A história recente do setor elétrico brasileiro coincide com a privatização da geração, transmissão e distribuição de energia elétrica no país. O que ficou conhecido como a “reestruturação do setor elétrico”, iniciada no governo FHC em meados dos anos 90, seguiu os preceitos do neoliberalismo vigente, propondo a redução da presença do Estado na vida nacional, priorizando a participação do mercado em setores estratégicos. (mais…)
Artigo
A verdade veio à tona, no córrego sob a ponte. Por Luiz Eduardo Soares
Arremesso de um jovem escancara a realidade da violência policial: um gesto asséptico – descarte de uma vida descartável, sem a habitual coreografia da brutalidade. Após incentivar os banhos de sangue da PM, Tarcísio admite erros: uma harmonização facial na máscara fascista
Policial militar de São Paulo arremessou um jovem da ponte. Mais um ato criminoso de brutalidade da corporação comandada por Tarcisio-Derrite? Não. O impacto na opinião pública demonstra que houve aí algo diferente. Tão diferente que jogou o governador do alto de sua arrogância no chão da oficina de reparos de imagem, onde calçou as sandálias da humildade e admitiu erros. (mais…)
Ideologia, ideologia. Por Eugênio Bucci
A ideologia é uma cola que, ao fazer a palavra grudar em seu sentido, ordena tudo o que as pessoas imaginam saber, ao tempo que esconde delas tudo o que elas não sabem que não sabem
Conforme vai ficando mais evidente – como se fosse possível ficar ainda mais evidente, e como se fosse preciso – que o ocupante da Presidência da República até 2022 tramava, planejava e tentava executar um golpe de Estado, uma pergunta se projeta para fora das sombras da conveniência: como explicar o apoio que ele angariou? (mais…)
Uma cultura de paz: golpe, aqui? Nunca mais. Por Luz Dorneles
“A justiça que merecemos enquanto nação, é, no mínimo, a condenação de todo e qualquer golpista”
Ainda estou aqui. É novembro de 2024. Na manchete dos jornais, a Polícia Federal indicia um ex-presidente militar democraticamente eleito e seus braços direitos por tentativa de golpe e assassinato do atual presidente, também democraticamente eleito, cujos braços direitos e seus antepassados lutaram contra a ditadura civil-militar brasileira. (mais…)
Questões correntes. Por Manuel Domingos Neto
Estivemos à beira de mais uma ditadura?
Estaremos sempre, enquanto persistir a síndrome pós-Guerra do Paraguai. Homens armados se veem superiores aos desarmados. Se bem treinados, maior a sensação de superioridade. Enfileirados, uniformizados e afastados da convivência social, imaginam-se capazes de tudo. Pretendem-se gloriosos e subjugam os que lhes sustentam. Para o poder político, comandá-los é tarefa obrigatória. Ou comanda ou é submetido. (mais…)
Angela Davis deu sua vida para expor a repressão do Estado
Angela Davis se tornou mundialmente famosa aos 20 anos, quando o FBI a colocou na lista das pessoas mais procurados. Desde que garantiu sua liberdade, ela trabalhou durante meio século para revelar como funciona a repressão em Estados “democráticos” como os EUA.
Por Cecilia Sebastian, no Jacobin
Aos vinte e seis anos, Angela Davis se tornou uma das prisioneiras políticas mais famosas do mundo e um ícone revolucionário, sendo a sua imagem tão reconhecível quanto a de Mao Zedong ou Che Guevara. As circunstâncias que levaram à sua prisão foram complexas e parcialmente forjadas. (mais…)
A militância política de Lima Barreto na imprensa. Por Denilson Botelho
Só é possível compreender a militância de Lima Barreto contextualizando-a em meio aos embates políticos e ideológicos dos quais o escritor pretendeu participar
“Do calvário e porres desse grande pingente suburbano, urbano, brasileiro e universal é possível extrair tanta coisa, que encabulo. Só é possível dizer que as mais jovens gerações brasileiras estão perdendo muito por não conhecerem o criador de homens que sabiam javanês, de gentes que refletiam – sem postiços – um Rio suburbano ainda agora, como naquele tempo, esquecido; de uma arraia-miúda carioca de que talvez nunca mais se tenha tido notícia – com tal vigor, coerência, paixão e humanismo – na literatura deste país. De Afonso Henriques de Lima Barreto está tudo aí, vivo, pulando, nas ruas, se mexendo, incrivelmente sem solução, […] anos depois de sua morte. Da forma descarnada, crua, tupiniquim com que o mulato flagrou esta vida carioca, brasileira, sul-americana”. (João Antônio, Calvário e porres do pingente Afonso Henriques de Lima Barreto, p. 14). (mais…)