Em meio à crise pandêmica, a preocupação do presidente é garantir a reeleição, diz o filósofo
Por: Patricia Fachin, em IHU On-Line
O autoritarismo que caracterizou alguns governos no século XX é o mesmo que dá o tom do governo Bolsonaro. Na crise pandêmica, as características autoritárias do presidente se assemelham às ações do ministro da Propaganda na Alemanha nazista, Joseph Goebbels, que “uma vez nos palácios, escolhe a mídia subserviente para financiar, ataca os demais setores da imprensa dizendo-os mentirosos e indignos de fé”, diz o filósofo Roberto Romano ao Instituto Humanitas Unisinos – IHU. Assim como aconteceu durante o fascismo, compara, “massas brasileiras são movidas pela desobediência às leis, à ordem institucional, às informações científicas e aos relatos dos jornais que ainda resistem ao poder mentiroso”. Em meio à crise, diz, para o presidente, “pouco importa se milhares ou milhões morram pelo vírus. Urge a sua sobrevivência e confirmação na chefia do país na próxima eleição”, resume. E complementa: “Num delírio ainda pior, Bolsonaro afiança a unidade de sua existência com a Constituição. Ele é a Constituição. E como sempre na passagem para a tirania se acumula no governo muito ódio contra o saber científico”.
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