Entidades que defendem os direitos raciais e indígenas não gostaram
Por Tero Queiroz, no MS Notícias
Pessoas com deficiência (PcD) vão passar a “dividir” com negros, pardos e indígenas o sistema de cotas que dá acesso aos ensinos médio e superior em instituições federais. A nova lei, sancionada pelo presidente Michel Temer, foi publicada na edição desta quinta-feira (29), do Diário Oficial da União.
A norma não prevê aumento do número de vagas reservadas nem “divisão” entre cotas raciais e para PcD. Todos, porém, deverão ter cursado o ensino médio inteiro em escola pública. O texto modifica três artigos da chamada Lei de Cotas, em vigor desde 2012, segundo a qual as instituições federais de ensino devem oferecer, no mínimo, 50% de suas vagas para estudantes de escolas públicas — metade delas obedecendo o critério racial e a outra metade, o de renda (família com renda igual ou inferior a 1,5 salário-mínimo per capita).
A lei já firmava que as instituições federais de ensino optassem por reservar vagas para pessoas com deficiência, mas eram vagas à parte e não eram obrigatórias, como são para pessoas negras, pardas, indígenas e de baixa renda. A partir de agora, todos estão dentro do mesmo sistema.
O texto não altera a necessidade de as vagas serem preenchidas, o que faz é acrescentar um, “concorrente” a mais. Essa proporção será calculada com base no censo mais recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Brasil, há 821 mil índios, 14 milhões de negros, 82 milhões de pardos e 45 milhões de PcD’s.
Segundo o Ministério da Educação (MEC), as universidades e institutos federais localizados em Estados com grande concentração de indígenas, por exemplo, têm autonomia para adotar outros critérios de seleção para este público.
Antes de virar lei, o projeto que inclui as PcD no ‘grupo’ das cotas raciais tramitou por mais de um ano no Congresso Nacional. De autoria do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), atualmente fora de exercício, a proposta foi aprovada no Senado Federal em setembro de 2015 e votada na Câmara em dezembro deste ano. Em sua justificativa, o tucano afirmou que o projeto “estende a proteção da lógica das cotas” às pessoas com deficiência, que “podem contribuir muito para o desenvolvimento social, se receberem as oportunidades que lhes são devidas”.
ONGs e entidades que defendem a causa negra e apoiam a luta indígena não gostaram nem um pouco da medida assumida por Temer e criticaram, classificando como sendo “injusta” a medida, já que segundo a lei não esta previsto o aumento de número de vagas .
o gOVERNO DEVERIA AUMENTAR AS QUOTAS E NÃO DIMINUI-LAS.ESTA É UMA FORNMA DE TRAVAR A ENTRADA DE NEGROS E INDIGENAS.nADA CONTRA AS PESSOAS COM DEFICIENCIA.