Por CIR
Ano passado, a Assembleia foi realizada no Centro Regional do Lago Caracaranã, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol e dessa vez, ocorre na Terra Indígena Canauanim, região da Serra da Lua.
Com o tema “As perspectivas do movimento indígena frente às políticas públicas: reavaliando, fortalecendo e propondo novas alternativas para a educação escolar indígena no Estado de Roraima, a Organização dos Professores Indígenas de Roraima (OPIRR) realiza nesses dias, 7 a 9, a 23ª Assembleia Estadual dos Professores Indígenas. A Assembleia acontece na comunidade indígena Canauanim, região da Serra da Lua, município de Cantá.
De acordo com a programação, agora pela manhã, a Assembleia iniciou com a defumação do Maruai e homenagem à professora Natalina da Silva Messias (in memória), em seguida, o histórico da Educação Escolar Indígena no estado de Roraima, com a presença dos professores indígenas, pioneiro na conquista pela Educação indígena no Estado, Enilton André, Sobral Macuxi, Fausto Mandulão e as lideranças, Nelino Galé e Terêncio Macuxi.
No primeiro dia, 7, haverá duas mesas de debate. Pela manhã, a mesa abordará o tema “ As organizações indígenas como instrumento de controle social: avaliando a situação da educação escolar indígena no estado de Roraima”, com a participação das organizações indígenas, Organização dos Professores Indígenas de Roraima(OPIRR), Conselho Indígena de Roraima(CIR), Associação do Povo Indígena Yekuana do Brasil(APYB), Associação do Povo Indígena Wai-Wai (APIW), Hutukara Associação Yanomami(HAY), Organização dos Indígenas na Cidade(ODIC), Associação dos Povos Indígenas da Terra Indígena São Marcos(APITSM) e Associação Cultural dos Povos Indígenas do Estado de Roraima(KAPOI).
À tarde, terá a mesa com o tema “Avaliando a atuação e os espaços políticos conquistados pela OPIRR.” O final do dia encerra com o debate e momento cultural.
Amanhã (8), os professores indígenas iniciam o dia com o assunto sobre “ Os limites e as possibilidades de um sistema próprio de Educação Escolar Indígena”. Para essa mesa, haverá a presença dos representantes da Secretaria de Educação, Fundação Nacional do Índio (Funai), Conselho Nacional de Política Indigenista(CNPI), Comissão Nacional de Educação (CNE). Pela tarde, às 14h, o debate continuará com o tema “ Aspectos do Sistema próprio de Educação Indígena: o currículo específico e diferencia.
O último dia, 9, haverá o trabalho de grupo, em seguida a apresentação, aprovação das propostas e do documento final da Assembleia.
Com a presença de mais de mil professores indígenas de diversas regiões, Serra da Lua, Amajari, Tabaio, Murupu, Serras, Baixo Cotingo, Raposa, Surumu, Inagarió, Wai-Wai, Yanomami, a Assembleia tem como foco a discussão sobre os limites e possibilidades da criação de um sistema próprio de Educação Escolar Indígena, considerando os diversos problemas enfrentados pelas comunidades indígena decorrentes da omissão do atual sistema vigente, que não atende a realidade das escolas indígenas.
A Assembleia também busca apontar novos caminhos que possibilitem a efetivação da Educação Escolar Indígena Específica e Diferenciada, conquista garantida nos instrumentos normativos da legislação brasileira.
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Foto: Mayra Wapichana