A precarização do trabalho do jornalista e a digitalização

Novo retrato de uma velha profissão: pejotização, enxugamento de redações e profissionais sem tempo e autonomia, submetidos a lógicas embrutecedoras. Uso de Inteligência Artificial para produzir textos pode degradar mais a atividade

por José Augusto Camargo*, em Outras Palavras

O fantasma da precarização ronda o mundo do trabalho. Atendendo pelo neologismo de “uberização” (surgido a partir do nome da plataforma digital Uber, criada nos EUA em 2009), o termo designa a relação de prestação de serviço para uma empresa-plataforma digital de trabalho sem a devida contratação formal. No caso dos jornalistas, as plataformas de trabalho não estão atuando diretamente sobre a mão de obra desta categoria profissional, ou seja, não estão arregimentando trabalhadores freelancer para produzir notícias. Entretanto, há outros tipos de plataformas que estão alterando completamente a forma de difusão e o consumo da notícia que, consequentemente, impactam o trabalho do jornalista. Google, Facebook, WhatsApp, que possibilitam a troca de mensagens instantâneas, se colocam como um dos principais meios pelo qual a população se informa sobre os acontecimentos diários, substituindo os veículos tradicionais de comunicação, como jornal e revista impressos, rádio e TV.

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Projeto Ctrl+X promove debate sobre assédio judicial nesta quarta-feira

Abraji

Na próxima quarta-feira, 8.dez.2021, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) realizará uma live, com a participação de especialistas do direito e do jornalismo, para discutir a perseguição judicial contra jornalistas. O evento marcará o lançamento da nova fase do projeto Ctrl+X, que criou ferramentas para mapear processos judiciais com características de assédio a jornalistas e meios de comunicação. O encontro virtual será transmitido pelo canal da Abraji no YouTube, a partir das 17h.

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Sem segurança não existe pauta

Cartilha de segurança no campo e digital consolida alguns protocolos adotados ao longo dos anos pela Agência Pública; adquira gratuitamente

Por Thiago Domenici, Adriano Belisário, Lucas Teixeira, Caco Bressane, Ciro Barros, José Cícero da Silva, Julia Dolce, Agência Pública

Criada por repórteres mulheres em 2011, a Agência Públicaé a primeira agência de jornalismo investigativo sem fins lucrativos do Brasil. Nossas reportagens investigativas são pautadas pelo interesse público e feitas com base na rigorosa apuração dos fatos e na defesa intransigente dos direitos humanos. Em reconhecimento a esse trabalho, somos hoje o veículo mais premiado no Brasil de acordo com o ranking da Jornalistas & Cia de 2019. 

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Ameaça de Bolsonaro a repórter faz parte de estratégia de criar “inimigo comum”, diz diretor da Repórteres sem Fronteiras

Para Emmanuel Colombié, diretor para a América Latina da organização internacional, poucos governantes no mundo ameaçaram jornalistas diretamente: “Os únicos lugares do mundo onde isso acontece são ditaduras e países autoritários”.

Por Rafael Oliveira, Agência Pública

Em dezembro do ano passado, Jair Bolsonaro disse a um jornalista que ele tinha “uma cara de homossexual terrível”. Em fevereiro, fez insinuações sexuais contra a repórter Patrícia Campos Mello. No último domingo (23), as recorrentes hostilidades do presidente da República contra a imprensa e seus profissionais alcançaram um novo patamar. “Tenho vontade de encher a tua boca com uma porrada”, afirmou o mandatário após ter sido questionado sobre os depósitos feitos por Fabrício Queiroz na conta da primeira-dama Michelle no valor de R$ 89 mil – pergunta que continua em aberto.

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STF encaminha denúncia contra Bolsonaro à PGR por ofensa a jornalista

Por Erick Mota, no Congresso em Foco

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, encaminhou ao procurador-geral da República, Augusto Aras, uma denúncia contra o presidente Jair Bolsonaro por ter ameaçado agredir um jornalista. “A vontade que eu tenho é de encher sua boca de porrada”, disse o presidente ao repórter Daniel Gullino, do jornal O Globo, que perguntou sobre os cheques depositados por Fabrício Queiroz à primeira-dama Michelle Bolsonaro.

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Jornalista não almoça com o poder. Por Elaine Tavares

Em Palavras Insurgentes

Eu tinha 20 anos quando comecei a trabalhar na TV. Foi em Caxias do Sul, uma cidade de porte médio. Ainda assim, em pouco tempo percebi que a gente, que aparecia na telinha, era uma espécie de celebridade. As pessoas nos tratavam de maneira diferente. Nas lojas, nos restaurantes, na igreja. Lembro que a cada estação, a empresa de malhas Petenatti, mandava sua coleção de presente e as vinícolas – dezenas delas – mandavam caixas de vinhos nas festas especiais. No começo eu achava bem bacana. Não compreendia ainda que aquilo era só uma maneira – nada sutil – de comprar nossa simpatia.

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Os carregadores de voz

por Elaine Tavares, em Palavras Insurgentes

O jornalismo é um fazer que, segundo o teórico Adelmo Genro Filho, deveria ser uma forma de conhecimento capaz de transitar entre o singular, o particular e o universal. Ou seja, aquilo que é único no acontecimento, sendo mostrado na relação com o todo. Só assim o leitor, espectador ou ouvinte poderá compreender o que realmente aconteceu, porque terá à sua disposição toda atmosfera do fato. A universalidade. Fazer jornalismo assim não é para qualquer um. Precisa estofo. Isso significa que a pessoa que escreve, narra e descreve, tem de carregar dentro de si uma boa bagagem intelectual. Há que ter lido muita literatura, muitos livros de história, há que conhecer em profundidade os grandes dramas do seu espaço geográfico, há que ter capacidade de descrição profunda da realidade. 

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