O Conselho Federal de Administração (CFA) divulgou nota, neste domingo (14), para repudiar o episódio envolvendo um de seus membros no Acre, Marcos Clay. Em um postagem na sua página pessoal, Clay usou uma foto da goleira da seleção brasileira feminina de futebol, Bárbara Barbosa, e comentou: “Eu odeio preto, mas essa goleira do Brasil tinha chance”. (veja AQUI)
Ao G1, Clay, que é conselheiro federal, se defendeu e disse que tudo “não passou de uma brincadeira”.
Em nota, o conselho diz que as declarações, “de acordo com a lei e o senso comum, ofendem não apenas a goleira da Seleção Brasileira de futebol feminino, Bárbara, mas a todas as mulheres e negros”.
Destaca ainda que o posicionamento de Clay não reflete a postura do CFA. Ainda no fim da nota, o conselho federal garante que deve adotar providências internas jurídicas e administrativas. “Tolerância zero com tal atitude é o clamor da sociedade e a posição do CFA”, resalta.
O Conselho Federal de Administração (CFA) é uma entidade máxima com relação a profissão de Administrador no Brasil. Junto com os Conselhos Regionais de ADM (CRAs), regulamenta a atuação e incentiva o aperfeiçoamento profissionais de administração, em defesa da sociedade Brasileira.
Entenda o caso
Logo após o jogo da seleção feminina contra a Austrália, na sexta-feira (12), o membro do CFA publicou em sua página no Facebook uma postagem racista usando o nome da goleira. “Eu odeio preto, mas essa goleira tinha chance”. O comentário gerou reação imediata dos internautas, que repudiaram a afirmação de Marcos Clay.
Procurado pelo G1, no sábado (13), o conselheiro se defendeu e disse que tudo não passou de uma “brincadeira de mau gosto”. Uma brincadeira que infelizmente algumas pessoas se ofenderam, mas não era minha intenção. Tanto é que minha esposa é negra, todo mundo sabe disso. Quem me conhece sabe que eu não sou racista, tenho vários amigos que são negros, não tenho problema com isso”, disse.
Veja a nota na íntegra:
O Conselho Federal de Administração (CFA) vem manifestar seu veemente repúdio pelo lamentável episódio protagonizado por um de seus conselheiros federais na última sexta-feira.
De forma inaceitável e até agora inexplicável, o conselheiro federal pelo Acre, Adm. Marcos Clay, emitiu em seu perfil pessoal no facebook declarações que, de acordo com a lei e o senso comum, ofendem não apenas a goleira da seleção brasileira de futebol feminino, Bárbara, mas a todas as mulheres e negros. Tal declaração não reflete o pensamento e ações da Autarquia.
O direito constitucional de Marcos Clay à livre expressão não pode ofuscar ou suprimir outros direitos coletivos e individuais, também constitucionais. Tolerância zero com tal atitude é o clamor da sociedade e a posição do CFA.
Além de nos posicionarmos contra o ódio, a discriminação e a desvalorização da mulher e do negro, em face de uma conduta pessoal e isolada de um de nossos membros, adotaremos imediatas providências internas jurídicas e administrativas para apurar as reais circunstâncias do abominável episódio.