Ao ceder a pressões e tentar silenciar vozes como a do historiador anti-sionista, instituições culturais como o Teatro Municipal de SP e o Sesc praticam censura camuflada. Quando o poder silencia debates incômodos, não há democracia, mas cumplicidade com a opressão
A conturbada passagem de Ilan Pappé pelo Brasil vem expondo com brutal clareza como a cultura é um território de disputas — apesar do discurso fraudulento que a coloca no campo da neutralidade. Pappé, historiador israelense conhecido por sua crítica incisiva ao projeto sionista e pela denúncia sistemática do apartheid imposto à Palestina, desembarcou no país a convite da Editora Elefante. Sua presença, em qualquer democracia minimamente respirável, deveria ser recebida como oportunidade de escuta e debate. Mas encontrou portas fechadas, contratos rompidos e silêncio orquestrado. (mais…)
