Angela Davis deu sua vida para expor a repressão do Estado

Angela Davis se tornou mundialmente famosa aos 20 anos, quando o FBI a colocou na lista das pessoas mais procurados. Desde que garantiu sua liberdade, ela trabalhou durante meio século para revelar como funciona a repressão em Estados “democráticos” como os EUA.

Por Cecilia Sebastian, no Jacobin

Aos vinte e seis anos, Angela Davis se tornou uma das prisioneiras políticas mais famosas do mundo e um ícone revolucionário, sendo a sua imagem tão reconhecível quanto a de Mao Zedong ou Che Guevara. As circunstâncias que levaram à sua prisão foram complexas e parcialmente forjadas. (mais…)

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A militância política de Lima Barreto na imprensa. Por Denilson Botelho

Só é possível compreender a militância de Lima Barreto contextualizando-a em meio aos embates políticos e ideológicos dos quais o escritor pretendeu participar

No A Terra é Redonda

“Do calvário e porres desse grande pingente suburbano, urbano, brasileiro e universal é possível extrair tanta coisa, que encabulo. Só é possível dizer que as mais jovens gerações brasileiras estão perdendo muito por não conhecerem o criador de homens que sabiam javanês, de gentes que refletiam – sem postiços – um Rio suburbano ainda agora, como naquele tempo, esquecido; de uma arraia-miúda carioca de que talvez nunca mais se tenha tido notícia – com tal vigor, coerência, paixão e humanismo – na literatura deste país. De Afonso Henriques de Lima Barreto está tudo aí, vivo, pulando, nas ruas, se mexendo, incrivelmente sem solução, […] anos depois de sua morte. Da forma descarnada, crua, tupiniquim com que o mulato flagrou esta vida carioca, brasileira, sul-americana”. (João Antônio, Calvário e porres do pingente Afonso Henriques de Lima Barreto, p. 14). (mais…)

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Uma voz radical na sociedade pós-abolição. Por Vladimir Miguel Rodrigues

O jornalista e escritor Lima Barreto faleceu neste dia em 1922. Com seus textos, ele quebrou o monopólio literário dos brancos, fez de sua obra um espelho de sua realidade e denunciou a falsa abolição da escravidão que, na prática, mantém até hoje o racismo estrutural na base do capitalismo brasileiro.

O 13 de maio de 1888 não passou despercebido pelo menino Lima Barreto, que comemorava 7 anos naquele dia. Como em toda a infância, gostos, sons, símbolos formam o imaginário da criança. No caso de Lima, a semiótica tornava-se ainda mais forte pela sua cor. O garoto foi influenciado pelo famoso evento ocorrido da assinatura da Lei Áurea no Paço Imperial. Um acontecimento histórico que contou com a presença das lideranças abolicionistas.

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O que está por trás da cumplicidade da Alemanha no genocídio de Israel em Gaza? Por Jürgen Mackert

O seu apoio entusiástico ao massacre em massa de palestinos por Israel expôs o envolvimento selectivo da Alemanha com a sua história sangrenta, que só reconhece as suas vítimas judias brancas.

No Middle East Eye

Duas semanas atrás, a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, defendeu o assassinato de civis palestinos por Israel durante um discurso parlamentar.

A relatora especial da ONU para a Palestina, Francesca Albanese, rapidamente condenou seus comentários e alertou que se “a Alemanha decidir apoiar um estado que está cometendo crimes internacionais, é uma escolha política, mas também tem implicações legais”. (mais…)

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O papel central da educação na cultura política e na vida pública cotidiana. Por Henry Giroux e Gustavo Figueiredo

A pedagogia é inerentemente política porque está vinculada à agência social e, portanto, à formação para o exercício de uma cidadania crítica, revelando como o conhecimento e as identidades são construídos dentro de dinâmicas de poder específicas

No Le Monde Diplomatique Brasil

Como Angela Davis afirma, é imperativo ter uma compreensão internacional de como o fascismo está se espalhando pelo mundo e como ele conecta países tão diversos como Israel, Estados Unidos, Brasil, Argentina, Índia, Arábia Saudita, Hungria e Turquia. Os fios que conectam esses vários países movimentam o nacionalismo xenófobo e o racismo. Poderosos dispositivos políticos pedagógicos forjam um discurso de ódio, medo e violência política como parte do esforço neoliberal para controlar a cultura. Segundo Davis, se quisermos ser vitoriosos na luta contra o fascismo, precisamos de uma perspectiva internacionalista. Não podemos focar apenas no que está acontecendo em Washington ou Brasília, nossas questões domésticas estão condicionadas pelo que está acontecendo na conjuntura internacional. (mais…)

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Lições amargas. Por Valerio Arcary

Três explicações erradas para a derrota de Guilherme Boulos

No A Terra é Redonda

“Nunca é tão fácil perder-se como
quando se julga conhecer o caminho”
(Provérbio popular chinês).

A derrota eleitoral de Guilherme Boulos em São Paulo foi a maior que a esquerda sofreu neste segundo turno. Não é fácil refletir sobre derrotas. Derrotas são tristes e dolorosas. Estamos sob o impacto emocional da amargura. Ninguém está imune, subjetivamente, da decepção e frustração. Manter a lucidez não é simples. (mais…)

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A romaria e a treva. Por Eugênio Bucci

Existe a guerra da Ucrânia, existem os massacres do Oriente Médio, existe a tal polarização da política brasileira e existem os romeiros de bicicleta. E Deus, existe?

A Terra é Redonda

Eu seguia pela Dutra, rumo a Paraty, onde deveria chegar até o meio da tarde para um painel na Flip. Tinha subido no carro bem cedo. Para ser preciso, devo dizer que “vesti” o automóvel pouco antes das oito da manhã. Som desligado. Silêncio no veículo. Motorista solitário, quase contente em cismar sozinho em trânsito, eu pensava na vida e nas mulheres que não amei (Manuel Bandeira me ensinou certo, mas eu aprendi errado). (mais…)

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