Patricia Fachin – IHU On-Line
Conjecturar o que seria a esquerda pós-PT “não expressa um desejo ou projeto”, mas “descreve um fato futuro que tende a se realizar”, afirma Rodrigo Nunes na entrevista a seguir, concedida à IHU On-Line por e-mail. A questão a ser observada diante dessa possibilidade, pontua, é a “forma que isto terá e até onde será capaz de chegar. (…) A primeira coisa a perguntar é onde estão hoje estas pessoas que não tomaram o rumo do PT”.
Na avaliação dele, “fazer o luto do PT” é necessário para “superar” um “impasse” específico, o de enxergar o PT como a “única opção”. “Enquanto o PT for a única opção, seguiremos dependentes dele; e enquanto seguirmos dependentes dele, não só seremos obrigados a tolerar todo tipo de desvio e recuo, como continuaremos sem construir alternativas – e portanto, tendo ele como única opção. Para mim, este é um axioma da política: o representante deve sempre depender mais do representado do que o representado do representante. Caso contrário, o representante se torna cada vez mais autônomo em relação ao representado, e a relação de representação se torna abusiva”.
Nunes também faz uma avaliação do legado político e social de junho de 2013. “O saldo organizativo de 2013, é preciso dizer, foi péssimo. O Movimento Passe Livre em São Paulo, o Fórum de Lutas em Porto Alegre, as assembleias que se criaram no Rio – praticamente todas as estruturas e identidades coletivas que já existiam ou foram criadas na época morreram, muitas de forma litigiosa. Há menos espaços de convergência hoje do que havia antes de 2013”, avalia.
Segundo ele, se a renovação do debate político ocorrida após junho de 2013 não voltar a “tomar corpo” e a “ganhar organização”, “não haverá muita coisa que se possa chamar de esquerda pós-PT. E se isto não acontecer, a situação é preocupante; porque de onde não se espera nada é que não deve sair nada mesmo”, reitera. E adverte: “É óbvio que o custo de ‘partir para outra’ é altíssimo, em energia e em tempo. Mas chega uma hora em que a realidade precisa vencer o medo”.
Rodrigo Nunes é doutor em Filosofia pelo Goldsmiths College, Universidade de Londres, e professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio. É colaborador de diversas publicações nacionais e internacionais, como Radical Philosophy, Mute, Le Monde Diplomatique, Serrote, The Guardian e Al Jazeera. Ele estará no Instituto Humanitas Unisinos – IHU na noite desta quarta-feira, 12-4-2017, ministrando a palestra Reconstruir em campo minado. Ideias para uma esquerda pós-PT, às 19h30min. O evento faz parte do ciclo A reinvenção da política no Brasil contemporâneo. Limites e perspectivas. A programação completa pode ser acessada aqui.
Confira a entrevista.
IHU On-Line – Como tem visto o atual momento político do país?
Rodrigo Nunes – Com preocupação e frustração. Logo após a aprovação da PEC 55, ouvi a pergunta: “De onde este governo tirou um consenso político tão grande em tão pouco tempo?”. Eu diria, por um lado, que o consenso não é propriamente em torno do conteúdo destas medidas, mas do acordo implícito no impeachment: a classe política faz as reformas que o grande capital deseja, com uma rapidez e ferocidade que um governo eleito jamais poderia ter e, em troca, obtém apoio para se proteger da Lava Jato. O projeto de nossa classe política é sempre, antes de mais nada, manter-se no poder; tudo mais é negociável. Por outro lado, o que essa verdadeira guerra relâmpago demonstra é que o mínimo denominador comum do empresariado, da mídia e da classe política brasileira – inclua-se aí em certa medida o próprio PT – ainda é aquele que se constituiu nos anos 90, durante o governo Fernando Henrique. O congresso deixou o grosso desta agenda de lado desde 2002 por puro oportunismo, porque ela se tornara impopular e o social-liberalismo petista conquistara grande adesão. Mas os projetos estavam aí, na gaveta, esperando uma oportunidade.
