A fotógrafa Cláudia Andujar dedicou quase 50 anos para entender um dos povos indígenas mais isolados do Brasil
Por Beatriz Jucá, no El País
A fotógrafa suíça Cláudia Andujar cruza com certa dificuldade a ampla sala do apartamento onde mora, em São Paulo. Aos 87 anos —quase 50 deles dedicados a longas viagens ao norte do Brasil para entender a cultura dos isolados índios yanomami—, ela vence a limitação para se locomover e senta em uma poltrona, de costas para uma grande janela na qual se impõe a maior metrópole do país. Mas o seu campo de visão neste momento é simbólico: três quadros com imagens que fez quando viveu nas aldeias, estantes recheadas de vasos de cerâmica e um grande mural com penachos, colares, brincos e outros artigos feitos por indígenas. A maioria deles —mas nem todos, ela pondera— veio dos yanomami. “Eu tenho uma ligação muito forte com eles. Fiz isso pela história da minha vida, porque assim como os índios [que perderam parentes no contato com não índios] eu também perdi os meus parentes judeus”, conta. Um extrato de seu trabalho será exposto a partir de hoje no Instituto Moreira Salles, em São Paulo.
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