“É por amor a essa pátria, Brasil, que a gente segue em fileira”
Elaine Tavares – Palavras Insurgentes
Não me importo com as pedras. E nesse dia 7 de setembro faço questão de declarar meu matriotismo, meu patriotismo. Sim. Amo essa terra, que é Pacha – mãe e pai. Porque somos seres telúricos, crias dos lugares. Quis o universo que eu nascesse na banda oriental, espaço da pampa, do descampado. Lugar de disputas sangrentas pela liberdade. Filha de Sepé, de Artigas, de Guyunusa. Tenho a alma marcada pela taipa de arroz, pelo rio Uruguai, pelos horizontes sem fim e carrego a fibra dos Charrua.
Hoje se celebra a independência desse imenso país, coalhado de distintas gentes. Ela – a independência – ainda não veio. Por isso mesmo devemos celebrá-la, ano a ano, dia a dia. Não na figura do entreguista Pedro I, que já começou sua história com acordos espúrios. Mas na figura das gentes que aqui nasceram e aqui constroem – desde sempre – o caminho da liberdade.
Somos filhos do lugar, temos a geografia gravada no corpo. Somos planície, serra, litoral, mata atlântica, cerrado, caatinga, selva. Somos semente de belezas, afortunadamente brasileiros, tropicais e invernados, ao mesmo tempo.
Nesses dias sombrios, somos nós – matriotas e patriotas, os pachamamistas – que nos levantamos em rebelião. Contra a ditadura, contra o medo, contra a opressão. Pela liberdade, pela soberania, ainda distantes. Mas para elas caminhamos, e por elas celebramos.
Viva nossa independência. Que já existe em nós, mais ainda precisa se fazer corpo na coletividade nacional. Até que chegue o dia em que possamos compreender que somos um pequeno e gênero humano e que podemos viver em paz.
Vamos caminhando. Fora Temer! Viva Pindorama, essa terra de tantas caras.