A impossível democracia em um mundo mediado pelas Big Techs. Entrevista especial com Rafael Evangelista

Para o professor e pesquisador, a concentração de informação e poder das empresas de tecnologia interdita um processo democrático e de sociabilidade transparente

Por: Baleia Comunicação | IHU

Esta entrevista começa com a seguinte afirmação: “Talvez estejamos vivendo um dos piores momentos da relação entre as tecnologias digitais e a democracia”. O autor da frase é Rafael Evangelista, professor, pesquisador e autor do livro Cultura hacker, cibernética e democracia (Edições Sesc, 2018), que concedeu entrevista por telefone ao Instituto Humanitas Unisinos – IHU. O pano de fundo, que motivou o convite, foi o Hackathon [“maratona” hacker de curta duração] de Elon Musk, que, na prática, é um experimento para criar uma mega-API [API é uma interface de programação de aplicações que permite que diferentes softwares interajam entre si, facilitando a troca de dados, recursos e funcionalidades] onde os dados da população dos Estados Unidos seriam reunidos em um único banco. O desejo, que vem embalado num discurso de maior eficiência, traz riscos iminentes. (mais…)

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“Estão sendo criados dossiês sobre os cardeais reformistas para chantageá-los e adulterar o conclave.” Entrevista com Vicens Lozano

IHU

O jornalista especialista no Vaticano alerta que os setores que, na época, se opuseram ao Papa Francisco acabaram “conspirando com a extrema-direita internacional” para alinhar a Igreja com seu programa.

“Tudo o que estamos falando está publicado em meus livros, especialmente em Vaticangate“, alerta Vicens Lozano, um jornalista especializado em assuntos do Vaticano que trabalhou por mais de três décadas na editoria internacional da TV3. Lozano, que descreve sem rodeios o Papa Francisco como um “líder ético e moral do século XXI”, considera que as reformas que ele implementou atualizaram a Igreja, mas que podem estar em perigo dependendo do que acontecer no próximo conclave. (mais…)

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O verdadeiro crime de Glauber Braga. Por Manuel Domingos Neto

As acusações são irrelevantes. Deputado é perseguido por denunciar o balcão de negócios legalizado no Parlamento. Incomodou os ávidos por verbas, preferencialmente secretas. Se cassado, a bamboleante democracia brasileira ficará ainda mais fragilizada

Em Outras Palavras

A defesa do mandato de Gláuber Braga é ponto inescapável da luta pela democracia.

Não se trata apenas de solidariedade a um valente parlamentar perseguido. Trata-se de manter a dignidade mínima do Legislativo.

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O editorial do estadão, a luta de classes no Brasil e Glauber Braga

Por Carlos Eduardo Martins, no blog da Boitempo

O editorial do jornal O Estado de São Paulo de 12 de abril, contrário à anistia para Jair Bolsonaro e aos demais criminosos do 8 de janeiro, e crítico à posição assumida por Tarcísio de Freitas em favor do PL da anistia, revela o drama da velha oligarquia burguesa no Brasil. Não confia em Jair Bolsonaro, mas sem liderança política própria, é obrigada a fazer um pacto com o Partido dos Trabalhadores, que se presta ao papel de salvar uma burguesia parasitária, rentista, colonial e subdesenvolvida. (mais…)

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O caleidoscópio da direita radical no Sul Global. Entrevista especial com Tatiana Vargas Maia

Contexto do fenômeno no século XXI exige nova abordagem para analisar o que se passa nas sociedades da região. Reconfiguração dos paradigmas que caracterizavam as forças reacionárias foge do esquema convencional da direita

Por Márcia Junges, em IHU

“A direita radical contemporânea configura-se como categoria conceitual de maior abrangência e versatilidade analítica, capaz de apreender manifestações políticas que, embora compartilhem elementos autoritários e antiliberais, não derivam diretamente do legado fascista histórico”, observa a pesquisadora Tatiana Vargas Maia em entrevista concedida por e-mail ao Instituto Humanitas Unisinos – IHU. Em sua análise, “em vez da destruição formal e abrupta das instituições democráticas, a nova direita radical opera mediante uma progressiva colonização dos espaços institucionais democráticos, provocando, de forma gradual, seu esvaziamento interno”. Faz-se imprescindível uma outra estrutura analítica para estudar o fenômeno da extrema-direita no Sul Global, o que “não passa apenas pela inclusão de novos casos na discussão, mas sim por uma necessária renovação teórica e metodológica que reconheça as limitações das teorias eurocêntricas e desenvolva conceitos e abordagens capazes de apreender as complexidades políticas de sociedades marcadas por histórias, culturas e realidades socioeconômicas distintivas”. (mais…)

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O fascismo como um traço constitutivo das democracias liberais capitalistas. Entrevista especial com Felipe Lazzari da Silveira

IHU

“As condições para a produção do fascismo em grande escala estão presentes. Não por acaso estamos presenciando o recrudescimento dos signos fascistas no plano macropolítico. Contudo, a atual conjuntura possui peculiaridades que tornam tudo diferente. As subjetividades e as racionalidades do capitalismo neoliberal diferem sobremaneira das que garantiram o desenvolvimento do capitalismo industrial. Logo, é arriscado tentar fazer aproximações entre a ascensão fascista do presente e o fascismo italiano cogitando simplesmente uma atualização ideológica ou estética. O risco de incorrer em anacronismo ou de descurar de elementos cruciais do fenômeno na atualidade é muito grande”. A advertência é do professor Felipe Lazzari da Silveira, docente na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pelotas – UFPel e foi feita na entrevista concedida por WhatsApp ao Instituto Humanitas Unisinos – IHU. (mais…)

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Para que serve um mandato? Por Luis Felipe Miguel

Parcela da esquerda que se compraz em criticar a atuação de Glauber Braga tem visão limitada do trabalho parlamentar

em Amanhã não existe ainda

A farsa montada pra cassar o mandato de Glauber Braga continua em andamento. O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, curiosamente formado por uma maioria de parlamentares sem ética nenhuma, aprovou o voto do relator, como esperado. A aprovação contou com a cumplicidade ativa do presidente da casa, Hugo Motta, que atrasou o início da sessão plenária, a fim de impedir que a votação fosse adiada e a pressão em defesa do mandato de Braga aumentasse. (mais…)

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