Escravidão e reparação: MPF e Portela realizam debate sobre o tema no Rio de Janeiro

Segunda edição do Projeto Portela por Direitos foi realizado no último sábado (14), na quadra da escola de samba

A necessidade de reparação pelo período de escravidão no Brasil foi tema da segunda edição do Projeto Portela por Direitos, realizada no último sábado (14), no Rio de Janeiro. O evento foi promovido pelo Ministério Público Federal (MPF), por meio da Procuradoria dos Direitos do Cidadão (PRDC), em conjunto com o Departamento de Cidadania do Grêmio Recreativo Escola de Samba Portela.

Com o tema “Escravidão e reparação: herança de preto, coragem no medo”, o debate girou em torno do papel das instituições na escravidão e no tráfico de pessoas pretas. Realizada na quadra da Portela, a roda de conversa foi marcada por depoimentos dos participantes, que relataram suas trajetórias na afirmação da negritude e descreveram suas experiências no trabalho e na luta antirracista.

Representando o MPF, os procuradores da República Julio Araujo e Jaime Mitropoulos apresentaram a atuação da instituição na temática e ressaltaram a importância de toda a sociedade brasileira desnaturalizar o papel das instituições, pessoas e família durante o período da escravidão. Para Julio Araujo, “compreender esse período e lembrar esse passado de atrocidades é um passo fundamental para que esse crime contra a humanidade jamais de repita”.

Além de uma reflexão sobre o tema, o evento também teve o objetivo de enfatizar a possibilidade de ações da comunidade em favor da mobilização por direitos. Nesse sentido, a diretora do departamento de cidadania da Portela, Hillen Mary, destacou que “esse espaço serve para formarmos uma rede de apoio mútuo”.

Projeto Portela por Direitos – O Portela por Direitos é uma parceria entre o MPF e a escola de samba Portela, para promover rodas de conversa sobre direitos humanos no Rio de Janeiro. Os temas dos encontros estão sempre relacionados à efetivação de direitos humanos e os participantes atuam na mobilização da comunidade e na criação de iniciativas que levem à concretização desses direitos.

A primeira edição do Portela por Direitos foi realizada em junho deste ano e tratou do tema “Racismo Religioso: Samba e Curimba na Jurisdição”, abordando os impactos da intolerância religiosa. Foram debatidas a importância da liberdade religiosa e as implicações criminais do discurso discriminatório de ódio às comunidades religiosas de matriz africana, bem como a importância da diversidade cultural.

Foto: Departamento de Cidadania da Portela

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