Mulheres Camponesas se reúnem no Alto Sertão da Paraíba para discutir feminismo e agroecologia

Na CPT NEII

Nos dias 29 e 30 de outubro, o Encontro de Mulheres Camponesas no Alto Sertão da Paraíba reuniu 41 participantes de diversas comunidades de assentamentos, no município de Cajazeiras. Com o tema “Feminismo e Agroecologia”, o evento teve o objetivo de promover discussões sobre auto-organização feminina, combate à violência contra mulheres e valorização da produção agroecológica.

Valbejane Garcia, assentada da Reforma Agrária na comunidade Jatobá, em Sousa (PB), destacou a importância de esclarecer o feminismo para as mulheres do campo:

“A importância desse encontro foi trazer informações, porque para muitas de nós, tínhamos medo até da palavra feminismo, e aqui ficou esclarecido que quando enfrentamos diversas situações adversas às mulheres, isso é questão feminista, e quando a mulher está preparada para enfrentar as diversidades de violências, isso também é feminismo.”

Lúcia, da associação do assentamento Santo Antônio e do Sertão Agroecológico, também ressaltou o impacto positivo do encontro:

“O encontro juntou mulheres de vários assentamentos, mostrando a importância das mesmas e temas que desenvolveu a curiosidade de todas nós principalmente em relação à proteção de estar juntas para se defender e ter conhecimentos que ainda não tínhamos. Ficamos felizes e muito agradecidas.”

O encontro também contou com a participação de camponesas do Rio Grande do Norte e do núcleo Fátima Cartaxo da Marcha Mundial das Mulheres na cidade de Cajazeiras, que compartilharam suas experiências e conhecimentos com as companheiras de diferentes áreas da região do Alto Sertão paraibano.

A abertura do encontro, realizada na manhã do dia 29, começou com uma mística de boas-vindas e a apresentação das participantes. Em seguida, a primeira roda de conversa abordou o tema “Feminismo e Auto-Organização das Mulheres Camponesas”, permitindo às mulheres discutirem suas experiências, refletirem sobre o papel da auto-organização e fortalecerem a luta coletiva.

Durante a tarde, o foco se voltou para a questão da violência contra a mulher. A roda de conversa promoveu um espaço seguro para que as participantes compartilhassem desafios e estratégias para enfrentar situações de violência e promover redes de proteção. Além disso, as camponesas debateram a importância da produção agroecológica e ouviram relatos sobre o cultivo consorciado de algodão, destacando a relevância desse modelo para a sustentabilidade e autonomia financeira das mulheres no campo.

O encerramento do primeiro dia contou com uma avaliação coletiva das atividades e uma confraternização.

Na manhã do dia 30, o grupo se reuniu na sede da Comissão Pastoral da Terra (CPT) para um café da manhã e, em seguida, participou da feira agroecológica na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). A visita à feira teve o objetivo de reafirmar a importância do consumo e da produção de alimentos livres de agrotóxicos.

O Encontro de Mulheres Camponesas no Alto Sertão da Paraíba fortaleceu o feminismo no campo e incentivou a prática agroecológica, buscando uma sociedade mais justa e igualitária.

Foto: Equipe CPT Cajazeiras (PB)

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