Papa Francisco, outro Francisco de Assis, peregrino de esperança. Por frei Gilvander Moreira*

Na madrugada do dia 21 de abril de 2025, no ônibus, voltando de missão no Acampamento Vida Nova, em Jordânia, e da Ocupação Irmã Dorothy, em Salto da Divisa, no Baixo Jequitinhonha, MG, ao passar pela cidade de João Monlevade, voltando para Belo Horizonte, eu fiquei muito comovido ao saber da travessia do nosso querido irmão Papa Francisco[1] para a vida plena. Ele se transvivenciou, se encantou e nos deixou um extraordinário legado de ética, de humanismo, de profecia, de espiritualidade libertadora, de luta pelos direitos humanos, pela ecologia integral… (mais…)

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A morte de Francisco. Por Luis Felipe Miguel

Eu não acreditava que o papa fosse ser diferente de seus predecessores, mas ele foi

em Amanhã não existe ainda

Quando Bergoglio foi eleito papa, eu não curti. Não que tivesse algo a ver com a história – não sou nem católico, muito menos cardeal, a escolha não era assunto meu. Mas tinha tomado contato com os boatos sobre sua colaboração com a ditadura argentina, que, ainda que nunca tenha sido confirmados, contribuíram para me fazer desconfiar dele. As atitudes que tomou no início do pontificado, como se recusar a habitar o palácio que lhe era destinado para continuar vivendo em um pequeno apartamento ou viajar na classe econômica de aviões de carreira, me pareciam jogadas de marketing. O medíocre filme propagandístico de Fernando Meirelles sobre os dois papas só reforçou essa impressão. Depois dos longos anos de Wojtyla e de Ratzinger, parecia que a igreja nunca seria nada além de um bastião do conservadorismo, com seu setores progressistas fadados ao ostracismo. Bergoglio parecia para mim ser um Wojtyla mis au jour: um reacionário com face humana, adaptado ao tempo das redes sociais. (mais…)

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Contra o fatalismo histórico: os 180 anos das ‘Teses sobre Feuerbach’. Por Maurício Vieira Martins

Antirreligiosas e antiobjetivistas, as ‘Teses sobre Feuerbach’ de Marx completam 180 anos em 2025; merecem ser retomadas neste momento em que fatalismos históricos de diferentes matizes nos rondam, minimizando a capacidade de ação humana.

No Blog da Boitempo

“Quanto mais vazia é a vida, tanto mais rico, mais concreto será o Deus”, escreveu em 1843 o filósofo ateu Ludwig Feuerbach, em seu livro A essência do cristianismo. E ele prossegue, sem concessões: “O empobrecimento do mundo real e o enriquecimento de Deus são um mesmo ato. Somente o homem pobre possui um Deus rico. Deus nasce de um sentimento de carência”1. (mais…)

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O colaboracionismo do Grupo Folha da Manhã à ditadura civil-militar e seu braço executor: a Folha da Tarde. Por Beatriz Kushnir

Conheça a pesquisa pioneira sobre os vasos comunicantes entre redações jornalísticas e a repressão ditatorial no pós 1964. Retomando o extenso estudo publicado em seu livro “Cães de guarda”, reconhecido pelo relatório da Comissão Nacional da Verdade, Beatriz Kushnir demonstra como “além de não fazer frente ao regime e às suas formas violentas de ação, parte da imprensa também apoiou a barbárie”.

No Blog da Boitempo

Desde fins da década de 1990, parte da historiografia brasileira já sublinhava que o equivocado processo de Anistia, promulgada em 1979, auxiliou a cunhar igualmente a errônea visão de que vivemos envoltos em uma tradição de valores democráticos. A partir das lutas pela Anistia, “liberta-se” a sociedade brasileira a repudiar a ditadura e, assim, demonstrar sua parcela progressista com profundas e autênticas origens na trajetória histórica do país. E há aqui ironia. Naquele momento plasmou-se a imagem de que a sociedade brasileira viveu a ditadura do pós-1964 como um hiato, um instante a ser expurgado. (mais…)

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Por que os EUA não conseguem produzir um iPhone?

Nota de Combate: para quem está na dúvida quanto ao motivo que terá levado Trump a voltar atrás hoje, 12/04, e isentar smartphones, computadores e outros eletrônicos de tarifas recíprocas…

Por Paulo Gala, em seu site

A cadeia de suprimentos (supply chain) para a produção do iPhone é uma das mais complexas e eficientes do mundo, altamente concentrada na Ásia do Leste, especialmente em países como China, Vietnã, Coreia do Sul, Taiwan e Japão. Essa rede integra dezenas de milhares de fornecedores de componentes especializados, desde microchips e sensores ópticos até parafusos, conectores e telas OLED. A montagem final, liderada por gigantes como Foxconn e Pegatron, ocorre majoritariamente em fábricas altamente automatizadas e operacionais 24 horas por dia, com milhões de trabalhadores treinados em linhas de produção de altíssima precisão. (mais…)

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O lorde inglês e o “popcorn seller”. Por Luis Felipe Miguel

Delírio do juiz e “momento Joel Santana” de Jair ilustram duas formas bem diversas de viralatismo

em Amanhã não existe ainda

Robert Louis Stevenson é um dos escritores mais injustiçados da história da literatura. Se você não quer acreditar em mim, acredite em Jorge Luis Borges, que tinha a mesma opinião. Ele pensava que A ilha do tesouro tinha destruído a reputação de Stevenson, estigmatizado como autor de livros para crianças, impedindo que alcançasse o lugar a que teria direito no cânone. (mais…)

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Jesus e seu movimento entram em Jerusalém (Lc 19,28-40): “Cala boca, não!” Luta por direitos, sim! Por frei Gilvander Moreira

Nas missas e nas celebrações da Palavra, no Domingo de Ramos, no início da Semana Santa, ouvimos o Evangelho de Lucas (Lc 19,28-40) sobre a entrada de Jesus com suas discípulas e discípulos, em Jerusalém, com ramos nas mãos. “Enquanto caminhavam, Jesus e seus discípulos e discípulas sobem a Jerusalém” (Lc 19,28.36).

Qual mensagem espiritual, ética e libertadora este evangelho nos propõe? (mais…)

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