Consenso no andar de cima
Acontece que este consenso renovado existe apenas no andar de cima; entre a população, ainda não há um projeto que tenha ocupado o lugar do consenso social-liberal que deixou de ser viável, e é improvável que medidas tão draconianas granjeiem a simpatia popular. As pesquisas indicaram grande oposição à reforma previdenciária e, em menor grau, à PEC 55. A situação é preocupante, então, não só pelos estragos que este governo pode seguir causando, mas, sobretudo, por este descompasso: um bloco político capaz de impor qualquer reforma, porque não encontra nenhum obstáculo institucional, mas a ausência de qualquer consenso social.
Disto podem resultar vários cenários: desde um cinismo generalizado com a política, que permita a este bloco executar integralmente um projeto de efeitos desastrosos, até convulsões sociais sem qualquer mediação institucional, seja na forma de protestos, seja no aumento da criminalidade e da violência policial; passando por soluções que envolvem ainda mais rupturas institucionais, sejam vindas “de baixo” (com a eleição de um “salvador da pátria”), sejam vindas de cima (parlamentarismo ou mesmo manobras para cancelar as eleições de 2018, para as quais este bloco, afinal, segue sem ter candidatos competitivos).
Frustração
A frustração vem, primeiro, do fato de que até bem pouco tempo atrás respirávamos outros ares e nosso horizonte de possibilidades era muito melhor. Chega a ser estranho lembrar, mas até o primeiro governo Dilma, muitos pensávamos que, com todas as suas limitações, havia se desencadeado um processo – distribuição de renda, redução da pobreza, acesso a educação e cultura, diminuição do desmatamento, empoderamento de setores marginalizados, estabilidade institucional – que seria muito difícil reverter. Mas ele começou a ser revertido já com Dilma, por conta da crise e de uma série de recuos, e agora, depois da gambiarra escandalosa que foi o impeachment, é a própria Constituição de 88 que está sob ameaça.
Mais estranho ainda é lembrar que, por um breve momento em 2013, parecia que tínhamos chegado a um ponto de bifurcação histórico, e uma série de coisas não poderiam mais seguir como antes: a autonomia da classe política em relação à sociedade, as máfias do transporte urbano, a malversação de verba pública e acintes como o pífio “legado” dos megaeventos esportivos. Corta para 2017, e estamos preocupados em salvar a educação pública e o direito à aposentadoria; é um salto para trás brutal, uma volta ao passado. É como se um Khmer Vermelho oligárquico tivesse tomado o poder.
Mas é frustrante também ver o quanto tem sido frágil a resistência ao bloco que promove esta política de terra arrasada, e que possui, afinal de contas, enormes fragilidades. Trata-se de um governo de baixíssima legitimidade, sem apoio popular, altamente implicado em esquemas de corrupção e amplamente percebido como tal, que até aqui demonstrou-se incapaz de corrigir o rumo da economia e não fez mais que introduzir medidas antipopulares. Pense-se o que for das intenções da Lava Jato e de seus agentes, é inegável que a operação é por si só uma enorme ameaça a este acordo que tornou o impeachment possível, na medida em que aumenta a entropia do sistema político e o torna cada vez mais difícil de estabilizar. E, no entanto, apesar de todo o material combustível, nenhuma fagulha parece “pegar”. O mal-estar é tão grande e generalizado quanto em 2013, se não maior, mas não encontra canais para se expressar.
IHU On-Line – E como o PT e as demais forças de esquerda reagem a esse cenário?
