Escassez hidrorracial: é normal não ter acesso à água?

Estudo aponta que, no Rio de Janeiro, a população negra é a mais afetada pela interrupção frequente no abastecimento de água tratada. O nome disso é racismo ambiental

Hosana Silva*, Le Monde diplomatique

Armazenar água, saber o calendário de interrupções no abastecimento, adaptar a organização das atividades domésticas para dar conta da vazão fraca nas torneiras, tudo isso são aprendizados comuns na vivência da população periférica brasileira — majoritariamente negra. Acesso à água, que é um direito fundamental estabelecido pela Organização das Nações Unidas e um direito de todos brasileiros (segundo a Lei Federal nº 11.445/07) é determinado, principalmente, pela localização onde moramos. (mais…)

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Governo de SP planeja fechar quase 150 turmas do ensino noturno e EJA em 2025; medida é criticada por especialistas

Levantamento foi realizado pelo sindicato dos professores da rede estadual (Apeoesp). Proposta impactaria cerca de 4 mil alunos, em 28 cidades do estado.

Por Felipe Cruz, Vitor Anastacio, TV Globo e g1 SP

O governo de São Paulo está planejando fechar 143 turmas do ensino médio noturno e 6 da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no próximo ano, segundo um levantamento do sindicato de professores da rede estadual (Apeoesp). (mais…)

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Seminário sobre racismo ambiental encerra a agenda do Novembro Negro na Fiocruz

 “O racismo ambiental reflete escolhas políticas que concentram investimentos em áreas privilegiadas, enquanto negligenciam periferias, quilombos e territórios indígenas. Essa negligência perpetua desigualdades históricas”

Mario Junior, Cedipa/Fiocruz

As mudanças climáticas e a degradação ambiental agravam desigualdades históricas, afetando de maneira desproporcional negros, indígenas e moradores de periferias. Este cenário foi abordado no seminário Racismo Ambiental e Mudanças Climáticas: impactos na saúde da população negra, realizado na quarta-feira (27/11) pela Coordenação de Equidade, Diversidade, Inclusão e Políticas Afirmativas (Cedipa/Fiocruz), no auditório da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz). O seminário está disponível no canal da VideoSaúde, no YouTube. (mais…)

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Pesquisa aborda impacto da comunicação comunitária na promoção da saúde das favelas

Luiza Gomes, Agência Fiocruz de Notícias

Existe relação entre o trabalho dos comunicadores populares e as condições de vida de moradores de favelas? Estudo qualitativo desenvolvido pela Fiocruz em parceria com coletivos de favelas diz que sim. Provocados por experiências da Fundação junto a organizações populares durante a pandemia, a pesquisa aproximou comunicadores das favelas da Maré, Manguinhos, Jacarezinho e Alemão, no Rio de Janeiro, para verificar se as ações comunicacionais realizadas contribuem para a promoção da saúde nos territórios. No próximo sábado (30/11), os resultados serão apresentados no evento Circulando: Diálogo e Comunicação na Favela, na Escola Quilombista Dandara de Palmares, às 10h. O evento é gratuito e aberto ao público. (mais…)

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Das 20 favelas mais populosas do Brasil, metade está na Amazônia

Dados do Censo 2022 foram divulgados pelo IBGE na última sexta-feira (8); facções criminosas ajudam a explicar êxodo rural na Amazônia

Por Leonardo Sakamoto, Repórter Brasil

DAS 20 FAVELAS mais populosas do Brasil, dez estão na Amazônia Legal, segundo dados do Censo 2022 do IBGE, divulgados nesta sexta (8). Diante da violência, do desemprego e da baixa oferta de serviços públicos no interior, indígenas, ribeirinhos, trabalhadores rurais e moradores de pequenas cidades migram por esperança ou desalento. Mas, nas capitais, se deparam com as milícias e o tráfico, além da falta de estrutura para viver. (mais…)

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Os rios enterrados de São Paulo

Memórias fluviais da metrópole sufocante. Ao tentar controlar a “natureza” e “modernizar-se”, ela putrefou, retificou e enterrou suas águas. Um triunfo do concreto e carro! Recalcada, elas sempre emergem. Poderia ter sido diferente. Mas ainda há tempo para uma virada

por Maurício Ayer, em Outras Palavras

rio da minha aldeia era um córrego sujo que passava atrás de casa, escorrendo pelos fundos dos terrenos vizinhos, todos de costas para suas duas margens. Nunca ninguém concebeu que houvesse peixes naquelas águas cinzentas. Mas alguma vida tinha: lembro de passar um bom pedaço de uma manhã observando uma ratazana escalar calmamente a parede da margem oposta. A figura desse rio era a de um esgoto a céu aberto. Àquela altura, já era uma entidade sem nome, sem história, sem o seu deus: um cadáver de rio. Não tardou para que tivesse o destino de quase todos os seus congêneres paulistanos: foi enterrado, e como lápide tem hoje sobre si a avenida Hélio Pelegrino, ligando a avenida Faria Lima à avenida República do Líbano, em São Paulo. (mais…)

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Sem direito ao luto

O documentário Paradeiros, que recebeu o Prêmio Especial do Júri da Mostra Novos Rumos, mergulha no universo da dor, busca e frustração sobre desaparecimentos forçados no Rio de Janeiro

Sara Stopazzolli, Le Monde Diplomatique

Há pouco mais de dez anos, o filho mais velho de Luzia, Rafael, saiu de casa para trabalhar e nunca mais voltou. Desesperada, ela iniciou uma busca incansável em hospitais, no Instituto Médico Legal (IML) e até em lixeiras. Mobilizou a comunidade, organizou passeatas e distribuiu camisetas com a foto do filho. (mais…)

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