No começo era uma cara de nojinho aqui, um balançar negativo de cabeça ali, um tremelique seguido de um sinal da cruz e um deus-que-me-livre-e-guarde. Tudo muito discreto como recomenda a hipocrisia brasileira.
Mas como determinados grupos cismavam em achar que podiam ter os mesmos direitos dos “homens e mulheres de bem” desta gloriosa nação, os preconceitos – que sempre existiram – escancararam-se para fora do armário. Afinal de contas, era preciso defender os valores da “tradicional família brasileira” – não a indígena, que segue sendo devidamente dizimada em um genocídio a conta-gotas, mas aquela, branca, cristã, rica e feliz, que aparece em comerciais de margarina. (mais…)