Golpe interrompido: Qual seria o papel das polícias? Por Almir Felitte

Um general do Comando Terrestre era peça importante na trama golpista. Seu papel: coordenar as PMs, inclusive com eventual espionagem sobre governos estaduais. Revelação obriga a perguntar: pode a democracia conviver com a militarização da segurança pública?

Em Outras Palavras

Nas últimas semanas, novas revelações de Mauro Cid sobre a tentativa de golpe orquestrada por Jair Bolsonaro com militares em 2022 recaíram sobre um dos Comandos do Exército Nacional. Segundo relatório da PF, o General Estevam Theophilo, na época à frente do Comando de Operações Terrestres (COTER), teria se colocado à disposição de Bolsonaro para viabilizar a estratégia golpista em uma reunião com o ex-presidente em dezembro daquele ano. (mais…)

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Luiz Eduardo Soares: Reforma na Segurança, um debate inadiável

Alguns temem que contrariar corporações militares desestabilize governos. Por isso, elas se autonomizam, colocando em risco a democracia. É hora de outra concepção de Defesa, que dê fim à insubordinação e aos intentos da caserna de “moderar” o poder civil

Por Luiz Eduardo Soares*, no Portal Grabois

A maior parte da opinião pública politizada que se identifica com o campo progressista e democrático talvez ainda não tenha compreendido a natureza institucional dos problemas graves de insegurança que vivemos no país. O fato é que convivemos há tanto tempo com um dragão adormecido na sala de visitas, que nos acostumamos a falar baixo e contorná-lo para evitar que desperte e faça sabe-se lá o quê. Não é confortável, mas muitas coisas na vida tampouco o são, mesmo assim aprendemos a normalizá-las. O dragão entre nós são os enclaves institucionais representados pelas Forças Armadas e pelas polícias. Enclaves porque, embora essas corporações e os limites de sua atuação estejam estabelecidos na Constituição, elas têm se mostrado refratárias à autoridade civil e política, e portanto às determinações constitucionais. (mais…)

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A morte, como solução barata, serve de trampolim político às polícias – Parte 2. Entrevista especial com Jacqueline Muniz

Os desdobramentos do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes ultrapassam a tragédia familiar e revelam como, no Rio de Janeiro, polícia e política são gêmeos siameses

Por: IHU e Baleia Comunicação

Nesta segunda parte da entrevista com Jacqueline Muniz, a antropóloga aprofunda o debate sobre as relações entre a polícia e a política em uma espécie de mercado da morte. “A solução ‘morte’ tem sido uma solução barata. Como eu digo: quem mata tem o mérito de limpar a sociedade do crime, quem morreu mereceu. O ‘bandido bom é bandido morto’ tem elevado a rentabilidade política eleitoral, porque produz queima de arquivo, mata-se a galinha dos ovos de ouro da investigação, do trabalho de inteligência”, pondera. (mais…)

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Caso Marielle: o Estado organiza o consórcio do crime que movimenta a economia da matança – Parte I. Entrevista especial com Jacqueline Muniz

Na última semana saiu a condenação dos executores de Marielle Franco e Anderson Gomes – Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, mas o julgamento dos investigados por serem os mandantes do crime ainda não tem data marcada

Por: IHU e Baleia Comunicação

Os autores do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, em março de 2018, foram julgados e condenados em 30 outubro passado. Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram condenados pelo Tribunal do Júri, a 78 anos e 9 meses de prisão e 59 anos e 8 meses de prisão, respectivamente. No entanto, o tempo em regime fechado será menor, entre outras razões, pela delação premiada que ambos realizaram, mas que precisará ser provada criminal e juridicamente. Os acusados de serem os mandantes do crime, o delegado Rivaldo Barbosa, o parlamentar Chiquinho Brazão e seu irmão, conselheiro do Tribunal de Contas do RJ, Domingos Brazão, serão julgados pelo Supremo Tribunal Federal – STF, tendo em vista que um dos acusados é deputado federal. (mais…)

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Segurança: O preço das duas décadas de atraso

Há 21 anos, Lula propunha um projeto audacioso de Segurança Pública mais cidadã. Agora, o resgata em reunião com governadores. Mas contexto mudou: aliança entre direita e corporações policiais tornou-se ativo político na guerra contra a democracia e direitos humanos

por Manuel Domingos Neto e Luiz Eduardo Soares, em Outras Palavras

Na quinta-feira passada (31/10), deu-se uma reunião marcada há 21 anos. A convite de Lula, governadores e o ministro da Justiça encontraram-se no Planalto para discutir a Segurança Pública. Essa reunião foi agendada e postergada, depois cancelada, no início do primeiro mandato de Lula, em 2003. O atraso de 21 anos diz muito sobre as dificuldades de enfrentar o problema. (mais…)

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Brasil sob o signo da morte: letalidade policial é uma das maiores do planeta. Entrevista especial com Marcos Rolim

Para o professor e pesquisador, a violência policial é um dos mais graves problemas brasileiros, sob o qual esquerda e direita se veem prostradas

Por: IHU e Baleia Comunicação

Um dos aspectos centrais da desigualdade brasileira, mas abordado de maneira pusilânime na mídia hegemonizada, é a letalidade de nossas políticas militares. Embora o Brasil tenha uma população menor que a dos Estados Unidos, nossas forças policiais são muito mais letais, em dimensões inimagináveis para qualquer pessoa que não seja brasileira. Só a Polícia de São Paulo, nos últimos 20 anos, matou mais que todas as polícias dos Estados Unidos, são 11,3 mil vítimas aqui contra 7,3 mil no país da América do Norte. (mais…)

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23,5 milhões vivem em áreas com facções ou milícia: ‘reflete carência do Estado e de políticas públicas’, diz pesquisador

Leonardo Carvalho comenta os dados revelados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública nesta segunda (2)

por Kaique Santos, em Brasil de Fato

Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira (2) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) revelou dados preocupantes em relação à percepção das pessoas sobre o local onde vivem. Pelo menos 23,5 milhões de brasileiros com mais de 16 anos vivem em áreas com a presença de facções criminosas ou milícias. (mais…)

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