Moïse: arqueologia de um linchamento

Há algo de banal no crime que completa um mês. Ele expressa, além da milícia, uma brutalidade típica do Brasil: a que descarregamos uns contra os outros, por incapazes de fazer, da nossa raiva, impulso para mudar uma sociedade hedionda

Por Gustavo Assano, em Outras Palavras

So quietly stole upon their prey
And dragged him out to death, so without flaw
Their black design, that they to whom the law
Gave him in keeping, in the broad bright day,
Were not aware when he was snatched away,
And when the people, with a shrinking awe,
The horror of that mangled body saw,
“By unknown hands!” was all that they could say.
Leslie Pinckney Hill (1921)

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Família de Moïse desiste de concessão de quiosque na Barra onde congolês foi morto, diz procurador da OAB

‘Eles desistiram de assumir, não querem mais, por medo’, explicou Rodrigo Mondego, procurador da comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ.

Por Henrique Coelho, g1 Rio

A família do congolês Moïse Kabagambe, morto após ser agredido na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, não quer assumir os quiosques Biruta e Tropicália e vai desistir da concessão, confirmou o procurador da comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, Rodrigo Mondego.

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O caso Moïse e o racismo diário com apoio presidencial

Analistas veem assassinato brutal do jovem congolês como consequência da banalização da violência contra minorias, alimentada pelo discurso do próprio governo Bolsonaro.

Por Thomas Milz, Deutsche Welle

A brutalidade do assassinato do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, de 24 anos, espancado com pauladas até a morte num quiosque da praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, gerou uma onda de indignação no Brasil. Milhares expressaram seu horror nas redes sociais usando hashtags como #JustiçaparaMoise” e #JusticaPorMoiseMugenyi”.

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Justiça por Moïse: milhares de manifestantes protestam contra assassinato de refugiado congolês

Atos ocorrem em nove estados. Participantes denunciaram precarização do trabalho, racismo e xenofobia contra imigrantes

Redação Brasil de Fato

Com cartazes dizendo “vidas negras importam”, “justiça por Moïse” e “imigrantes importam”, milhares de manifestantes ocuparam as ruas de diversas cidades brasileiras neste sábado (05), para cobrar justiça pelo assassinato do congolês Moïse Kabagambe, morto no último dia 24, no Rio de Janeiro. O ato foi organizado por comunidades de imigrantes, coletivos e movimentos populares, em especial o movimento negro. 

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Precarizados igual a Moïse, assassinos agiram como capitães do mato, diz professor da USP

Dennis de Oliveira aponta também que Bolsonaro empoderou os racistas no país: “Brasil não é lugar seguro para imigrantes africanos”

Por Gil Luiz Mendes, na Ponte

Um africano que foi obrigado a deixar sua terra natal e que foi açoitado até a morte por se recusar a trabalhar de graça. Isso aconteceu diversas vezes na história do Brasil desde que o país era apenas uma colônia extrativista do reino de Portugal. Os resquícios dessa cultura escravagista se apresentaram de forma cruel quando as imagens do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe sendo linchado por homens na praia da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, no dia 24 de janeiro, ganharam o noticiário.

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Um genocídio com cor, endereço e escala global. Por Jessica Santos

Na newsletter da Ponte

Não tive coragem de ver as imagens do assassinato do imigrante congolês Moïse Mugenyi Kabagambe. Para além do meu trabalho e das minhas revoltas pessoais, busco evitar ler notícias sobre os corpos pretos – como o meu – os quais a sociedade e o Estado vem tombando com cada vez mais frequência e crueldade. Afinal, no Brasil da dita cordialidade, toda semana, às vezes, todo santo dia, sou atravessada por jovens pretos presos reconhecidos de forma irregular, por um vizinho preto que, confundido com um ladrão, é morto, por uma travesti preta agredida por algum homem, por uma mãe que furta para dar alimento aos filhos, por um pai preso injustamente que não viu o filho nascer, por um irmão que tem um trabalho precarizado onde precisa competir com outros para poder contribuir com a renda em casa, por operações policiais que terminam com crianças, grávidas e moradores de comunidade mortos. Isto é uma constante cruel e que uma parte dos brasileiros despreza e minimiza e a outra fica inerte em muito discurso e pouca ação.

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Prêmio Nobel da Paz, Fearnside vira alvo de ataque xenófobo

Por Gabriel Ferreira, em Amazônia Real

Manaus (AM) – As audiências públicas sobre o processo de licenciamento das obras de pavimentação do Trecho do Meio da BR-319 (Manaus-Porto Velho) começaram nesta semana, contrariando recomendação do Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas e de movimentos sociais, ambientais e indígenas contrários à obra. Nesta sexta-feira (1º de outubro), estão previstas as últimas audiências, em Humaitá (presencial) e Canutama (virtual), no interior do Amazonas. Elas fecham o ciclo de encontros, iniciados na segunda-feira em Manaus e que prosseguiram na terça nos municípios de Careiro Castanho (presencial) e Beruri (virtual); e no dia 29 de setembro em Manicoré (presencial) e Tapauá (virtual). O ambiente foi marcado pela pressa em aprovar os relatórios e por atos de hostilidade dos defensores da obra, desde os agentes públicos a grupos de pessoas ligadas ao presidente Jair Bolsonaro.

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