Análise de um jornalismo colonizado. Por condenar os crimes de Israel, Lula é tachado de “parcial e antiocidental”. Bairros palestinos são “redutos de terroristas”. O massacre de Gaza é “resposta” aos bárbaros. E as operações do Mossad tornam-se aventuras hollywoodianas…
por Osnan Silva de Souza, em Outras Palavras
No dia 27 de setembro deste ano, Lourival Sant’Anna publicou no Estadão um artigo intitulado “Boicote do Brasil ao discurso de Netanyahu é amostra dos ressentimentos antiocidentais de Lula”. O jornalista, que, para além do mencionado veículo, também faz análises para a CNN Brasil, apresenta-se como um grande campeão na luta pela democracia e liberdade. Trata-se, com efeito, de um grande defensor dos nobres valores ocidentais. As reflexões do colunista foram publicadas três dias após o discurso do presidente da República na abertura do debate dos chefes de Estado e de governo da 79ª edição da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), que ocorreu em Nova York. Na ocasião, o chefe do Executivo brasileiro dirigiu-se “em particular à delegação palestina, que integra pela primeira vez essa sessão de abertura, mesmo que ainda na condição de membro observador” (Agência Gov, 24 set. 2024). Além disso, no dia seguinte, Lula da Silva denunciou, com veemência, o massacre em curso em Gaza: “acho que os países que dão sustentação ao discurso do primeiro-ministro Netanyahu precisam começar a fazer um esforço maior para que esse genocídio pare” (CNN Brasil, 25 set. 2024). (mais…)
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