Do luto à luta: pelo fim do transfeminícidio

Há algo em comum entre os assassinatos de mulheres e os de transexuais, travestis e bichas – que sucumbem por performatizarem o feminino. Para certos machos, estamos todas condenadas a padecer no paraíso

Por Berenice Bento* – Outras Palavras

Deixem-nos respirar. Deem-nos tempo, um mínimo, para elaborar nossos lutos, chorar nossos mortos. Ainda quando estávamos estarrecidos, nos perguntando até quando Dandaras continuarão a ser assassinadas, temos que nos debruçar sobre outro corpo. Camila, a Camilinha, uma jovem transexual de Salvador, teve seu corpo perfurado por 15 balas. Seu corpo foi encontrado abandonado em uma BR. Uma bala não bastaria para matá-la? O que esta fúria materializada em balas significa? (mais…)

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O martírio de Dandara em Palmares

Covardia, socos, pedras e tiros calaram a alegria da travesti amada pela família e pelos vizinhos. Assassinos filmaram a execução em vídeo que se espalhou pelas redes sociais

Por Flávia Ayer, Fred Bottrel, enviados especiais, no EM

Fortaleza – Não passava das 5h quando Dandara Kataryne, de 42 anos, despertou no último dia 15. Pulou da rede onde dormia na sala de piso de concreto, passou o café e avisou à mãe que iria casa de Vitória, também no Conjunto Ceará, periferia de Fortaleza. “Vai com Deus, meu filho”, respondeu dona Francisca. Pela manhã e no fim do dia, Dandara ajudava a vizinha e amiga de infância nos afazeres domésticos para ganhar uns trocados. Há alguns anos, o corpo franzino, fragilizado pelo vírus HIV, contraído em São Paulo, impedia-a de ir à Praia de Iracema atender a seus clientes. (mais…)

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Oito de Março para Luana e Veronica

As mulheres negras elegeram o 25 de Julho; e as mulheres e homens trans, o 29 de Janeiro. No entanto, neste “Mês da Mulher”, vale refletir sobre estes dois casos emblemáticos

Por Carmela Zigoni* – Outras Palavras

Luana Barbosa dos Reis e Veronica Bolina não foram esquecidas. No entanto, a invisibilidade social que cerca a morte da primeira e a prisão da segunda fazem parte da lesbofobia e transfobia — determinantes, ao lado do racismo, das relações em nossa sociedade. A múltipla violação de direitos humanos pelas quais elas passaram são tijolos a mais na construção de uma sociedade racista e machista que cala diante de tamanha violência. O silêncio é quase generalizado, seja na imprensa de massa, seja nos próprios veículos alternativos de mídia, com poucas e exceções. Cabe aos movimentos LGBTI, ao lado de familiares e amigos, buscar manter a vivas suas histórias. (mais…)

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Parada LGBT do Rio defende aprovação de lei de identidade de gênero

Nielmar de Oliveira – Repórter da Agência Brasil

Dezenas de milhares de manifestantes ocuparam a orla da Praia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, na tarde deste domingo (11), durante da 21ª Parada do Orgulho LGBT Rio, que procurou chamar a atenção para a necessidade do respeito à diversidade de gênero. O número oficial de participantes não foi divulgado. (mais…)

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O ideal de corpo sexuado e a normatização da vida: binarismo de gênero X despatologização das identidades trans e travestis. Entrevista especial com Tatiana Lionço

“A Medicina moderna ocultou sistematicamente a evidência material de corpos intersexo, que passaram a ser invisibilizados por meio do binômio patologização/normalização. A Medicina encara estes corpos não como sinais do limite de suas verdades, mas como erros essenciais”, ressalta a psicóloga

Por Leslie Chaves – IHU On-Line

Quais são os limites éticos e da dita precisão científica? Esse é um questionamento importante de se refletir quando se tem em perspectiva áreas que alicerçam suas premissas em resultados de análises laboratoriais, que acabam conferindo o status de “verdade absoluta” a tais concepções. (mais…)

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