Sobre mulheres, estatísticas e eleição

Eleitorado feminino é o que mais sofre com os efeitos concretos da degradação das condições de vida

por Ana Carolina Evangelista*, na piauí

Entramos no período eleitoral com a clareza de que teria mais chances de vencer as eleições à Presidência quem soubesse ouvir e responder às preocupações das mulheres. Mas, para além dos números que mostram que as preferências eleitorais entre mulheres e homens se diferenciam cada vez mais, o que está em jogo? Quais são as histórias da vida real por trás dos números? (mais…)

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Sônia Guajajara: “Retrocessos mostram que deve haver indígenas no Congresso”

À DW, Sônia Guajajara fala sobre sua candidatura à deputada federal e as pautas da Bancada Indígena, lançada nestas eleições. “As pessoas precisam entender que o modo de vida indígena preserva o meio ambiente”, diz.

Laís Modelli, na Deutsche Welle

Internacionalmente conhecida pelo nome do seu povo, Sônia Guajajara é Sônia Bone de Souza Silva Santos, educadora e enfermeira nascida na Terra Indígena (TI) Arariboia, no Maranhão. Uma das principais lideranças indígenas em atividade, a maranhense é coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e cofundadora da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA). (mais…)

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A pandemia, o cuidado, o que foi e o que será

Os afetos e o cuidar de si e dos outros não são lugar de submissão das mulheres, mas chave para novas lutas e processos emancipatórios. Diante do horror bolsonarista, sangue frio e coração quente são essenciais para enfrentar incertezas, lutos e fomes

Por 

Desde que a pandemia se instalou, em 2020, nos demos conta da vertiginosa mudança que o distanciamento social, envolto na crise paradigmática, nos atirava enquanto ativistas, tanto do ponto de vista pessoal, quanto político. A linha de ação para o autocuidado e cuidado coletivo que o CFEMEA vinha desenvolvendo até então precisou se refazer, se adequar, ousar experimentar alternativas que fortalecessem a capacidade de resiliência pessoal e coletiva de uma militância aguerrida, feminista, popular, antirracista e anticapitalista. Outros recursos, outros encontros, novas trilhas, desde então vieram sendo traçadas, para criar oportunidades para que cada um@ pudesse cuidar melhor de si e que o cuidado entre ativistas se efetivasse. Novos espaços além dos presenciais foram criados para que a nossa presença no mundo, aqui e agora, seja força de resistência macropolítica e, ao mesmo tempo, possibilidade de transformação, no plano micropolítico. (mais…)

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Por um feminismo camponês e popular

Elas estão no centro de várias ações pela reforma agrária. São quem melhor entende a Agroecologia, que remete à natureza e ao cuidado. Vivem jornadas insanas. Agora, enfrentam o patriarcado, que tenta inviabilizar seu trabalho e ação política

Por Iridiani Graciele Seibert, Lizandra Guedes e Kelli Mafort, em Outras Palavras

Naquele momento já não se ouvia mais a respiração, porque havia outros sons mais fortes, o som da quebra das correntes nos arrepiava, nos provocava gritos emocionados, como se aquelas correntes que identificavam o latifúndio não fossem só isso, e de fato não eram. É nessa concentração, nesse poder que se apresentam o tráfico, a exploração, a violência, e a apropriação de nossos corpos, de nossas vidas, de nosso trabalho e do poder de dominação.

Aquelas correntes de fato tão fortes, tão grossas, malditas, pesadas e cruéis tinham que ser quebradas, rompidas, estraçalhadas. O ‘tililim’ do impacto do machado e da marreta na quebra das correntes que nos aprisionam soava como uma música clássica aos nossos ouvidos tão desacostumados a escutar.

Witcel, 2019

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O supremacismo branco, segundo bell hooks

Pensadora vê nesta ideologia a síntese das opressões de raça, gênero e classe. E provoca, em livro recém-lançado no Brasil: antirracismo e feminismo podem ser capturados se, mais que transformar o mundo, buscarem ser reconhecidos*

Por bell hooks, no Outras Palavras

Nos últimos anos, meu trabalho tem se debruçado sobre o papel do amor no combate à dominação. Contemplar os fatores que levam as pessoas a lutar por justiça e a se empenhar em construir uma comunidade me instigou a pensar criticamente sobre o lugar do amor. Não importa se a questão é acabar com o racismo, o machismo, a homofobia ou o elitismo de classe — quando entrevisto pessoas sobre o que as leva a superar o pensamento e a ação dominadores, elas invariavelmente falam de amor, de aprender a aceitar as diferenças em alguém com quem se importam. Falam do enorme desafio de desejar a conexão e a união com alguém radicalmente diferente ou que tenha convicções e opiniões tão distintas que represente uma fonte de estranhamento e conflito, a tal ponto que apenas uma contínua vigilância crítica e cuidadosa pode garantir o contato duradouro. Para muitos desses indivíduos, o que os tem impulsionado na direção do pensamento crítico e da mudança é o envolvimento ativo com movimentos que lutam pelo fim da dominação.

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O impasse da democracia e o dilema feminista

Não se vencerá o fascismo cortejando os liberais; mas, ao contrário, propondo vida baseada no comum e no cuidado. O feminismo tem um papel – desde que deseje transformar a sociedade, em vez de ver-se “representado” nas estruturas de poder

Por Nuria Alabao, em Nueva Sociedad ! Tradução: Vitor Costa, em Outras Palavras

Que ferramentas o feminismo nos fornece para aprofundar a democracia? O feminismo que alicerça nosso movimento autônomo entende a democracia como algo que está sendo feito continuamente. Ou seja, consideramos que ela precisa de uma sociedade forte e organizada que pressione constantemente pela redistribuição de poder e recursos. Seu sujeito político é configurado por uma soma de lutas em curso.

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Sueli Carneiro é primeira negra a ter título de honoris causa da UnB

É a primeira vez que a Universidade de Brasília dá o título para uma mulher negra

Por Lucas Marchesini Eduardo Barretto, do Metrópolis, em Geledés

A Universidade de Brasília (UnB) deu o título de doutora honoris causa para a filósofa e escritora Sueli Carneiro. A decisão foi tomada em reunião do Conselho Universitário (Consuni) da UnB nessa sexta-feira (18/3).

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