Dos esquadrões da morte à era Bolsonaro

Por Marco Zero

Como chegamos aqui?

A pergunta, que de alguma forma sintetiza nossa perplexidade diante do circo de horrores que se instalou no Brasil depois da eleição de Bolsonaro, não é fácil de responder. Tragédias como a que estamos vivendo, tal qual um acidente de avião, precisam de uma série de fatores conectados para acontecerem. 

Dos muitos caminhos que nos trouxeram até aqui, um deles certamente foi o fortalecimento das milícias a partir do Rio de Janeiro. As relações políticas e sociais que possibilitaram o surgimento e consolidação desse fenômeno ajudam a entender o que acontece em Brasília.  E tudo isso é colocado com muita clareza no livro ‘A República das Milícias’, escrito pelo jornalista e cientista político Bruno Paes Manso.

A obra – resultado de anos de pesquisa em documentos oficiais, entrevistas e trabalho de campo – lançou luzes sobre nomes, fatos, circunstâncias e crimes reais, ajudando a compreender as milícias como um fenômeno concreto. Também ajuda a entender como a corrupção das polícias militar e civil do Rio de Janeiro impulsionam carreiras de políticos. Não é à toa que o subtítulo do livro é Dos esquadrões da morte à era Bolsonaro.

Esses foram os temas da longa entrevista que os jornalistas Inácio França e Laércio Portela fizeram com Bruno Paes Manso, publicada pela Marco Zero nesta sexta-feira (25).  Como fez no livro, Bruno aponta com clareza os perigos da presença das quadrilhas de policiais nas comunidades e na política. Para ele, “é melhor ter uma polícia menor e controlada do que uma polícia grande descontrolada”. Mas ele também aponta os caminhos para a sociedade enfrentar essa ameaça. Vale a pena ler a entrevista e, claro, o livro também.

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