Rodrigo Nunes – O PT, que ainda é a força hegemônica da esquerda, está desmoralizado, sem direção e preocupado, sobretudo com sua própria sobrevivência. As demais forças de esquerda não têm demonstrado nem capacidade organizativa, nem poder de convocação, nem iniciativa. A população está profundamente descrente da política em geral, não apenas daquela que se dá em Brasília. Os únicos que conseguiram mobilizar algo desta insatisfação foram organizações de direita como Vem Pra Rua e Movimento Brasil Livre. E mesmo assim, a contradição entre combate à corrupção e apoio incondicional a corruptos notórios danificou sua imagem, reduzindo sua influência. Esta, aliás, talvez seja a única boa notícia dos últimos tempos.
IHU On-Line – Você mencionou algumas vezes a necessidade de fazer o luto do PT. Por que esse luto tem sido difícil e por que, diante de situações acirradas, boa parte da esquerda se volta para o PT novamente?
Rodrigo Nunes – Quando Dilma foi reeleita, minha opinião era que seria um péssimo governo, porque as condições econômicas do pacto lulista haviam se esgotado e não existiam condições políticas de repactuação; mas pelo menos serviria para acelerar o luto do PT. E um dos motivos pelos quais fui contra o impeachment era justamente porque ele reverteria esta tendência, que considero saudável e necessária.
Mas é preciso distinguir dois tipos desta “volta”. Há aquela convicta, à qual o impeachment facultou a retomada de uma posição de superioridade moral perdida e a fantasia de que vivíamos no paraíso até o impeachment e agora vivemos no inferno. E há aquela por falta de opção: mesmo combalido, o PT ainda é a força hegemônica da esquerda, portanto tende a hegemonizar as manifestações; a opção, então, acaba sendo resignar-se com isso e participar, ou recusar-se e ficar casa. Note-se que é uma opção que se coloca apenas entre quem já se identifica como esquerda; a população em geral tem ficado alheia a estes protestos – em parte, acredito, justamente por esta tentativa de capitalizá-los em favor de um partido.
O que quero dizer com fazer o luto do PT tem a ver, em última análise, com a necessidade de superar um impasse: enquanto o PT for a única opção, seguiremos dependentes dele; e enquanto seguirmos dependentes dele, não só seremos obrigados a tolerar todo tipo de desvio e recuo, como continuaremos sem construir alternativas – e portanto, tendo ele como única opção. Para mim, este é um axioma da política: o representante deve sempre depender mais do representado do que o representado do representante. Caso contrário, o representante se torna cada vez mais autônomo em relação ao representado, e a relação de representação se torna abusiva.
Monopólio da representação política
Parece-me evidente que chegamos aonde chegamos por conta desse monopólio da representação política que o PT, por seus méritos bem como seus defeitos, construiu junto a certos setores. E com o impeachment, é o próprio enfraquecimento do partido que reforça o medo de perdê-lo, porque seu desmoronamento súbito deixa efetivamente um vácuo. E como o PT tornou-se inteiramente dependente de Lula, e a tendência é que seja destroçado se Lula não for candidato, a dependência agora se concentra numa única pessoa. Entendo que muita gente veja Lula 2018 como única solução; mas que tenhamos uma única solução é justamente o problema. Basta ver a esquizofrenia das conversas: a pessoa diz que Lula em 2018 é a única chance de barrar retrocessos, mas se você objeta que será um Lula muito mais fraco, com a faca permanentemente em seu pescoço, a pessoa diz “temos de ser realistas, é preciso fazer concessões”. Que única chance é esta, então?
Ao invés de repensar a missão da esquerda neste momento, renovar nossos diagnósticos da realidade, de elaborar um novo programa a partir das condições atuais, de promover repactuações entre diferentes forças políticas e sociais, de pensar num projeto de longo prazo com o qual os representantes deveriam se comprometer, interdita-se qualquer questionamento em nome de uma aposta desesperada: dar carta branca para que alguém “vá lá e resolva”, para que repita uma “mágica” que deu certo antes, mas hoje não é mais viável. Fazer isto em nome do “realismo” não tem, no fim das contas, nada de realista, porque você está apenas adiando o confronto com uma crise que não irá embora e só tende a piorar. É como a crise ambiental: dizer que não é “realista” abandonar os combustíveis fósseis é esquecer que o aquecimento global é real, e a fatura de seguir usando petróleo não só já está sendo cobrada, como no futuro será ainda mais cara.
