Pela Pulsar Brasil
O segundo dia do Fórum Social Panamazônico (FOSPA) discutiu a questão da territorialidade dos povos da floresta. Os participantes se dividiram entre os nove espaços de diálogo que traziam questões como a educação comunitária intercultural, a descolonialidade do poder e o autogoverno comunitário e a comunicação panamazônica para a vida.
A intenção é que estes espaços sirvam para os participantes trocarem conhecimento sobre os problemas enfrentados e, também, construírem juntos propostas que permitam uma integração maior dos povos dentro de um modelo de desenvolvimento que respeite os saberes tradicionais e a terra.
Neste sábado (29), a Pulsar buscou transitar pelos espaços de debate para conhecer um pouco mais sobre a realidade dos países vizinhos que estão no Fórum Social Panamazônico. Na sala dedicada à ‘descolonialidade do poder e o autogoverno comunitário’ encontramos o advogado da Organização Nacional dos Povos Indígenas da Amazônia (OPIAC), Roman Pulido, que nos trouxe um panorama da situação dos povos indígenas da Colômbia após a assinatura do Acordo de Paz que colocou fim a mais de meio século de conflito entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias (FARC).
O advogado falou à Pulsar que, após assinado o Acordo de Paz, que entrou em vigor no final de 2016, muitos dirigentes sociais e líderes indígenas foram assassinados. De acordo com Pulido, o governo não reconhece a perseguição que ocorre. Segundo ele, o pacote de normas criado com o Acordo fere diretamente o interesse dos povos indígenas, principalmente na questão do território.
A Constituição colombiana assegura o direito à terra dos povos indígenas, no entanto, uma das medidas estabelecidas entre as FARC e o governo para cessar o conflito é a reforma rural integral. A falta de diálogo com os indígenas para a elaboração dessas normas pode colocar em risco o território de milhares de indígenas por todo o país. Confira a entrevista:
Audios:
- Entrevista com o advogado da OPIAC, Roman Pulido, sobre a situação dos indígenas na Colômbia: CLIQUE PARA BAIXAR (4 MB)