Durante dois meses, repórteres da Agência Pública acompanharam a rotina de adolescentes que se arriscam no trabalho para aplicativos de entrega
Por Bianca Muniz, José Cícero, Agência Pública
Enquanto um grupo de entregadores, que utilizam bicicletas com a finalidade de trabalhar para empresas de aplicativos de delivery, conversava no Largo da Batata, região de Pinheiros, Zona Oeste de São Paulo, *Diego dividia a atenção entre o papo e o celular. O diálogo com os colegas de labuta era sobre a redução de chamadas nos últimos dias e o aumento da concorrência nas ruas. A turma, que reunia cerca de oito homens, se desfazia à medida que os pedidos chegavam. Depois de alguns minutos parado, chegou a vez de Diego ir até o estabelecimento para retirar a entrega. Depressa, pegou a mochila térmica – pendurada no galho de uma pequena árvore – , e saiu em disparada até o endereço, cerca de 2 km do restaurante. Em 10 minutos, o entregador havia executado a demanda e estava livre para a próxima solicitação.
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