País registrou 34 assassinatos de defensores do meio ambiente em 2022, abaixo apenas da Colômbia, com 60. Em todo o mundo, 177 ativistas foram mortos.
Defender o meio ambiente segue sendo uma missão perigosa no Brasil. Dados da organização Global Witness indicam que 34 ativistas ambientais foram assassinados no país em 2022, oito a mais do que aquele registrado no ano anterior. Com isso, o Brasil foi o 2º país mais perigoso para defensores do meio ambiente em todo o mundo, atrás apenas da Colômbia, com 60 mortes.
A alta nas mortes de ativistas ambientais no Brasil não é acidental. “Nos últimos quatro anos, vivemos um governo federal que desmontou as agências de proteção ambiental e dos Povos Indígenas. Várias frases do ex-presidente Jair Bolsonaro incentivavam invasão e garimpo ilegal nas Terras Indígenas”, explicou Gabriella Bianchini, consultora sênior da Global Witness no Brasil, à Deutsche Welle.
Um dos casos de maior destaque no ano passado foi a execução do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips no Vale do Javari, na Amazônia. De acordo com as investigações, eles foram assassinados por criminosos incomodados com a atuação de Pereira com grupos indígenas da região, em especial no combate à pesca ilegal.
O caso também ressalta um dado preocupante: a Amazônia é um dos lugares mais perigosos do mundo para os defensores ambientais. No ano passado, 39 pessoas foram assassinadas na região, o que representa mais de 1/5 do total em todo o mundo. Pelos números agregados da Global Witness, desde 2014 pelo menos 296 ativistas foram mortos na Pan-Amazônia.
Outro dado preocupante é a concentração dos casos de violência na América Latina. Quase nove em cada dez assassinatos de ativistas ambientais em 2022 aconteceram nessa região, com Colômbia, Brasil e México (34) puxando os números. As comunidades indígenas seguem sendo um dos principais alvos da violência: mais de um terço (34%) dos assassinatos globais no ano passado tiveram indígenas como vítimas, embora representem apenas cerca de 5% da população mundial.
Os dados da Global Witness sobre a violência contra defensores do meio ambiente em 2022 tiveram destaque no Guardian, Reuters e VEJA, entre outros.
–
APIB