorando a mão de obra feminina com o trabalho doméstico não pago, com objetivo de assegurar o funcionamento social. E mediante uma estrutura de família em que a mulher e mãe se torna responsável pelas tarefas doméstica e o cuidado.
Nesse sentido, ela propõe que é preciso ressignificar o Dia das Mães como o dia do cuidado, que deve ser coletivizado. <Confira AQUI.
7. Não vão mais nos roubar o prazer!
No mês da Consciência Negra, em que se coloca a importância do enfrentamento às violências contra as mulheres para os processos emancipatórios da humanidade, Danielle Morais, mãe, escritora e macumbista, graduada em Serviço Social, mestra em Migrações, Inter-etnicidades e Transnacionalismo e articuladora política em Criola, traz um debate essencial sobre o prazer feminino, o direito ao gozo e o papel da liberdade sexual para a emancipação das mulheres.
Com alguns exemplos históricos ela aponta que em várias áreas o prazer da feminino e o erótico são visto como tabu, negando à mulher o direito de sentir prazer. Enquanto, por outro lado os corpos femininos são vistos como objetos de prazer para o masculino. Assim, chama atenção para a necessidade de romper com o machismo e o pudor imposto pela sociedade à mulheres e reivindicar o direito de viver livremente a sexualidade feminina, com suas vontades e desejos. <Veja AQUI.
8. Nenhuma a menos
Com a temática do carnaval, da rebeldia e alegria feminina, Jade Percassi, do setor de cultura do MST, apresenta nesse artigo um debate instigante sobre a repressão sexual, fruto do patriarcado e da misoginia, que atravessa o cotidiano e a vida das mulheres, porém, também traz exemplos de como as mulheres tem conquistado o protagonismo feminino no samba e no carnaval. Bem como enfatizar a importância de cultivar a alegria como uma trincheira de resistência e liberdade feminina, se reconectando com a força criativa e o poder de ser mulher. <Acesse AQUI.
*Editado por Fernanda Alcântara
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Foto: Arquivo MST