O que há por trás da decisão da Assembleia Legislativa do Rio, de premiar – com dinheiro e promoções – policiais que matarem suspeitos? De que forma ela cria vantagens à banda corrupta da polícia? Como relembra que, em matéria de crimes de Estado, o Brasil não é inocente?
Por Luiz Eduardo Soares*, na Revista Dilemas
A sucessão de tragédias mundiais, sintetizada pelo nome Gaza, roubou de nós a força de palavras que nos permitissem manifestar repúdio, indignação e revolta, e que talvez nos ajudassem a elaborar o luto e a lidar com efeitos traumáticos. O esvaziamento da linguagem diante da dimensão indescritível e incalculável das atrocidades genocidas perpetradas contra o povo palestino coincide com a revogação das leis internacionais e com a substituição de política e diplomacia por força e arrogância imperial. A magnitude da carnificina embota as vozes da resistência e refrata as mazelas que testemunhamos em nosso país. (mais…)