É óbvio que o custo de “partir para outra” é altíssimo, em energia e em tempo. Mas chega uma hora em que a realidade precisa vencer o medo.
IHU On-Line – Quais seriam as características de uma esquerda pós-PT? Quais os potenciais de “ressurgimento” ou renovação dentro da esquerda?
Rodrigo Nunes – Quando eu era estudante de graduação, de cada dez pessoas que se envolviam na política estudantil, oito acabavam filiadas ao PT. O caminho natural para um novo movimento ou experiência de organização popular era aproximar-se do PT. Isto não acontece mais e dificilmente voltará a acontecer. Parece-me, então, que a tendência de queda da hegemonia petista é irreversível, embora não haja necessariamente ninguém para tomar seu lugar. Assim como é irreversível a perda daquilo que foi no início a grande riqueza do PT como partido, que era justamente o modo como se alimentava destas energias sociais – o que acabava submetendo-as aos interesses eleitorais do partido, por certo, mas também o revitalizava.
Ou seja, “esquerda pós-PT”, num sentido fundamental, não expressa um desejo ou projeto – apenas descreve um fato futuro que tende a se realizar. A questão, claro, é que forma isto terá e até onde será capaz de chegar. É aí, então, que entram projetos e desejos, dos quais espero falar um pouco em minha conferência no IHU.
A primeira coisa a perguntar é onde estão hoje estas pessoas que não tomaram o rumo do PT. Não houve nenhum outro destino preferencial; distribuíram-se entre os diferentes partidos de esquerda, mas principalmente tomaram distância da política institucional, ou mesmo de qualquer tipo de organização. Um cenário de fragmentação, portanto.
O saldo de junho de 2013
Este foi um dos motivos pelos quais 2013 foi tão interessante. Foi o momento em que esta nova geração militante, que justamente por conta de recusar as organizações existentes vinha crescendo dispersa, de repente se encontrou nas ruas. Uma série de processos moleculares se tornou visível, conexões foram feitas, espaços criados. É claro, esta novidade nascente foi sufocada logo em seguida, imprensada entre a péssima resposta do governismo, por outro lado, e uma direita que soube, melhor que qualquer esquerda, aproveitar as oportunidades.
O que restou disso? O saldo organizativo de 2013, é preciso dizer, foi péssimo. O Movimento Passe Livre em São Paulo, o Fórum de Lutas em Porto Alegre, as assembleias que se criaram no Rio – praticamente todas as estruturas e identidades coletivas que já existiam ou foram criadas na época morreram, muitas de forma litigiosa. Há menos espaços de convergência hoje do que havia antes de 2013. As pessoas foram cada uma para seu lado, as relações de confiança se perderam, restaram muitas mágoas. Isto me parece em parte explicar porque as redes sociais, que foram muito importantes na época, se tornaram espaços tão agressivos desde então. A energia que não pôde ser jogada para fora acabou voltando-se para dentro, as esperanças perdidas foram transformadas em culpa e ressentimento, e isto agora se expressa como falta de generosidade, incapacidade de escuta, má fé, niilismo. E as redes sociais, claro, potencializam isso, seja por suas dinâmicas associativas (a homofilia ou formação de “bolhas”), seja pelas dissociativas (a competição pelo mercado de “likes”), seja, sobretudo, pelo tipo de subjetividade que alimentam: um espectador atomizado cuja única “ação” é emitir um fluxo constante de comentários.
É bem verdade que, desde então, várias vozes novas que mereciam ser ouvidas despontaram no debate público, houve uma renovação de rostos, um arejamento de ideias. Mas isto está longe de ser suficiente para construir algo novo. Não importa se há vários indivíduos com milhares de seguidores no Facebook: um público não é um movimento.
