Servidores se demitem do Ibama em protesto contra exoneração de líder técnico

ClimaInfo

O desmantelamento do Ibama por Ricardo Salles avança a passos largos. A última patacoada foi a exoneração do coordenador nacional do processo sancionador ambiental do órgão, Halisson Peixoto Barreto. Como informou Ana Carolina Amaral na Folha, a saída desagradou a diversos servidores que trabalhavam junto com Barreto. Em resposta, pelo menos oito profissionais colocaram seus cargos à disposição.

A exoneração de Barreto foi decidida pelo novo superintendente de apuração de infrações ambientais do Ibama, o coronel da PM Wagner Tadeu Matiota. Segundo a reportagem, a decisão aconteceu em meio a uma escalada nas tensões entre setores militares e civis dentro do Ibama: o presidente do órgão, Eduardo Fortunato Bim, tentou reverter a situação, sem sucesso. Desde o começo de sua gestão como ministro do meio ambiente, em 2019, Salles iniciou um processo de militarização da pasta e de suas autarquias, com a indicação de oficiais da reserva da polícia militar e do corpo de bombeiros, principalmente de São Paulo, a maior parte sem qualquer experiência na área ambiental.

Em tempo: O presidente Bolsonaro sancionou ontem (14/1) a lei 14.119/2020 que institui a Política Nacional de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA), que define o marco legal para que governos e empresas possam remunerar produtores e proprietários rurais que mantêm áreas de floresta conservada. No entanto, o texto sancionado vetou alguns dispositivos importantes para a governança e a transparência da lei, como a criação do Cadastro Nacional de PSA e de um órgão colegiado para avaliar o desempenho da política. O Congresso em Foco e o  Valor trazem mais detalhes.

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