Vídeo: a pandemia nas comunidades no interior da Amazônia

Quilombolas e ribeirinhos de Oriximiná e Óbidos (Pará) relatam as dificuldades vividas com a chegada da Covid-19.

Na CPISP

A pandemia de Covid-19 trouxe dificuldades inéditas para quilombolas e ribeirinhos que vivem no interior da Amazônia. Moradores de comunidades que ficam nos municípios de Oriximiná e Óbidos, no Pará, contam, em depoimentos concedidos remotamente à Comissão Pró-Índio de São Paulo nos meses de março e abril de 2021, como a chegada da doença, somada à falta de informação e esclarecimentos por parte das autoridades, criou uma série de inseguranças no seu dia a dia.

Deslocamentos longos, que precisam muitas vezes ser feitos de barco, dificultaram o acesso dessas comunidades aos serviços de saúde. “No barco da comunidade, que nós temos, são sete horas. Já pensou, você leva um paciente mal, sete horas de viagem até chegar em Oriximiná? Fica meio complicado, né”, questiona Osvaldo, da comunidade quilombola Pancada.

Acostumados a exercer seu modo de vida coletivamente, os comunitários tiveram de se reorganizar com a necessidade do isolamento social, o que trouxe consequências sociais e econômicas para eles. A insegurança, no entanto, seguiu crescendo, conforme turistas continuaram aparecendo e desrespeitando os protocolos de segurança, e a mineração, vizinha de seus territórios, seguiu trabalhando normalmente.

Também preocupam as consequências de longo prazo. Como a educação das crianças, que tiveram as aulas interrompidas e não contam com a infraestrutura tecnológica que, em outros lugares, permite ter aulas regulares à distância. “Como será esse retorno das aulas? Como é que nós vamos encontrar esses alunos, o aprendizado desses alunos, o dia a gente voltar pra sala de aula, que a gente não sabe quando vai ser”? lamenta a ribeirinha Fátima Viana Lopes, professora na comunidade Boa Nova.

Esses e outros problemas permearam a vida das comunidades, que, como muitas vezes em sua história, lidaram com as dificuldades se organizando coletivamente (ainda que com distanciamento) e de forma autônoma. E com o apoio de organizações como a Comissão Pró-Índio de São Paulo, que vem desde o início da pandemia prestando auxílio aos parceiros indígenas, quilombolas e ribeirinhos.

Confira abaixo o vídeo completo com os depoimentos de quilombolas e ribeirinhos do Pará sobre a vida durante a pandemia:

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