Um grupo de 70 organizações da sociedade civil brasileira (entre elas, o ClimaInfo) encaminhou na última 6ª feira (4/12) uma carta a membros do Parlamento Europeu contestando as respostas dadas por Mourão na semana passada sobre os planos do governo Bolsonaro para “controlar” a atuação de entidades sociais na Amazônia.
Questionado por europarlamentares, o general-vice afirmou que o Planalto não teria interesse em restringir a atuação de ONGs, mas sim em “medidas para melhorar a estrutura institucional do trabalho entre agência do governo, setor privado e sociedade civil na Amazônia”.
Na carta, as organizações listaram diversas ações do governo federal que vão contra o que foi dito por Mourão, além diversas declarações do próprio presidente Bolsonaro, quem já defendeu colocar “um fim a todo tipo de ativismo” e se lamentou por não conseguir “matar esse câncer chamado ONG”.
O documento insere também os ataques do governo Bolsonaro à sociedade civil dentro de uma abordagem autoritária que o presidente e seus aliados estão promovendo no Brasil contra grupos vistos como “inimigos” – em particular, minorias como Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais.
A carta das ONGs foi notícia nos Conexão Planeta, Congresso em Foco, Estadão e O Globo.
Em tempo: No Valor, Daniel Rittner fez um panorama da posição espanhola sobre o acordo comercial Mercosul-União Europeia. Enquanto governos de centro-direita, como os da França e da Alemanha, rejeitam a aprovação do texto por conta do descalabro ambiental no Brasil, o governo socialista espanhol tem uma postura menos reticente e segue defendendo a aprovação do tratado. O argumento de Madri é de que o acordo, que demorou duas décadas para ser costurado, já possui cláusulas que preveem a penalizações em caso de descumprimento de salvaguardas ambientais. Para Xiana Méndez, principal assessora do premiê Pedro Sanchéz, o acordo não é parte do problema, mas sim da solução para o desmatamento no Brasil.
