Rio Grande do Sul: dialética do lugar e do espaço. Por Luiz Marques

A luta cidadã não é travada numa arena ideal, mas sob o peso das décadas de monetarismo sobre a subjetivação e a cosmovisão do povo

No A Terra é Redonda

Italo Calvino, em As cidades invisíveis, a partir de uma personagem real percorre os meandros do autoconhecimento. Aquilo que fomos ou não no passado é encontrado em cidades que estivemos in situ ou soubemos por estórias contadas ou, inclusive, deixaram de existir. O imperador mongol, que pede a Marco Polo para descrever por onde andou em seu reino, recupera as urbes conquistadas por intermédio da memória e da palavra do viajante veneziano. “Quem comanda a narração não é a voz: é o ouvido”. As poleis e as pessoas revivem nas narrativas que forjam a sua existência no mundo. (mais…)

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Há mais chantagistas que progressistas no Governo Federal. Entrevista especial com Muniz Sodré

Embora vivamos toda a sorte de desafios sociais no enfrentamento ao racismo e à desigualdade a questão do acesso à terra continua sendo a pedra de toque da corrupção e da violência que marcam a história do Brasil

Por: Baleia Comunicação | IHU

Em linhas muito gerais, podemos resumir a história da fundação do Brasil, desde o Império, como a história da aliança entre as classes dirigentes e os militares. O que começa no século XIX, servindo-se de mão de obra escrava, e desemboca no século XXI tendo como alvo as mesmas pessoas, a população marginalizada, empobrecida e negra. Ao longo desta entrevista, realizada por telefone ao Instituto Humanitas Unisinos – IHU, Muniz Sodré passa por aspectos históricos e contemporâneos para entendermos esse enigma chamado Brasil. (mais…)

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O legado de uma década perdida. Por Renato Janine Ribeiro

A esquerda é inteiramente representativa do senso comum de nossa sociedade – tudo de bom que acontece, e tudo de ruim, é só do Presidente

No A Terra é Redonda

1.

Não sou um fã das instituições, quero dizer: não considero que a chave para a democracia esteja nelas. Na verdade, há duas vertentes para se pensar a política moderna – uma é a da ação, outra a da instituição. Desenvolvi este tema em meu livro A sociedade contra o social, de 2000, resumo-o rapidamente aqui. (mais…)

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Como a Alvarez & Marsal, que vai gerir a crise em Porto Alegre, capitaliza com desordens e tragédias naturais

“Especialista em reviravoltas”, A&M foi contratada para ajudar cidades americanas em crise, mas acabou impulsionando privatizações

por Cintia Alves, em Jornal GGN

O discurso de que o poder estatal é incompetente, corrupto ou incapaz de lidar com desordens nos serviços públicos ou catástrofes provocadas por fenômenos naturais tem alavancado globalmente a contratação de consultorias privadas como a Alvarez & Marsal, que foi anunciada nesta segunda (13) como a nova parceria do prefeito Sebastião Melo (MDB) na recuperação de Porto Alegre, após as fortes chuvas que alagaram mais de 80% dos municípios do Rio Grande do Sul. (mais…)

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É hora de apontarmos culpados? Por Milly Lacombe

No UOL

As imagens que chegam do Rio Grande do Sul nos transbordam. Corpos boiando, cemitérios destruídos, ossos dos mortos pelas águas, infestação de ratos e baratas, cachorros ganindo por ajuda já quase inteiros submersos, famílias separadas, crianças que procuram seus pais e mães; pais e mães que procuram suas crianças, corpos de bebês afogados, alerta de infecções por causa da invasão de água putrefata, alerta de aumento de dengue por causa do calor absurdo combinado às águas paradas, o ambiente ideal para que os mosquitos proliferem rapidamente, hospitais alagados e interditados, gado boiando, o céu desabando.

Distopia. Ficção científica. Filme de terror.

Chamemos como quisermos sem jamais esquecer que é de vidas muito reais que estamos falando. (mais…)

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‘Tragédia no RS é responsabilidade também de senadores e deputados que desmontam legislação ambiental’, diz Marcio Astrini, do Observatório do Clima

Por Letícia Mori, na BBC News Brasil

As fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul, as mais intensas registradas em território gaúcho em décadas, já deixaram dezenas de mortos, causaram estragos em 300 municípios, romperam uma barragem e desalojaram mais de 32 mil pessoas. Há ainda mais de 60 pessoas desaparecidas enquanto o mau tempo já provoca danos em outros Estados do Sul.

Os governos federal e estadual criaram uma força-tarefa e tentam evitar mais mortes promovendo evacuações e retirando pessoas de áreas de risco. (mais…)

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