Em encontro com Lula, indígenas reforçam demanda por demarcação de novas terras

Após nova marcha de indígenas em Brasília, lideranças se reúnem com presidente para reivindicar agilidade na demarcação de terras e reforçar preocupação com marco temporal.

ClimaInfo

A lentidão na demarcação de Terras Indígenas vem preocupando os Povos Originários, sobretudo após a aprovação do famigerado marco temporal pelo Congresso Nacional. E o ápice do incômodo com esse ritmo ocorreu semana passada, quando o presidente Lula homologou apenas duas das seis TIs prometidas pelo próprio governo dias antes.

Por isso, no final da tarde de 5ª feira (25/4), cerca de 40 lideranças indígenas se reuniram com o presidente e a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara. O objetivo era reivindicar mais agilidade do governo na demarcação dos territórios.

O encontro foi precedido de uma grande marcha, a segunda promovida pelo Acampamento Terra Livre (ATL), que termina hoje. De acordo com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), cerca de 9 mil pessoas participaram da manifestação, informam g1CNNVeja e Metrópoles.

O ATL de 2024, que marca os 20 anos do primeiro encontro dos Povos Originários, denuncia uma nova escalada de violações contra indígenas, destaca O Globo. Segundo um levantamento citado pela APIB e realizado pelo Coletivo Proteja, seis lideranças indígenas foram assassinadas no Brasil desde a edição da lei que instituiu o marco temporal, em dezembro do ano passado.

A 20ª edição do acampamento tem um significado especial, afirma Rubens Valente na Agência Pública. E justamente porque o governo Lula tem patinado na hora de homologar as demarcações de TIs, tarefa que cabe ao próprio presidente. Ao mesmo tempo, é o primeiro governo em que importantes integrantes do movimento indígena aceitaram ocupar cargos de relevo.

As mudanças climáticas também causam temor, mostra o Um só planeta. Períodos longos de estiagem ou temporadas de chuvas intensas causam estranhamento em líderes indígenas nas cinco regiões do país.

O cacique Baiara Pataxó, de 64 anos, que vive em uma comunidade na cidade de Açucena, Minas Gerais, testemunha que, na última década, as plantações de mandioca, milho e feijão deixaram de render como antes. Os produtos são vendidos para comerciantes das cidades próximas e sustentam a comunidade, formada por 80 pessoas.

“Antes, as chuvas começavam em setembro. Nos últimos anos, só em dezembro. Claro que isso não é normal”, disse Baiara Pataxó.

Reprodução vídeo G1

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