Plataformas digitais mobilizam o que há de mais arcaico nas relações de trabalho. Entrevista especial com Ricardo Festi

Com trabalhadores deixados à própria sorte, cabe a cada um gerir seu tempo, seu espaço e seus equipamentos, responsabilizando-se por aquilo que deveria ser papel das empresas e do Estado, destaca o pesquisador

Por: IHU e Baleia Comunicação

A redução da jornada de trabalho voltou à agenda pública após o término das eleições municipais. A pauta, que tem origem no movimento Vida Além do Trabalho (VAT), criado pelo vereador eleito Rick Azevedo (PSOL-RJ), e na proposta da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), já atingiu o número mínimo de assinaturas para avançar na Câmara dos Deputados. O projeto pretende pôr um fim à jornada de trabalho 6×1, que tem galvanizado condições de trabalho extenuantes e precarizadas do trabalho. (mais…)

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A Desconstrução do Sentido de Viver em Coletividade como Estratégia da Extrema Direita a Serviço de um Liberalismo Total e contra a Democracia. Por Cândido Grzybowski

Sentidos e Rumos

Na semana passada, aqui no Brasil, vivemos duas expressões opostas das contradições e possibilidades políticas em que estamos mergulhados. De um lado, o simbolismo, a relevância e o reconhecimento do lugar do Brasil democrático no mundo, sob liderança do Presidente Lula, na presidência do G20, num mundo em turbulência geopolítica. De outro, a investigação e o indiciamento pela Polícia Federal dos envolvidos na trama golpista contra a democracia, urdida a partir do Palácio do Planalto com o conluio decisivo de militares de alta patente, diante da perda na disputa eleitoral para a presidência, em fins de 2022 e posse do Lula no início de 2023. Não há como ignorar os intensos debates que daí resultaram. Mas o que de mais relevantes estes fatos revelam é uma sensação de perplexidade, como cidadanias do Brasil. Há pouco saímos de um processo eleitoral municipal com resultados que refletem a perda de rumo e intensidade da democracia que estamos vivendo. Pois não dá para esquecer que estamos encurralados tanto pela extrema direita, com seu discurso destrutivo, como pelo “mercado” insaciável em busca de acumulação, exigindo o tal ajuste fiscal. Tais processos impedem qualquer política ecossocial virtuosa em busca de direitos iguais na diversidade, que tanto precisamos. (mais…)

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A modernidade brasileira se ergue entre a digitalização e as ruínas da sociedade industrial. Entrevista especial com Marcio Pochmann

Para o professor, pesquisador e atual presidente do IBGE, um dos nossos maiores desafios é enfrentar o analfabetismo digital, que atinge 3 a cada 4 brasileiros

Por: IHU e Baleia Comunicação

A primeira metade do século XX foi marcada por uma transição econômica nacional que tinha como horizonte a mudança de uma matriz meramente agrária para uma sociedade industrial. A síntese desse projeto, de algum modo, cabe no que se chamou “Era Vargas”, em alusão ao presidente Getúlio Vargas. Tratava-se de um projeto que tinha como objetivo a construção de uma sociedade urbana e industrial. Na década de 1960, João Goulart, o Jango, colocou em pauta as reformas de base, que jamais seriam colocadas em prática. O projeto industrial, com os militares, ganhou um contorno mais dependente, com o financiamento do Fundo Monetário Internacional – FMI, mas, ainda assim, comprometido com a indústria nacional. O começo da ruína do projeto industrial viera com a radicalização do neoliberalismo no Brasil nos anos 1990. (mais…)

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SUS: Quem tem medo da Carreira Única

Num debate em Fortaleza, surgem dois consensos. Para oferecer atendimento digno em todo o país, a Saúde Pública precisa garantir perspectivas e mobilidade a seus profissionais. Mas o Estado neoliberal brasileiro rejeita a lógica dos direitos…

por Guilherme Arruda, Outra Saúde

Como enfrentar a dificuldade crônica de garantir quantidade adequada de profissionais no Sistema Único de Saúde (SUS) – em especial nas regiões mais vulneráveis e afastadas? Um consenso crescente entre entidades sindicais, gestores da Saúde e movimento sanitário sugere que é preciso apresentar um plano de carreira único para toda a rede. Ele deverá valorizar e garantir melhores condições de atuação para os trabalhadores da saúde pública em cada canto do país. Em janeiro, o debate começou a tomar contornos mais concretos com a criação da Comissão para Discussão e Elaboração de Proposta de Carreiras no âmbito do SUS (CDEPCA/SUS), composta por uma ampla representação da sociedade e dos órgãos de Estado. (mais…)

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Emílio Ribas: 10 anos à espera de uma reforma

Uma ala do hospital paulista foi fechada, com a promessa de que haveria uma grande ampliação. Uma década depois, nada mudou. Servidores protestam pelo atraso, além do desmantelamento geral de um dos serviços de referência em infectologia no Brasil

por Gabriel Brito, Outra Saúde

Em São Paulo, servidores do Instituto de Infectologia Emílio Ribas prepararam um protesto inusitado: um desaniversário de uma promessa de ampliação do hospital, feita pelo governo do estado em 2014. “Montaram um plano de reforma que consistia em fechar uma das alas do hospital. Operávamos com 192 leitos e, na época, esse número caiu pela metade, em torno de 100. A promessa era que, ao final da obra, chegaríamos a 300 leitos e um hospital totalmente novo, maravilhoso. Mas não passamos da promessa em 10 anos. Por isso fizemos uma manifestação em comemoração a este aniversário, cantando parabéns e bolo”, sintetizou a médica Claudia Mello. (mais…)

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São Paulo: caos elétrico, poda de árvores e neoliberalismo

Por trás da interrupção prolongada do abastecimento de energia estão dois fatos ignorados pela mídia. Ao desmonte do manejo arbóreo público, seguiu-se uma lei da bancada governista – que beneficiou ENEL e construtoras, mas desorganizou um setor vital da prefeitura

por Mateus Muradas, em Outras Palavras

No final de 2023 e novamente na última semana, a cidade de São Paulo enfrentou apagões, após tempestades e quedas de árvores na cidade. Num jogo de empurra entre ENEL e prefeito Ricardo Nunes, pouco se falou sobre a real origem do problema, que foi a alteração da Lei das Podas. O problema causado pelo governo Nunes, tem data de nascimento, no dia 27 de abril de 2022, quando a base de vereadores do governo aprovou alterações significativas na Lei das Podas Urbanas. Mas o que mudou nesta lei? (mais…)

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Brasil: Os trilhões fora do pente-fino

Popularidade de Lula pode ser abalada com a busca frenética pelo déficit zero. Os cortes em programas sociais já começaram. Mas o financismo é poupado e os R$ 2,9 trilhões em calote tributário, a maior parte de corporações, estão fora do radar

por Paulo Kliass, em Outras Palavras

A reiterada obsessão manifestada – dia sim, outro também – pelo ministro Fernando Haddad com a implementação da austeridade fiscal extremista vai criando um conjunto amplo de problemas para a agenda governamental. A adesão unilateral aos diagnósticos e às propostas do campo do financismo provocam consequências sérias e danosas para qualquer programa de natureza desenvolvimentista do governo. Afinal esta era uma das grandes esperanças depositadas pela maioria da população brasileira ao confiar um terceiro mandato para o presidente Lula em outubro de 2022. (mais…)

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