Saúde global: a nova infiltração das corporações

Em cúpula paralela à Assembleia da ONU, países aprovaram documento que promove reforma no funcionamento do sistema multilateral. Suas diretrizes promovem a intrusão do poder corporativo nas decisões globais – inclusive na Saúde

Por Gonzalo Terrón e Pedro Villardi, para a coluna Saúde não é mercadoria, em Outra Saúde

Nos últimos tempos, com o avanço da ultradireita, temos visto os ataques ao sistema multilateral intensificaram-se tanto no Sul quanto no Norte globais. Em uma de suas primeiras ações no governo, em meio à pandemia de COVID-19, Trump retirou o financiamento dos EUA da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em maio deste ano, durante a Assembleia Mundial da Saúde, grupos de ultradireita organizaram manifestações contrárias ao evento, além de disseminarem teorias conspiracionistas sobre uma tentativa de assassinato do primeiro-ministro da Eslováquia, por supostamente não ter aderido ao chamado Tratado das Pandemias. Por isso, é cada vez mais urgente repensar a governança global para que o multilateralismo ofereça respostas às múltiplas crises que caracterizam a atualidade. (mais…)

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Recompor o bem comum contra a fragmentação neoliberal – Parte I. Entrevista especial com Célio Turino

Para o pensador e pesquisador, desvendar os enigmas e atravessar as encruzilhadas de nosso tempo passa por considerarmos as experiências exitosas de povos de nativos do continente latino-americano

Por: IHU e Baleia Comunicação

Embora a democracia pareça a única forma coletiva de deliberação, isso não é verdadeiro. No ocidente, na forma do Estado como conhecemos, as contradições da democracia representativa são gritantes e nos desafiam. É possível, porém, pensar outras formas de organização e representação social. (mais…)

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Políticos como Marçal vendem projeto de riqueza ultraliberal, diz Isabela Kalil

Antropóloga critica discursos de prosperidade que prometem luz no fim do túnel, mas não são possíveis para maioria

Por Por Andrea DiP, Clarissa Levy, Claudia Jardim, Ricardo Terto, Stela Diogo, Agência Pública

As eleições municipais deste ano escancaram um certo esvaziamento político, a ausência de propostas e o excesso de performances voltadas às redes sociais. Essa é a visão da antropóloga e uma das principais pesquisadoras da extrema direita no Brasil, Isabela Kalil, que conversa com o Pauta Pública. (mais…)

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“Se a gente não lutar, nossos filhos e nossos netos serão escravos digitais”, avisa o sociólogo Ricardo Antunes

Por Maria Carolina Santos, no Marco Zero

Desde os anos 1970 o sociólogo Ricardo Antunes, professor titular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pesquisa as relações de trabalho. Acompanhou a ascensão dos movimentos sindicais do ABC Paulista e do trabalho feito em computadores, as mudanças provocadas pela pandemia e o home office. Autor de mais de uma dúzia de livros, nos últimos anos ele vem investigando as plataformas digitais como uber e ifood. E está consternado com o que está acontecendo.

Para o experiente pesquisador, a precariedade do trabalho nas plataformas digitais só encontra paralelo lá na Revolução Industrial, há mais de 200 anos. “O capitalismo de plataforma tem algo em comum com a protoforma do capitalismo: a exploração ilimitada do trabalho”, avalia. (mais…)

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Dunker: Olimpíadas, saúde mental e neoliberalismo

Da reverência a Rebeca Andrade ao mar sem ondas no surfe, uma visão psicanalítica sobre os esportes olímpicos e como eles refletem a sociedade desigual e ultracompetitiva. E mais: por que o neoliberalismo não venderá remédio para superar sua própria crise

Christian Dunker, em entrevista a Gabriela Leite e Glauco Faria, no Outra Saúde

O mundo pode assistir, em Paris, a parte da história de redenção de uma das maiores ginastas de todos os tempos. A estadunidense Simone Biles, que havia abandonado algumas das competições nas Olimpíadas de 2020 em Tóquio para tratar sua saúde mental, voltou em 2024 em todo o seu esplendor. Recebeu quatro medalhas, três delas de ouro. E protagonizou uma das cenas mais icônicas dos jogos, durante a vitória de Rebeca Andrade na final do solo. Ao subir no segundo degrau do pódio – o primeiro da ginástica com três mulheres negras em Olimpíadas –, prestou uma bela reverência à brasileira vencedora do ouro, junto de sua conterrânea Jordan Chiles. Ao final, esta última perdeu sua medalha de bronze para a atleta romena Ana Barbosu, após pedido de revisão. (mais…)

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“O Estado retorna com todas as suas formas mais brutais, incluindo a guerra”. Entrevista com Paolo Gerbaudo

IHU

Paolo Gerbaudo é pesquisador sênior da Faculdade de Ciência Política e Sociologia, da Universidade Complutense, com passagem pelo King’s College London. No ano passado, publicou Controlar y proteger: El retorno del Estado (Verso).

Para ele, a crise financeira de 2008 e a pandemia revelaram as deficiências do neoliberalismo e das inércias globais e, mais do que em uma transição, estamos em um novo mundo. A Pax Americana morreu e abriu passagem a um conflito entre blocos em que o Estado, com suas formas mais severas e brutais, volta a ocupar um papel central. (mais…)

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Crescimento: seis décadas de ilusões

Ideia de que o aumento do PIB é o objetivo central da Economia remonta aos anos 1950. Deformou conceitos de Keynes. E, depois de multiplicar a desigualdade e minar a democracia, terminou em… estagnação. Como revertê-la agora?

por Ann Pettifor, em Outras Palavras

“Crescimento” é um termo usado por economistas que têm em vista uma atividade econômica ampliada: um aumento no investimento, emprego, bens e serviços. Também é usado, de forma pejorativa, por ambientalistas convencidos de que a expansão interminável da atividade econômica em um mundo com recursos finitos é insustentável. Eles empregam mais comumente seu antônimo, “decrescimento” – como em The Future Is Degrowth: A Guide to a World beyond Capitalism [“O futuro é decrescimento: Um guia para um mundo além do capitalismo”]. O uso e a evolução de “crescimento” e sua ligação com o PIB representam uma etapa importante no surgimento do sistema atual de governança econômica global, baseado nas expectativas de “crescimento” contínuo, por sua vez facilitado pela desregulamentação financeira e mobilidade de capital. Tal “crescimento”, no contexto do capitalismo financeirizado, levou a desequilíbrios ecológicos, sociais e econômicos que ameaçam provocar colapso sistêmico. (mais…)

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