Potencial abafado
O limite ficou evidente durante a tramitação da PEC 55. Num momento em que partidos e centrais sindicais não estavam fazendo nada, logrou-se lançar uma campanha mais ou menos “do nada”, pautando o debate público via redes sociais com a hashtag#PecdoFimdoMundo. A ideia nunca foi ficar apenas nos espaços virtuais, mas acumular energia neles para descarregá-la nas ruas, em protestos que não fossem hegemonizados, sem carros de som, balões e lideranças. O que imediatamente ficou claro, no entanto, é que a organização que se tinha era suficiente para agir nas redes sociais, mas não segurava manifestações de rua. Resultado: vieram as centrais sindicais e partidos, impuseram sua cara aos protestos, e abafaram o potencial que havia ali.
Estou falando de coisas elementares: de números, de pessoas para assumir uma divisão de tarefas, de ter um grupo com uma variedade suficientemente grande de habilidades, de compromisso coletivo para realizar coisas. Quando você percebe que só consegue reunir cinco pessoas para garantir a estrutura de uma manifestação com milhares, ou que se uma pessoa não estiver disponível para fazer uma coisa não há ninguém para cobrir por ela, ou que o vídeo não vai ficar pronto no prazo porque há uma única pessoa para fazer a edição e ela não tem como se dedicar a isso em tempo integral – é aí que você entende o que é organização. Organização é multiplicação da potência individual, é dar-se os meios coletivos de realizar uma vontade comum; isto é o essencial, as formas específicas que ela pode assumir são secundárias. É não ficar fazendo apenas aquilo que é possível, porque as possibilidades são limitadas, mas ter as condições de fazer aquilo que se identificou como necessário. É por isso que, em política, não existe ser “sem organização”.
Foi a mesma coisa com o debate que ocorreu às vésperas da votação da PEC sobre participar ou não dos protestos “contra a corrupção”. Esta história foi sintomática por dois motivos. Primeiro, pela falta de generosidade da discussão: uma proposta que era sobre tentar disputar aqueles protestos, tensionando as contradições das organizações que os convocavam e tentando instrumentalizá-los contra a PEC, acabou reduzida a “existe gente supostamente de esquerda defendendo uma aliança com o MBL”. Mas segundo porque, por outro lado, esta crítica, embora injusta, tem um grão de verdade. Se você acredita que participar destas manifestações como indivíduos isolados – sem organização, sem produção de discurso, sem nada – é “disputá-las”, você está se iludindo. Se você vai lá desta forma, você está apenas fazendo número, integrando a massa; não está disputando nada.
Ou essa renovação do debate que ocorreu após 2013 volta a tomar corpo, ganhar organização, ou não haverá muita coisa que se possa chamar de “esquerda pós-PT”. E se isto não acontecer, a situação é preocupante; porque de onde não se espera nada é que não deve sair nada mesmo.
Isto supõe sair da atomização, reconstruir confiança, superar o trauma de 2013. Talvez tenha chegado a hora de dizer que também existe uma melancolia de 2013 a ser superada. É óbvio que a manipulação foi suja, que a repressão foi brutal. Mas, no fim das contas, repressão e manipulação são parte do jogo, e todo movimento social vitorioso teve de achar estratégias para driblá-las. É preciso perguntar-se seriamente: os limites de 2013 foram apenas externos, ou foram também internos? Até que ponto não houve ali, para além da repressão e da manipulação, um impasse do próprio desejo: uma descoberta de que tudo era bem mais complicado, que as certezas da véspera já não eram tão claras, uma incapacidade de decidir, diante daquilo que acontecia, o que se queria e como fazê-lo? Talvez seja a partir deste questionamento que o desejo ou projeto de uma esquerda pós-PT possa efetivamente começar a nascer.
IHU On-Line – Trata-se de outro luto, então?
Rodrigo Nunes – Outro luto. Mas luto é justamente aquilo que se faz para não ser viúvo para sempre.