Rio Grande do Sul fecha parceria com Forças Armadas para projeto nas escolas

No Justificando

A Secretaria Estadual da Educação (Seduc) do Rio Grande do Sul, governado por José Ivo Sartori (PMDB), fechou uma parceria com o Comando Militar do Sul para a elaboração do projeto “O Exército nas Escolas”, que irá levar atividades das Forças Armadas para estudantes do ensino médio ainda neste ano.

O projeto, que mais parece uma remontagem dos tempos da Ditadura Militar no Brasil, foi debatido numa reunião realizada no dia 12 de julho entre o Departamento Pedagógico e o Comando Militar, quando trataram do Termo de Cooperação da iniciativa que prevê a realização de palestras, prática de esportes, visitação às bases militares e “aulas de civismo” e formação de cidadania dentro das escolas.

Segundo o assessor pedagógico do Ensino Médio da Seduc, Vitor Powaczruk, “O Exército nas Escolas” começa de forma experimental a partir do segundo semestre de 2017, em pelo menos cinco escolas da 1° Coordenadoria Regional de Educação CRE, de Porto Alegre. O analista do Núcleo de Estudos Estratégicos do Comando Militar do Sul, coronel Ary de Albuquerque Gusmão Filho, afirmou que a “meta é proporcionar aos alunos um pouco dos valores de paz e civismo, dentro de um aprendizado de direitos e deveres de cidadania”. 

A medida irritou usuários nas redes sociais que destacam que o Rio Grande do Sul é um dos estados que mais tem incentivado o Projeto “Escola sem Partido”, o qual parte de uma falsa percepção da realidade – uma suposta doutrinação de alunos e alunas da rede infantil – para impor uma série de violações à liberdade de pensamento do professor, o qual terá ensinar por uma teórica “neutralidade”. De outro lado, esse mesmo estado incentiva que as Forças Armadas, entrem nas escolas.

Ao Justificando, um especialista em educação que preferiu não divulgar seu nome, afirmou que na prática é possível que não haja grandes problemas, uma vez que atividades extracurriculares têm seu lado positivo, principalmente no cenário precário da educação pública brasileira. “Será problemático, porém, se este acordo entre governo e exército estiver atrelado como parte do programa ‘Escola sem partido’”, pontuou.

Com informações da Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul.

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