Após lutas de abril, Sem Terra celebram diversas conquistas no extremo sul baiano

Foram conquistados três tratores agrícolas, a pavimentação de ruas nos assentamentos e foi inaugurado um Unidade de Saúde da Família.

Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

Nos dias 03 e 04, centenas de trabalhadores Sem Terra, organizados nas brigadas Aloísio Alexandre, Ernesto Che Guevara e Olga Benário, no extremo sul da Bahia, comemoraram os resultados das lutas realizadas no mês de abril.

Foram conquistados três tratores agrícolas, a pavimentação de ruas nos assentamentos e foi inaugurado um Unidade de Saúde da Família (PSF). De acordo com os trabalhadores, as conquistas são frutos da organização da luta coletiva em defesa de melhores condições de vida para o campo, a partir do desenvolvimento sócio-cultural, ambiental e econômico.

Mariza Silva, da direção estadual do MST, afirmou que as conquistas chegaram em um momento muito importante para os assentamentos de Reforma Agrária, especialmente numa conjuntura política nacional desfavorável à classe trabalhadora.

Ela acredita ainda, que a construção de governos municipais que se propõe a discutir e contribuir com a Reforma Agrária é de extrema importância para avançar no diálogo político e social sobre a construção da democratização da terra em nosso país.

Para o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), as conquistas ganham mística e uma simbologia especial diante de uma sociedade capitalista que nega os mínimos direitos à classe trabalhadora. “Elas [as conquistas] são resultados do esforço coletivo e articulado de centenas de trabalhadores. Se não fosse a vontade coletiva e a força da nossa luta não haveriam conquistas”, declarou o deputado.

Posto de saúde e pavimentação

O posto de saúde conquistado vai atender mais de 400 famílias no Assentamento Lagoa Bonita, localizado no município de Mucuri, garantindo melhorias na qualidade de vida dos trabalhadores do assentamento e comunidades vizinhas, após 10 anos de dificuldades com o acesso ao atendimento médico na localidade.

“Muitas vezes passamos por humilhações para recebermos atendimento na cidade, mas graças a unidade dos trabalhadores já não precisaremos passar mais dificuldades”, disse Lorivan Galvão, filho de assentado.

Já Maria da Costa, assentada, ressaltou a importância do PSF na comunidade, destacando que muitas pessoas idosas e crianças precisam ser atendidas. “Essa situação exige um posto de saúde no assentamento”.

“Antes tínhamos que nos deslocar 20 km até chegar ao distrito de Itabatã para sermos consultados e ainda éramos mal recebidos”, contou.

Com mística e alegria, os Sem Terra celebraram também, a pavimentação de várias ruas do assentamento como uma das primeiras obras na Bahia em área da Reforma Agrária.

Mecanização é um direito

Buscando fortalecer e dinamizar as tecnologias na construção da agroecologia, os trabalhadores e trabalhadoras do Assentamento Edmundo Gusmão, em Jucuruçu, do Assentamento Lagoa Bonita, Mucurí, e do Pré Assentamento União, Guaratinga, festejaram o recebimento de tratores.

As celebrações com a entrega dos tratores foi acompanhado por centenas de assentados que apontaram a necessidade de ampliar a relação com a sociedade e de demonstrar que a agroecologia é uma ferramenta capaz de garantir a soberania alimentar.

Diversas lideranças políticas da região e do conjunto da sociedade, que vem fortalecendo a relação entre o campo e a cidade, estiveram presentes nos atos de entrega.

Pensando nisso, Evanildo Costa, da direção nacional do MST, enfatizou que a Reforma Agrária Popular será o resultado da união da classe trabalhadora do campo e da cidade e essa unidade deve ser construída dia a dia através do fortalecimento do diálogo e da solidariedade na luta.

*Editado por Rafael Soriano.

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