Aplicativos de delivery: a nova faceta do trabalho infantil

Durante dois meses, repórteres da Agência Pública acompanharam a rotina de adolescentes que se arriscam no trabalho para aplicativos de entrega

Por Bianca Muniz, José Cícero, Agência Pública

Enquanto um grupo de entregadores, que utilizam bicicletas com a finalidade de trabalhar para empresas de aplicativos de delivery, conversava no Largo da Batata, região de Pinheiros, Zona Oeste de São Paulo, *Diego dividia a atenção entre o papo e o celular. O diálogo com os colegas de labuta era sobre a redução de chamadas nos últimos dias e o aumento da concorrência nas ruas. A turma, que reunia cerca de oito homens, se desfazia à medida que os pedidos chegavam. Depois de alguns minutos parado, chegou a vez de Diego ir até o estabelecimento para retirar a entrega. Depressa, pegou a mochila térmica – pendurada no galho de uma pequena árvore – , e saiu em disparada até o endereço, cerca de 2 km do restaurante. Em 10 minutos, o entregador havia executado a demanda e estava livre para a próxima solicitação.

(mais…)

Ler Mais

Campanha da OIT alerta para urgência de erradicar o trabalho infantil

ONU Brasil

Há, no Brasil, cerca de R$ 1,8 milhão de crianças e adolescentes com idades entre 5 e 17 anos em situação de trabalho infantil, segundo dados do IBGE de 2019 divulgados no ano passado. Desses, 706 mil (45,9%) estavam em ocupações consideradas como piores formas de trabalho infantil. Diante da realidade cruel e persistente, o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Justiça do Trabalho, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI) lançam, nesta terça-feira (1⁰), a campanha “Precisamos agir agora para acabar com o trabalho infantil!”. O objetivo é promover, por meio de ações de comunicação nas redes sociais, a conscientização da sociedade sobre a importância de se reforçar o combate a este problema no país e no mundo.

(mais…)

Ler Mais

Indígenas acusados de furtar espigas de milho dizem que fazendeiro usa trabalho infantil

O cacique Crídio Medina passou duas noites na delegacia de Terra Roxa (PR), sob a acusação de levar comida não levada por colheitadeira; os Guarani dizem que crianças colhiam o excedente da produção de uma fazenda ao lado para consumo próprio

Por Mariana Franco Ramos, em De Olho nos Ruralistas

O cacique Avá Guarani Crídio Medina, da aldeia Ywyraty Porã, localizada no município de Terra Roxa, no oeste do Paraná, foi preso na última quarta-feira (26) acusado de furtar espigas de milho de uma propriedade vizinha da comunidade. Segundo o irmão do cacique, Laucídio Medina, de 38 anos, ele dormiu duas noites na delegacia e foi liberado apenas por volta das 14 horas da sexta-feira.

(mais…)

Ler Mais

“Trampo na biqueira”: a exploração do trabalho infantil pelo tráfico de drogas. Entrevista especial com Ana Paula Galdeano

Por: Patricia Fachin, em IHU On-Line

O trabalho de adolescentes não é crime, o que o torna um crime é a exploração desses jovens e crianças como mão de obra barata. “É errôneo pensarmos que no Brasil o adolescente não pode trabalhar. Na verdade, temos uma legislação que diz que o jovem pode trabalhar a partir dos 14 anos até os 24 anos, desde que ele esteja em uma situação de  aprendizagem. Isso exige combinação entre frequência escolar e participação em instituição de formação profissionalizante”, esclarece a cientista social Ana Paula Galdeano. Para ela, essa exploração se dá em diferentes setores, desde fábricas até em lavouras e outras atividades.

(mais…)

Ler Mais