Estudante do 3º ano adicionou quatro estranhos ao convívio da turma. Eles compartilharam figurinhas nazistas e ofensas homofóbicas
Por Raquel Valente, no Metrópoles
Alunos do 3º ano de uma escola particular do Distrito Federal receberam imagens e figurinhas com ofensas homofóbicas e que faziam apologia ao nazismo em um grupo de WhatsApp, na segunda-feira (31/10), por volta das 12h.
Tudo começou quando um dos estudantes que fazia parte do grupo, composto por cerca de 30 colegas de classe, excluiu a permissão de administradores de todos os participantes e adicionou quatro estranhos ao convívio da turma.
Assim que entraram, os novos integrantes começaram a compartilhar figurinhas com imagens de Hitler, Bolsonaro, armas, tanques de guerra, suástica nazista, entre outros símbolos preconceituosos e fascistas.
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Quando uma das alunas comentou que aquele era um grupo escolar e ameaçou levá-los à direção, um dos integrantes respondeu:
“Fodase, mulher não tem respeito e direto a nada. Eu já parei na direção por tentar jogar um coquetel molotov de madrugada na escola e tentar aplicar um golpe de estado contra a representante da turma [Sic].”
E ainda acrescentou, após olhar a foto de perfil da jovem: “Olha o piercing que você usa, petista vagabunda”.
Outro novo usuário perguntou: “Tem algum comuna aqui?”, e recebeu em resposta: “Não tem comuna para bater”. “E eu que vi um grupo do MST na saída da escola? Só não matei porque estava desarmado”, comentou o mesmo rapaz.
Além disso, o estudante compartilhou uma figurinha de um kit de volta às aulas com capa, óculos escuros e metralhadora.
Segundo uma das estudantes, que preferiu não ser identificada, o aluno já tinha comportamentos que faziam apologia ao fascismo. Uma vez ele colocou como foto de perfil um símbolo nazista. Além de ter falas problemáticas, o jovem tinha o hábito de compartilhar conteúdos ofensivos.
O estudante chegou até a comentar que usaria uma fantasia inspirada nos garotos que fazem massacre nas escolas dos EUA. “Ele alegou que iria de pistoleiro, com arma e roupa preta, e quem não tivesse medo dele agora, ia ter”, completou a estudante.
Reação dos pais
Um dos alunos que estava no grupo mostrou a mensagem para a mãe, que divulgou a outros pais da escola. Após tomarem conhecimento do ocorrido, os responsáveis pelos estudantes fizeram um boletim de ocorrência eletrônico e comunicaram à instituição de ensino.
A administradora e mãe de uma das alunas Tania Rivera, 53, acredita que a situação pode servir de alerta para casos de violência. “A escola inteira está em pânico, achando que vai ter um atentado”, aponta Tania.
Ela conta que, quando confrontou a filha sobre a situação, percebeu que ela não tinha noção da gravidade do caso.
Providências
De acordo com Tania, a escola decidiu suspender o estudante até que as investigações na polícia terminem. A instituição de ensino também o proibiu de ir à formatura da turma, pois entendeu que ele poderia oferecer risco à segurança dos presentes.
“O centro educacional, ciente dos acontecimentos recentes, está tomando as providências cabíveis nos âmbitos jurídico e pedagógico em busca de uma ação que assegure a manutenção do ambiente escolar pelo qual prezamos há mais de 50 anos, com proteção e segurança para todos”, alegou a assessoria de imprensa da escola.
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