Atingidas de todo o Brasil se organizam para Jornada de Lutas de Março

O mote das lutas deste ano será: “Pela vida das mulheres. Bolsonaro Nunca mais! Por um Brasil sem machismo, racismo e fome.”

No Mab

Mais de 200 mulheres atingidas por barragens de 19 estados brasileiros e do distrito federal se reuniram em uma plenária nacional virtual na noite desta sexta-feira, 11, para discutirem a mobilização para a Jornada de Lutas de Março e o plano de atividades do ano. A reunião foi marcada por muita animação e místicas que aconteceram durante o encontro.

A Jornada de Lutas de Março começa no dia 8 – Dia Internacional de Luta das Mulheres, e vai até o dia 14 – Dia Internacional de Luta contra as Barragens, pelos Rios, pelas Águas e pela Vida.

O dia 8 de março é simbólico para as mulheres trabalhadoras de todo o mundo. Neste ano de 2022, com o avanço da vacinação contra a Covid-19, a perspectiva é retomar os atos de rua em diversas cidades, com todos os cuidados sanitários. Historicamente, o MAB constrói atividades relacionadas à data junto às organizações da classe trabalhadora nas capitais e em cidades do interior do país. Para Soniamara Maranho, da coordenação do MAB, o desafio deste ano é massificar as lutas nesta data. “Esse momento não é tão fácil, mas é animador, pois abre um processo de diálogo com o nosso povo, para ampliar nossa capacidade de lutas e avançar em conquistas”, afirmou.

Na análise de conjuntura, Soniamara destacou a importância das eleições deste ano, nas quais se faz necessário garantir a eleição de Lula à presidência, eleger representantes progressistas no Congresso e, sobretudo, manter a organização e a pressão popular para avançar em conquistas e combater retrocessos.

Plano de trabalho

A partir deste encontro, as atingidas decidiram organizar um mutirão de trabalho de base com plenárias em todos os estados para mobilizar e animar as mulheres a construir a Jornada de Lutas. A prioridade é se articular com as mulheres da Plataforma Operária e Camponesa da Água e Energia (POCAE) e também outras organizações parceiras para a construção unitária das lutas.

O mote da organização do 8 de Março deste ano definido pelo conjunto das organizações é: “Pela vida das mulheres. Bolsonaro Nunca mais! Por um Brasil sem machismo, racismo e fome”. Para as mulheres do MAB, é fundamental também trazer à tona o tema do modelo energético brasileiro e a violação dos direitos na vida das mulheres da classe trabalhadora, com destaque para a denúncia das altas tarifas da energia, do gás e dos alimentos, que penaliza sobretudo as mulheres.  “Denunciamos também a crise ambiental forçada pelas ações do capital, que nos torna vítimas das enchentes e da falta de uma política de segurança de barragens”, afirmou Cleidiane Barreto, do MAB na Bahia.

Além de planejar as lutas, as mulheres também estabeleceram as linhas políticas para o trabalho organizativo de todo o ano à luz da análise da conjuntura que apontou os principais desafios desse momento. De acordo com as atingidas, a prioridade é continuar avançando e qualificando a organização das mulheres no MAB e construindo as oficinas de arpilleras, dar sequência à formação sobre o feminismo popular, denunciar a violação dos direitos das mulheres atingidas e incentivar o protagonismo das mulheres na luta nos territórios.

Imagem: Fernanda Abdo

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