O vice-presidente Mourão e o ministério da defesa não estão falando a mesma língua – ao menos, no que diz respeito aos resultados da Operação Verde Brasil 2, conduzida pelas Forças Armadas desde maio para o combate ao desmatamento e às queimadas na Amazônia.
O Globo destacou as discrepâncias nos números da apreensão de mercadorias (como madeira e minérios), de focos de incêndio debelados e de ações de fiscalização em geral. Por exemplo, enquanto Mourão diz que os militares apreenderam “800 toneladas” de minério ilegal, a pasta da defesa afirma que as apreensões foram oito toneladas, valor depois corrigido para 8 mil toneladas.
O governo também está se autoatropelando na divulgação de dados sobre o desmatamento. No sábado (3/10), o ministério da defesa afirmou que a taxa de desmate na Amazônia teria caído 33% em setembro, segundo dados do INPE. O problema é que, na plataforma Terra Brasilis, que registra as informações obtidas pelo Instituto a partir de imagens de satélite, os dados vão até o dia 25, sem incluir informações sobre os cinco dias restantes daquele mês. A Folha assinalou a situação.
Em tempo: No Estadão, Giovana Girardi destacou um novo programa que vai pagar produtores rurais da Amazônia Legal pela conservação de áreas que poderiam, dentro da lei, ser desmatadas. Lançado pelo IPAM em parceria com o Environmental Defense Fund (EDF) e o Centro de Pesquisa Climática Woodwell (ambos dos EUA), o CONSERV será a 1ª iniciativa desse tipo no Brasil, totalmente conduzida por atores não-governamentais. De início, o projeto contará com cerca de R$ 24 milhões doados por Noruega e Países Baixos. O lançamento público da iniciativa acontece hoje (7/10), com evento virtual aberto (saiba mais nas dicas de eventos ao final desta edição).
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Fogo e desmatamento na Amazônia causam preocupação em todo o mundo