Indígena Pitaguary está em estado grave após ser queimado com gasolina e espancado

Do Observatório Socioambiental

Na madrugada deste domingo, 27 de agosto de 2017, o indígena Mauricio Alves Feitosa, conhecido como Mazim, 45 anos, foi atacado enquanto dormia. Os suspeitos são dois homens, que ainda não foram identificados. O caso ocorreu na aldeia Santo Antônio, Terra Indígena Pitaguary, em Maracanaú-CE.

O indígena sofreu queimaduras de terceiro grau e está internado, em estado grave, no setor de queimados de um hospital de Fortaleza. Esse é mais um caso brutal ocorrido no interior do território Pitaguary e as motivações ainda não foram esclarecidas.

Mazin trabalha no turno da noite, em uma vacaria, e foi nesse local onde sofreu o ataque, conforme relatos da comunidade; atearam fogo em seu corpo utilizando gasolina e, ainda, teria sido espancado pelos criminosos.

Maurício é irmão de uma importante liderança indígena estadual e nacional, a Ceiça Pitaguary, que, em março de 2016, também sofreu um grave ataque. Nesta ação covarde foram desferidos contra ela vários golpes de facão, o que lhe causou muitas lesões nos braços e na cabeça e que por muito pouco não teria sido fatal. Relembre: Nota de Solidariedade à liderança Ceiça Pitaguary

As lideranças indígenas informam que a Polícia Militar já teria estado no local, orientaram que fosse feita a abertura de um Boletim de Ocorrência, mas que até o momento não conseguiram face a grande demanda na delegacia. Quanto ao órgão indigenista local, a FUNAI-CE já está em contato com a polícia Federal, segundo afirmam as lideranças.

Considerado um “crime doloso (com intenção de matar), crime hediondo com qualificadores” por ter sido, provavelmente, um crime por motivo fútil, “com crueldade extrema (uso de fogo) e sem chance de defesa para a vítima”, espera-se que as autoridades tomem as devidas providências para elucidação deste caso de extrema crueldade e, mais, que procurem atuar no território Pitaguary, onde há anos a comunidade clama por Paz.

Em destaque, os registros do local onde ocorreu o ataque a Mazin Pitaguary (foto abaixo).

Mauricio Alves Feitosa, Mazim Pitagurary

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Janete Melo.

 

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