Avanço da colheita da soja comprova efeitos dos eventos climáticos extremos

Mais um efeito das mudanças climáticas: APROSOJA, que reúne produtores do grão, e CONAB reduzem ainda mais as previsões para a safra 2023/2024 da oleaginosa.

ClimaInfo

O calor extremo e as chuvas irregulares que atingiram as regiões Centro-Oeste e Sul no ano passado e também em 2024 estão marcando a colheita da soja. Com o avanço da atividade, as previsões sobre a safra 2023/2024 da oleaginosa continuam sendo revistas – e para baixo. Como o agronegócio brasileiro responde por cerca de um terço das emissões de gases de efeito estufa do país, a “lei do retorno” parece não dar trégua ao segmento.

A Associação Brasileira dos Produtores de Soja (APROSOJA Brasil) prevê uma produção de 135 milhões de toneladas no país, ou menos, segundo Antonio Galvan, presidente da entidade. No ciclo 2022/23, a colheita alcançou 154,6 milhões de toneladas, lembram Globo Rural e Gigante 163.

Com metade da safra da soja colhida, a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) também reviu sua previsão. A expectativa da entidade para a produção nacional do grão em 2023/24 é de 146,9 milhões de toneladas. São 15,5 milhões de toneladas [9,5%] menos que a projeção anterior.

O novo número da CONAB representa um recuo de 5% na produção de soja em relação à safra anterior. Entretanto, é superior a algumas previsões de consultorias privadas, que apontam entre 140 milhões e 143 milhões de toneladas para a safra, informa a Globo Rural.

A CONAB também reduziu suas projeções para a safra total de grãos do país. A colheita deverá totalizar 295,6 milhões de toneladas, com quedas de 1,4% (4,2 milhões de toneladas) ante a previsão anterior e de 7,6% (24,2 milhões de toneladas) na comparação ao volume recorde do ciclo 2022/23, detalha o InfoMoney.

E como o agronegócio é extremamente dependente de recursos do Estado, embora seja um dos setores mais críticos a ações governamentais, sobretudo relacionadas ao meio ambiente, o governo vai lançar nos próximos dias uma linha de crédito do BNDES para o segmento. A linha, de US$ 2 bilhões, será destinada a produtores rurais que enfrentam quebra de safra, devido a problemas climáticos, e perda de rentabilidade, causada pela queda dos preços internacionais, detalham O Globo e Folha de Pernambuco.

A medida atenderá principalmente aos exportadores de soja, que terão dois anos de carência e mais três anos para pagarem os empréstimos. Segundo o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, não haverá custo para o Tesouro Nacional. Os recursos serão provenientes de captação internacional pelo BNDES. Os juros serão de até 8,2%, bem abaixo dos valores praticados no mercado.

Agência Brasília/Flickr

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