Comissão realiza reunião com familiares de desaparecidos políticos na Guerrilha do Araguaia

Ministério dos Direitos Humanos realizou neste mês a 77ª reunião ordinária do grupo que conduz os trabalhos da Comissão Especial sobre Mortos e Desparecidos Políticos (CEMDP). Na pauta, o andamento dos trabalhos de buscas e identificação de corpos desaparecidos na Guerrilha do Araguaia, incluindo a recente expedição realizada no Parque Nacional do Iguaçu e os preparativos para as próximas missões – a primeira, prevista para julho de 2018. 

Na ocasião, a Comissão aprovou a proposta de correção dos atestados de óbito. A iniciativa cumpre a recomendação da Comissão Nacional da Verdade de retificação da anotação da causa de morte em decorrência de graves violações de direitos humanos. Em seguida, membros da Comissão, presidida pela procuradora regional Eugênia Gonzaga, reuniram-se com os familiares das vítimas.

“Este encontro é de extrema importância para dar voz à dor e às demandas dos familiares, contribuindo para o processo de construção da memória histórica a respeito do período ditatorial”, pontua o ministro dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha.

No encontro, o grupo de trabalho apresentou às famílias o planejamento das expedições programadas e realizou workshop com exposição sobre a metodologia de coleta, armazenamento e análise de dados genéticos no âmbito dos trabalhos de localização e identificação de restos mortais da Vala de Perus. Tal metodologia poderá ser replicada no caso do Araguaia.

A coordenadora-geral da comissão,  Amarílis Tavares, destacou que as discussões com os familiares irão orientar os trabalhos preparatórios às expedições ao Araguaia. “O Estado tem a obrigação de conceder um local de fala apropriado a esses familiares, e acolhê-los. Essa é também a nossa missão neste momento”, afirma.

Seguindo protocolos internacionais, foi realizada a coleta de material genético dos familiares, que comporá banco genético visando à identificação de desaparecidos políticos. Estiverem presentes o secretário Nacional de Cidadania, Herbert Barros, e a equipe da Coordenação-Geral de Direito à Memória e à Verdade e Apoio à CEMDP.

Acesse o dossiê com informações dos desaparecidos políticos

Enviada para Combate Racismo Ambiental por José Carlos

Cerca de 500 depoimentos de camponeses e indígenas, vítimas de tortura e perseguição durante a guerrilha do Araguaia, foram registrados. Divulgação MST

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