Propósito da Rede Ater Nordeste de Agroecologia é compartilhar conhecimentos entre os agricultores do semiárido
Lucila Bezerra e Rodolfo Rodrigo, Brasil de Fato
Entidades da sociedade civil têm dado assistência à famílias agricultoras na produção e comercialização de alimentos agroecológicos a fim de garantir a produção de uma alimentação saudável livre de agrotóxicos.
A Rede Ater Nordeste de Agroecologia é um projeto de articulação entre organizações que formam uma rede de troca de aprendizados e assessoria agroecológica para a agricultura familiar. Saiba mais sobre o trabalho da Rede Ater Nordeste de Agroecologia nas redes sociais, pelo Instagram @redeaterneagroecologia.
“O nosso projeto teve essa perspectiva de desenvolver um conjunto de estudos que demonstram esses múltiplos ganhos que a agroecologia traz e que portanto a agroecologia ela deve ser o centro de uma política voltada para o desenvolvimento rural”, destaca o coordenador da Rede Ater Nordeste de Agroecologia, Paulo Petersen.
A partir da rede Ater, surgiu o Projeto Agroecologia e Territórios de Saberes, em 2020, com o propósito de compartilhar conhecimentos sobre agroecologia entre os agricultores do semiárido brasileiro. Entre os produtores da região, está a agricultora Maria Betânia Buriti, que atua no município de Pedra Lavrada (PB), que é assistida pela rede através do Programa de Aplicação de Tecnologias Apropriadas às Comunidades (PATAC).
“O mais importante disso tudo é garantir que as famílias possam ter uma alimentação mínima saudável e que ela garanta também a sua permanência no campo”, acredita Maria, que também é responsável por dialogar com 39 famílias do semiárido paraibano junto ao programa, a fim de identificar os problemas nas produções agrícolas, como a utilização de sementes transgênicas, e também contribuir também com os conhecimentos passados de geração e geração.
Além da assistência agroecológica, as ações também são para o apoio aos produtores no beneficiamento dos seus produtos. É o que acontece no município de Vertente do Lério, no agreste de Pernambuco, onde a família de Doraci Oliveira aperfeiçoou a comercialização do queijo artesanal com o apoio da assessoria técnica do Instituto Sabiá. “Meus produtos tinham um baixo preço e, através do Sabiá, com orientações, a gente melhorou muito tanto na venda como na produção”, afirma.
Para Maria Betânia Buriti, as ações da rede vai além das questões técnicas. “Os antepassados, a questão das sementes da paixão, as sementes crioulas que as famílias já guardam desde os seus antepassados, seus avós, bisavós. Então, existe não é apenas agricultura em si, é a cultura que também rodeia essa agricultura familiar”, conclui.
Edição: Vanessa Gonzaga
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Foto: Matheus Alves