CIR e lideranças indígenas de Roraima realizam intercâmbio para conhecer iniciativa do fundo babaçu no Maranhão

Por Ascom/CIR

Lideranças indígenas e membros do Conselho Indígena de Roraima (CIR) seguiram na madrugada desta quinta-feira, 26, para Imperatriz, Maranhão, onde deve conhecer nos próximos dias a experiência do Fundo Babaçu, iniciativa das mulheres do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB). O intercâmbio ocorrerá até o dia 1 de fevereiro.

O objetivo do intercambio é conhecer o Fundo Babaçu, iniciativa que deu certo e hoje é uma das maiores fontes de geração de renda e melhoria da qualidade de vida das comunidades tradicionais das quebradeiras de coco.

Fazem parte da comitiva do intercâmbio, Zedoeli Alexandre (Serras), Francinete Garcia (Surumu), ambos da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, Altecir Duarte Lima (Murupu) da Terra Indígena Truaru da Cabeceira, Enock Barroso Tenente (Amajari), Terra Indígena Aracá, a coordenadora do departamento Jurídico, Joenia Wapichana e o coordenador geral do CIR, Mario Nicacio.

Para os próximos dias de intercâmbio, a comitiva deve conhecer algumas cidades como Bom Jesus, São Caetano, Viena, onde existe a experiência de trabalho com o babaçu. Além disso, haverá visita às comunidades indígenas e um encontro com a coordenação das mulheres quebradeiras de coco babaçu.

Após a demarcação e homologação das terras indígenas em Roraima, sendo a mais recente, a Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em 2005, o tema desenvolvimento sustentável tem sido mais presente nos debates. Por isso, a preocupação e a necessidade de buscar meios de informação e experiências que possam subsidiar nas discussões locais.

Para o coordenador geral do CIR, Mario Nicacio, o intercambio tem a missão de conhecer a experiência do fundo babaçu das mulheres quebradeiras de coco que já tem uma parceria com o Fundo Amazônia e depois trabalhar a experiência com os potenciais produtivos que existem em Roraima.

“A ideia é conhecer essa experiência e trabalhar a sustentabilidade com as produções que já existem em Roraima, tipo, castanha do Brasil, melancia, bovino e outros, mas é preciso conhecer algumas experiências para que possamos começar certas as nossas iniciativas”, esclareceu Mario Nicacio.

Entre as iniciativas, o coordenador citou a criação de cooperativas, agroindústrias sustentáveis e empresa indígena e outros tipos de mecanismos de geração de renda, alimento e até mesmo a comercialização dos produtos para outros estados e países, Guiana e Venezuela, já que Roraima é um estado fronteiriço.

Para fortalecer as discussões sobre sustentabilidade, após a chegada da comitiva, conforme planejado na II Reunião Ampliada do CIR, realizada no final do ano, haverá nos dias 10 e 11 de fevereiro, em Boa Vista, a reunião sobre “Associação com fins lucrativos”, com a presença de lideranças indígenas regionais.

O intercâmbio faz parte das atividades do projeto “Construir, exercer e fortalecer os direitos dos povos indígenas”, apoiado pela Fundação Ford e executado pelo Conselho Indígena de Roraima por meio do departamento Jurídico.

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