O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ), afirmou que o governo Bolsonaro “desmontou” a política ambiental brasileira. “Infelizmente o presidente, não é uma crítica, é uma constatação, ele ganha a eleição com uma outra narrativa, com um outro discurso, e vai ao longo do ano de 2019 no ministério do meio ambiente desorganizando ou desmontando tudo aquilo que foi construído ao longo de muitos anos, desde a década de 1990”, disse Maia durante evento realizado ontem (3/9) pelo Estadão.
De acordo com o deputado, o “desmonte” foi fundamental para prejudicar a reputação do Brasil no exterior, especialmente entre investidores. “Isso certamente teve um impacto muito grande na nossa imagem no mundo e, mais que isso, teve impacto nas decisões de investimentos no país. E nós, sem dúvida, precisamos sim atrair capital externo”.
Para Maia, a pressão de investidores, empresas e ambientalistas surtiu efeito, com o governo sinalizando mudanças em sua abordagem. “Tem que ser uma preocupação permanente e urgente para que a gente mude a imagem construída ao longo dos últimos meses”, afirmou o deputado, que defendeu também a atuação da Câmara como um contraposto ao governo federal. “Queremos transformar o debate na Câmara o mais amplo possível e trabalhar em conjunto, trabalhar em projetos”. Maia citou o marco legal do mercado brasileiro de emissões de carbono como uma prioridade na “pauta verde” da Câmara, como um caminho para financiar atividades de conservação e proteção florestal no Brasil.
A fala do presidente da Câmara foi repercutida por Estadão, O Globo, Valor, além das agências Câmara, EPBR e Reuters.
Em tempo: O futuro presidente do STF, ministro Luiz Fux, afirmou que o cuidado com o meio ambiente será um dos eixos de atuação da Corte na gestão dele. “O eixo do meio ambiente será muitíssimo importante porque o meio ambiente também é algo que propulsiona o país no mercado internacional como ambiente propício para os investimentos”, disse Fux, que sucederá o ministro Dias Toffoli no comando da Casa no próximo dia 10. O G1 destacou a fala de Fux.
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Foto: Najara Araujo/Agência Câmara