Congresso: Quando o porão transborda. Por Ricardo Queiroz Pinheiro

PEC da Anistia, queda-de-braço com o STF, cassação de deputados… Há lógica por trás dos abusos: sustentar impasses institucionais permanentes, o que move as negociatas, e garantir o controle do orçamento público, que financia o poder. 2026 promete ser ainda mais intenso…

Em Outras Palavras

A dinâmica da política tende a amortecer conflitos até que eles se tornem materialmente incontornáveis. Nesse percurso, intervêm vários filtros: a voracidade dos pregadores de certezas, o comportamento de torcida, o viés analítico que transforma processo em episódio. Soma-se a isso a ansiedade dos noticiários, que fragmenta o movimento em cenas isoladas e empobrece a leitura do que efetivamente se desloca. Há um ponto, porém, em que os acordos deixam de caber no porão, os bastidores já não absorvem as tensões e o cálculo passa a se impor com mais nitidez. Interesses antes dispersos se aproximam, decisões ganham peso imediato e a engrenagem começa a ranger. (mais…)

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A pedagogia de guerra nas escolas cívico-militares

Já são centenas delas no Brasil. O currículo oculto: propagandear a militarização da sociedade como saída à indisciplina e aos baixos resultados nos índices escolares. Docilizar corpos periféricos. E ocultar as raízes estruturais das desigualdades

Por Ronaldo Queiroz de Morais*, em Outras Palavras

Destituído de ilusão, toda sociedade moderna arrasta algum grau importante de militarização. Afinal, o sonho militar de sociedade anunciado por Michel Foucault é, demasiadamente, moderno. Entretanto, o Brasil constitui-se como sociedade militarizada antes mesmo de tornar-se nação e de efetivar-se como Estado Moderno no sentido weberiano, ou seja, de estabelecer o monopólio da violência a partir de instituições militares realmente militarizadas. A independência brasileira manteve o sistema escravocrata no território nacional e, inexoravelmente, arremeteu a força das armas contra a população escravizada e empobrecida. Nessa perspectiva, é possível discorrer que a história do Brasil independente é a história da incessante descarga de endocolonização junto à população tradicionalmente oprimida. (mais…)

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A transferência de paróquia foi desmentida diante dos protestos, mas Padre Júlio Lancellotti continua proibido de praticar de forma plena o cristianismo

Nota de Combate: O texto abaixo, da jornalista Denise Ribeiro, foi enviado e postado quando ainda prevalecia a informação da transferência de Padre Júlio da paróquia de São Miguel Arcanjo. A reação às medidas anunciadas contra ele foram seguidas de desmentidos quanto a isso, mas as demais sanções – com destaque para ter as missas de domingo transmitidas  ao vivo e usar redes sociais – foram mantidas.

Por Denise Ribeiro*

Nesta segunda-feira uma notícia estarrecedora deixou sem chão os católicos progressistas e todos os que admiram o trabalho da Pastoral Povo da Rua: dom Odílio Scherer, arcebispo de São Paulo, transferiu o padre Júlio Lancellotti da paróquia de São Miguel Arcanjo, no bairro da Mooca, onde ele atua há 40 anos. Para onde? Ninguém sabe.

Que motivos levariam dom Odílio a tomar decisão tão drástica em pleno final de ano? Que forças ocultas levariam o arcebispo a abrir mão de um homem dedicado a cuidar sem descanso da população mais vulnerável da cidade? (mais…)

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Congresso: a noitada dos patifes. Por Glauco Faria

Como ultradireita e Centrão uniram-se em Brasília, para ensaiar a grande aliança conservadora em 2026. Por que o arranjo vitimou os povos indígenas e favoreceu os golpistas. De que forma ele abre a disputa eleitoral – e quais os meios de reagir

Em Outras Palavras

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), cometeu uma dupla falsidade na madrugada desta quarta-feira (10/12), logo após aquela casa legislativa aprovar o chamado “PL da Dosimetria”. A medida permite a redução de pena àqueles que foram condenados pelos crimes de tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Segundo Motta, possibilitava “que os que tiveram menor importância no acontecido possam voltar às suas casas, ter as penas reduzidas e o Brasil possa, sem esquecer, virar essa página triste da democracia”, referindo-se aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. (mais…)

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Crise? Mesmo com prisão de Jair, bolsonarismo já perdeu quase 90% da força nas ruas

Estudo evidencia baixa adesão de bolsonaristas após o 8/1; crise de imagem dificulta pré-candidatura de Flávio Bolsonaro

Por Dyepeson Martins | Edição: Ed Wanderley, em Agência Pública

Ruas abarrotadas de camisas verde-amarelas e bandeiras do Brasil já não descrevem as atuais manifestações em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A ameaça de correligionários de que o Brasil iria “parar”, caso o principal líder da ultradireita no país fosse preso, não se concretizou e, após a prisão, a maioria dos atos foram discretos e isolados. É nesse contexto em que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) se coloca como indicado pelo pai para as eleições de 2026 – assumindo a responsabilidade de contornar uma crise na imagem do próprio bolsonarismo. (mais…)

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A extrema-direita é uma ameaça à humanidade e ao planeta. Por Henrique Cortez

A ascensão da extrema-direita vai além da política: ataca a ciência, a democracia e o planeta. Este editorial explica por que combatê-la é defender o futuro da humanidade. Leia a análise.

No Ecodebate

Não se trata apenas de uma disputa partidária ou de preferência ideológica. O crescimento rápido e perigoso da extrema-direita em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil, representa uma ameaça concreta aos fundamentos da civilização, à dignidade humana e ao próprio planeta. Esta não é uma batalha política convencional; é uma defesa indispensável do nosso futuro comum. (mais…)

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Historiador Francisco Teixeira, professor titular da UFRJ, denuncia intimidações e ameaças por parte de general da reserva

No Diário do Centro do Mundo

O historiador Francisco Teixeira, professor titular da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e referência nos estudos de História Moderna, Contemporânea e Teoria da Guerra, tornou pública uma denúncia sobre intimações judiciais e ameaças recebidas depois de enfrentar figuras que defendem o regime militar. Ele afirma que seu trabalho está na mira de um processo que busca reparar a imagem da ditadura e impor censura.

Teixeira foi acionado judicialmente pelo general da reserva Álvaro Pinheiro, que o acusa de calúnia, difamação e “falsificação da história”. O militar pede indenização e a cassação dos títulos acadêmicos do professor. Além disso, Teixeira relata ter recebido mensagens agressivas com ameaças contra sua vida e sua integridade física. (mais…)

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