Identificação de jovens com o fascismo é sintoma de uma época em que gerações temem o futuro. Entrevista especial com Rose Gurski

“O fascismo contemporâneo é o nome político do desespero produzido pela precariedade do laço social”, sintetiza a psicanalista e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Por: Patricia Fachin, em IHU

Múltiplas são as formas de explicar o desejo pelo fascismo, aquela atração que jovens e adultos sentem pelo autoritarismo. À luz da psicanálise, esse sentimento pode ser compreendido como “a nomeação de um sintoma político que descreve uma parte da gramática do desamparo contemporâneo”, diz Rose Gurski. É nesse terreno de desamparo e fragmentação que novos fascismos emergem, segundo a psicanalista. “Eles prosperam não mais como ideologias centralizadas, mas como formas afetivas e micropolíticas de gozo autoritário disseminadas nas redes e nos discursos cotidianos”, afirma. (mais…)

Ler Mais

O manual das Big Techs para impedir leis de remuneração à imprensa

Meta e Google fizeram campanhas, ameaçaram bloquear notícias e fecharam acordos para influenciar leis em quatro países

Por Krisna Adhi Pradipta, Raymundus Rikang, Tempo, Anton Nilsson, Crikey, Carly Penrose, The IJF, Natalia Viana, Agência Pública

Na última década, enquanto as empresas de mídia lutavam para ganhar dinheiro em um mercado digital em transformação, governos propuseram leis para exigir que as Big Techs paguem aos veículos de comunicação pelo uso do seu conteúdo. (mais…)

Ler Mais

“Alugando o inimigo”: como o Google pagou milhões à imprensa para evitar a regulação

‘Google Destaques’ criou dependência financeira e ajudou a empresa a escapar de regras de compensação ao jornalismo

Por Anton Nilsson, Crikey, Carly Penrose, The IJF, Krisna Adhi Pradipta, Tempo, Natalia Viana, Agência Pública

Em 2022, Luiz* ficou entusiasmado ao saber que seu jornal local no Brasil seria contemplado com um contrato com uma das empresas mais poderosas do mundo. Assim como em outros países, muitos pequenos veículos de imprensa brasileiros mal conseguiam juntar recursos para sobreviver. A oferta de dinheiro de uma empresa como o Google parecia um milagre. (mais…)

Ler Mais

Como as Big Techs mataram o PL das Fake News

PL 2630 mudou a relação das big techs com a extrema direita e expôs estratégias de lobby contra regulações

Por Laura Scofield, Natalia Viana | Edição: Marina Amaral, Agência Pública

Quando Jair Bolsonaro entrou no escritório do Facebook em Brasília, no imponente Corporate Financial Center, no fim da tarde de 2 de abril de 2025, a tensão era grande. Para a liderança da Meta no Brasil, era crucial que o encontro não saísse nos jornais. Afinal, Bolsonaro era réu por tentar um golpe de Estado com ajuda dos militares, e um encontro amigável mandaria a mensagem errada apenas meses depois de Mark Zuckerberg dizer que se aliava ao governo Donald Trump. (mais…)

Ler Mais

‘Mais que adultização, é pedofilização’: especialista aponta silenciamento da violência contra crianças nas redes

Anderson Barcelos Martins defende regulação das plataformas para conter discurso de ódio e proteger os pequenos

Brasil de Fato

Depois que o influenciador Felipe Bressanin, o Felca, dominou todas as conversas e sacudiu o país com seu documentário Adultização, até a Câmara dos Deputados se mexeu e aprovou nesta semana o PL 2.628. Através do projeto, as plataformas devem assumir obrigações e criar mecanismos capazes de proteger crianças e adolescentes no ambiente digital. (mais…)

Ler Mais

PL 2628: Big techs pressionam para excluir trechos de lei de proteção a crianças nas redes

Empresas se opõem a reter dados de pedófilos e pedem balanço entre proteção e interesse financeiro, revelam documentos

Por Laura Scofield | Edição: Ed Wanderley, Agência Pública

As big techs não querem ter que guardar dados de usuários ligados ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes para repassar às autoridades competentes. É o que revelam documentos, acessados pela Agência Pública, com sugestões das empresas ao projeto de lei 2.628/2022, que pode ser votado nesta semana na Câmara dos Deputados. A proposta visa proteger crianças e adolescentes nas redes sociais e teve a tramitação acelerada após o vídeo do influenciador Felca dominar o debate público sobre adultização e sexualização deste público. (mais…)

Ler Mais

Mudanças nos padrões de sociabilidade juvenil: da melancolia societal à invisibilização dos diferentes. Entrevista especial com Ricardo Severo

Plataformização e mídias sociais são construídas para dar visibilidade a tópicos que geram raiva, ansiedade e medo e t​êm transformado o comportamento social dos jovens, diz sociólogo

Por: Patricia Fachin, em IHU

“Há uma mudança significativa do comportamento que não se restringe à juventude, mas que é mais evidente junto aos jovens, de melancolia societal”. Esse estado de espírito que tem marcado o comportamento social no período recente é potencializado pelo uso cada vez mais frequente das redes sociais que, segundo Ricardo Severo, “são construídas para dar visibilidade a tópicos que geram raiva, ansiedade, medo e sentimentos negativos”. A resposta emocional que emerge da interação social plataformizada, explica, é a “constituição de câmaras de eco de indivíduos que compartilham opiniões semelhantes e que tendem a invisibilizar os diferentes, com relevância, comumente, para opiniões extremadas, com maior alcance aos tópicos ligados à extrema-direita”. (mais…)

Ler Mais