por Pedro Calvi / CDHM
Cerca de 130 milhões de brasileiros acessam, pelo menos uma vez por mês, o Facebook. Nesse imenso grupo surgem, é claro, os perfis falsos, as fake news, o bulliyng e as manifestações de ódio. E essas manifestações acontecem por vários motivos. Em primeiro lugar o racismo e em segundo a homofobia.
As informações são de representantes da rede social que estiveram, nesta terça-feira (16), reunidos com a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM) para explicar formas de segurança online para evitar que esses aspectos negativos de “curtir” no Facebook aumentem.
Helder Salomão (PT/ES) presidente da CDHM, explica que, qualquer tipo de discriminação pode ser considerada crime.
“Queremos entender o que leva as pessoas a terem esse tipo de reação nas redes sociais. O papel da nossa Comissão é ser salvaguarda dos direitos humanos, essa é nossa missão. Queremos uma cultura de paz. Até quando vamos ver LGBTs e negros assassinados por intolerância? Nosso papel nesse momento da história é fazer algo para mudar essa realidade”, argumenta Salomão.
Daniele Kleiner gerente de segurança online do Facebook, explica o que a empresa tem feito para coibir as fake news e as manifestações de ódio e preconceito, o que chamam de comportamento não aceitável.
“Temos 18 mil pessoas trabalhando em vários países para apurar denúncias, além de ações robotizadas que fazem uma varredura para remoção de perfis falsos. Nestes casos, conseguimos detectar cerca de 99 por cento antes que aconteça qualquer interação, e o perfis são retirados. Além disso, avisamos quem posta conteúdos que vão contra nossas normas. Passo seguinte é a suspensão temporária, se houver reincidência o perfil do usuário é removido de forma definitiva”, esclarece Daniele.
Ela acrescenta que a empresa também desenvolve campanhas de educação e prevenção, como contra o bulliyng e o racismo. A gerente de segurança também informa que, uma pesquisa interna feita em 2017, apontou 30 por cento do conteúdo contendo discursos de ódio foram removidos através de tecnologia e denúncias.
“Queremos estimular a cultura da cidadania digital, cuidar da saúde mental das pessoas, evitar de todas as formas que manifestações de ódio por questões de raça, origem ou opção sexual cheguem na plataforma. Nossa principal razão de existir é conectar amigos e familiares com interesses em comum”, pondera a especialista.
A CDHM deve reunir parlamentares interessados em mais detalhes sobre o funcionamento da rede. Também deve ser feitar uma audiência pública sobre ações do Facebook, como a que utiliza ferramentas digitais para detectar riscos de suicídio e depressão. Esse mecanismo aciona instituições como o Centro de Valorização da Vida (CVV).
Para quem quer aumentar os “likes”, Daniele avisa que “likes não geram renda, o que dá retorno é o engajamento, ter uma causa que ajude no bem estar de todos”.
#ficaadica
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Foto: Fernando Bola