Seca em Manaus faz reaparecer gravuras rupestres milenares

Assim como em 2010, as “caretas’ estão reaparecendo à medida que o rio Negro desce. Sítio arqueológico está ameaçado por depredação de visitantes

Por Elaíze Farias, na Amazônia Real

Manaus (AM) – As gravuras em forma de rostos humanos submersas nas paredes rochosas do sítio arqueológico e geológico das Lajes, à margem do rio Negro, em Manaus, voltaram a aparecer. Localizadas na região do Encontro das Águas, a última vez em que elas ficaram visíveis foi na seca de 2010. Nesta quinta-feira (12), a Amazônia Real visitou o pedral do sítio das Lajes, no bairro Colônia Antônio Aleixo, na zona leste, e visualizou algumas das “carinhas”. Uma delas, uma feição quadrada, estava a 80 centímetros e um metro do nível do rio. A seca de 2023 no Amazonas já é considerada a maior em mais de 100 anos, com o agravante das altas temperaturas, degradação ambiental e fumada. (mais…)

Ler Mais

Caos na cidade e guerra no campo. Por Liszt Vieira

Uma guerra desencadeada pelo capital que usa o pretexto da produção econômica para impor a barbárie

Em A Terra é Redonda

Enquanto a classe operária urbana – aquela que ia liderar a revolução proletária – não parece ameaçar o capital, os ativistas ambientais – aqueles ambientalistas chamados de reacionários pelos esquerdistas ortodoxos – estão enfrentando o capital e até mesmo assassinados na fronteira agrícola. Além do caos no transporte, habitação, desemprego e logística urbana em geral, a lógica dos jagunços se deslocou do campo para a cidade, onde cresce assustadoramente o poder dos milicianos. E o principal foco do conflito capital x trabalho parece ter se deslocado da cidade para o campo, onde aumenta a opressão e o número de assassinatos de lideranças rurais. (mais…)

Ler Mais

Formas literárias na Bíblia? Por frei Gilvander Moreira

Estamos no mês da Bíblia: setembro. Tempo propício, kairós, para nos dedicarmos à leitura bíblica prioritariamente de forma comunitária com interpretação sensata e libertadora. Como todos os textos sagrados, a Bíblia é sagrada, mas escrita por pessoas humanas inspiradas. Portanto, a Bíblia também é literatura. Disso decorre que quanto mais compreendemos os meandros das formas literárias das expressões humanas mais aptos/as estaremos para compreender com sensatez os textos bíblicos ou outro texto sagrado. Há grande variedade de formas de comunicação humana, desde a linguagem dos sinais, símbolos, que são traduzidos nas diversas formas literárias presentes também na Bíblia. O importante mesmo é a Palavra de Deus, no presente, que está envolvida nas formas literárias. Decifrá-las é imprescindível para um bom entendimento da Palavra de Deus que está na Bíblia e está nos acontecimentos da atualidade e na natureza. (mais…)

Ler Mais

Conceição Evaristo abre Casa Escrevivência, espaço cultural no Rio

“Livro na estante não significa nada”, defende escritora

Por Vinícius Lisboa, na Agência Brasil

A cidade do Rio de Janeiro ganhou, nesta quinta-feira (20), um novo espaço cultural, resultado de projeto da escritora Conceição Evaristo. Ao longo dos últimos anos, a escritora vinha se preparando para um dia ter um lugar onde pudesse dispor do seu acervo bibliográfico e artístico. Assim surgiu a Casa Escrevivência, no Beco João Inácio, 4, Largo da Prainha, no bairro da Saúde, região portuária da capital. Uma sessão de autógrafos da escritora marca a inauguração nesta noite. (mais…)

Ler Mais

Indiana Jones: o arqueólogo mais racista do mundo volta a atacar

Novo – e com sorte último – filme da série insiste no discurso colonialista que valoriza um herói ocidental branco desrespeitoso com as populações locais e deliberadamente ignorante da arqueologia: é Hollywood usando o poder do “entretenimento” para ridicularizar e distorcer culturas e modos de vida daqueles que se mantiveram na natureza, como os povos da Amazônia

por JAQUELINE SORDI, em Sumaúma

“Você o roubou”, diz Indiana Jones. “Depois, você o roubou”, responde o nazista Jürgen Voller. “Depois, eu roubei. É assim no capitalismo”, encerra a conversa, com um sorriso no canto da boca, a personagem Helena Shaw, afilhada do carismático arqueólogo. Essa última frase, pinçada a dedo pelo seu poder de venda, está no trailer do mais recente filme da saga hollywoodiana – Indiana Jones e a Relíquia do Destino. Convicta e bem-humorada, Helena está justificando a posse de um artefato histórico, criado por Arquimedes, que teria o potencial de mudar o curso da humanidade. A única forma de salvar o planeta de uma catástrofe, indica o filme, é deixá-lo em um local seguro – ou seja, nas mãos do charmoso, heroico, aventureiro e estadunidense professor de arqueologia. Calma! Este texto não contém spoilers. De fato, não é preciso avançar muito no enredo para perceber que o recém-lançado longa-metragem repete a surrada fórmula que há mais de 40 anos consagrou Indiana Jones como símbolo da cultura dos Estados Unidos: o uso da narrativa colonialista e racista que reforça estereótipos ao considerar exótico, perigoso e ameaçador tudo aquilo que não faz parte de seus valores e modo de vida – ou que os contesta. (mais…)

Ler Mais

Um convite à Cultura Viva como filosofia

Em tese de doutorado, cuja defesa será aberta ao público, o criador dos Pontos de Cultura aponta: políticas públicas precisam libertar a produção cultural das mãos do mercado. Sua força: gerar novas visões de mundo e caminhos ao bem viver

por Célio Turino, em Outras Palavras

“Ego sum pauper. Nihil habeo. Cor dabo.”
(Eu sou pobre. Nada tenho. Dou meu coração)

Foram 4 anos de dedicação intensa, passados em meio à difusão da Economia de Francisco e Clara no Brasil, pandemia de covid, conceituação e articulação pela lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, lançamento de um livro sobre a América Latina (Por todos os caminhos, ed. SESC, 2020), falecimento de minha mãe, início de novos projetos no Instituto Casa Comum, com cursos, podcasts e, desde 2022, a retomada de viagens pela América Latina, semeando as ideias do Bem Viver, dos Pontos de Cultura e da Cultura Viva. No meio disso a escrita de tese de doutorado, que defenderei no próximo dia 14 de junho, na USP, sob orientação do professor Sérgio Bairon, às 14 horas. Haverá transmissão pela Internet, via o canal do Instituto Casa Comum e o podcast CulturaPode, no youtube. Deixo aqui o link da live a quem se interessar e puder acompanhar a defesa, podendo ativar o lembrete. (mais…)

Ler Mais