Estudo revela que 70% dos jovens assassinados em Belo Horizonte são negros

Capital é mais perigosa que Rio e São Paulo para essa parcela da população. As regiões de maior incidência de crimes do tipo são a Granja de Freitas, Barreiro e Aglomerado da Serra

por Gustavo Werneck e Junia Oliveira, em Estado de Minas

Duplamente vulneráveis: se a juventude já é uma época da vida considerada mais suscetível a mortes violentas em países como o Brasil, jovens negros estão ainda mais expostos ao risco. É o que mostra relatório feito pela primeira vez em Belo Horizonte, indicando que 70% das pessoas assassinadas na capital na faixa dos 15 aos 29 anos são negras. As regiões de maior incidência de crimes do tipo são a Granja de Freitas e o Bairro Taquaril, no Leste da capital, áreas da Região do Barreiro e o Aglomerado da Serra, na Centro-Sul. “São mortes evitáveis, um potencial de vida desperdiçado pela negligência do poder público e indiferença da sociedade”, ressaltou, ontem, a presidente da Comissão Especial de Estudo do Genocídio da Juventude Negra e Pobre da Câmara Municipal, vereadora Áurea Carolina (Psol), ao citar dados do trabalho que teve a participação do professor doutor Rodrigo Ednilson de Jesus, da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). (mais…)

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Polícia para quem?

Uma delegada crítica reflete sobre a guerra civil não declarada que mata jovens negros, mas também policiais pobres. A que interesses serve o combate violento aos “bandidos”?

Por Bianca Braile**, na revista Piseagrama, parceira editorial de Outras Palavras

O Brasil tem uma experiência democrática muito curta: são mais de 400 anos de história de rupturas e revoltas, governos autoritários, violência e impunidade. Após o período de redemocratização do país e a promulgação da Constituição Federal de 1988, as instituições brasileiras passaram a buscar, aos trancos, barrancos e tropeços, a superação desse arraigado autoritarismo. É difícil encontrar tarefa mais árdua, já que nossa estrutura social foi forjada no bojo de regimes violentos, fortemente hierarquizados e excludentes. O desafio de mudança de paradigma nas instituições responsáveis pela promoção de direitos e de cidadania ¬¬– dentre elas, a polícia – segue assombrando todo o sistema político e social. (mais…)

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Genocídio e violência no Brasil. Desigualdade e preconceito perpetrados pela sociedade e pelo Estado

IHU On-Line

Quem passeia pelas cidades brasileiras rapidamente se dá conta dos efeitos práticos de um sistema alicerçado na violência: grades, muros, ruas com cancelas, milícias fazendo as vezes de segurança privada nos bairros de classe média e alta. Grades, muros, toques de recolher, chacinas em bares nos bairros de classe baixa. O contraponto ao genocídio de jovens negros, índios, mulheres e outras minorias é um país estruturado de alto a baixo para operar, geração após geração, esse genocídio. (mais…)

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Aos 20 anos, o que comemora um jovem negro?

Por Marco Aurélio Barreto Lima, no Justificando

Completar um aniversário, especialmente quando se é jovem, é um momento que costuma ser alegre, traduz as realizações do último ano e marca a esperança que se aponta para o próximo período, os sonhos a serem alcançados e o futuro que nos aguarda. Não se engane, quando digo geralmente alegre, refiro-me ao fato de que a esperança, o sonho e o futuro são palavras vagas para boa parte de nossa juventude, a quem é negado o direito de conhecer os conceitos por trás desses termos. (mais…)

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Por que a PM é tão avessa aos direitos humanos?

Almir Felitte – Justificando

Na última terça-feira (27), o centro de São Paulo foi testemunha de mais um assassinato pelas mãos da Polícia Militar. Em ação na Favela do Moinho, Leandro de Souza Santos, 18 anos, acabou sendo morto por policiais da ROTA. Segundo a Ouvidoria da PM, há denúncias de que, antes de morto, ele teria sido torturado com o uso de um martelo. O caso se soma às mais de 3 mil mortes anuais decorrentes de ações policiais no país. (mais…)

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