No dia 2 de outubro de 2017, um bilhete com a seguinte frase marcou a história da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC): “A MINHA MORTE FOI DECRETADA QUANDO FUI BANIDO DA UNIVERSIDADE!!!”. Palavras escritas pelo reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo, o Cau, para justificar a decisão de sacrificar sua própria vida após ser preso e acusado de obstruir a justiça e de ser participante de um suposto desvio de verbas destinadas ao ensino à distância. Passou por humilhações, restrições e uma prisão midiática de repercussão nacional.
Cancellier foi um homem que lutou contra a ditadura civil-militar, no movimento estudantil, pela Anistia, pelas Diretas Já, pelo Fora Collor, que dedicou sua vida ao estudo e ensino do Direito na UFSC, foi arbitrariamente proibido de voltar à sala de aula e até mesmo de se aproximar da instituição que dirigia. Os aparatos de repressão violaram os direitos humanos, rasgaram os processos legais, de forma que, sem o direito de defesa prévia e julgamento, o reitor foi humilhado, condenado de antemão, preso e torturado. Suicidado pelo abuso de poder jurídico, policial e midiático.
A história do Reitor inspirou o monólogo selecionado no prêmio Funarte – Retomada do Teatro 2023 – único projeto do sul do Brasil, intitulado “A Dor Da Gente Não Sai No Jornal!!!”, que, com duração de 52 minutos, já foi apresentada nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Florianópolis, São José e Palhoça no ano de 2024. E agora em 2025 voltamos em turnê que objetiva apresentar 15 sessões nos teatros e instituições de ensino do Brasil, com indicação para 12 anos.
A narrativa e apresentação discorrem sobre a vida do professor de Direito, jornalista, ativista, ex-assessor parlamentar e reitor da UFSC, que foi condenado antes de ser ouvido. Cancellier não resistiu e decidiu tirar a própria vida com a investigação ainda em curso, sendo inocentado pelo TCU apenas no ano de 2023. Seu caso gerou a lei número 10869/2019 – Lei Cancellier – que combate o abuso de autoridade.
Todos precisam saber que Cau era inocente e, em defesa de sua memória e justiça, para que nunca mais aconteça, o que podemos fazer de mais revolucionário nos dias atuais é propagar a verdade por meio da arte. O Brasil precisa saber da história do professor exemplar que morreu pela UFSC num contexto de forte ameaça à democracia. Temos que contar, lembrar e gritar sempre: CANCELLIER PRESENTE!
Ficha Técnica: Idealizador, Roteirista, Diretor e Ator: Beto Chaves
Cenografia, Figurino, Produção Executiva e Comunicação: Ale Riquelme
Participação e palavras especiais de: Acioli Cancellier, Áureo Moraes, Elizeth Lanzoni, Moacir Loth e Raquel Wandelli.
Primeira apresentação da turnê de 2025 em teatro fechado de Florianópolis.
Teatro Carmen Fossari – UFSC – Florianópolis
31.03.2025 – 20 horas.
Entrada Gratuita.
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