Em resistência a ação, as famílias fizeram barricadas com galhos de arvores para impedir a passagem das máquinas, o que conteve a destruição total das irrigações
Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Na manhã dessa terça-feira (21), a Polícia Militar e Federal, acompanhadas por seguranças encapuzados, até então não identificados, invadiram o Acampamento Irani de Souza, localizado as margens do Projeto de Perímetro Irrigado Nilo Coelho, em Casa Nova, no norte baiano, e destruíram parte da irrigação das mais de 500 famílias que residem no acampamento.
A área pertence a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), que sem ordem judicial e de forma truculenta, colocou uma retroescavadeira nas áreas, as margens do canal do perímetro, que derrubou as estruturas construídas pelos trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra, consideradas como essenciais para o processo de plantio e colheita das produções.
Em resistência a ação, as famílias fizeram barricadas com galhos de arvores para impedir a passagem das máquinas, o que conteve a destruição total das irrigações.
No acampamento é produzido uma diversidade de alimentos saudáveis em mais de 600 hectares da Codevasf e há cinco anos está sendo cobrado dos órgãos públicos a desapropriação da área para fins de Reforma Agrária. Diante do ocorrido, o MST denunciou a morosidade do Estado em atender as pautas populares e principalmente, por permitir que uma empresa pública haja “desumanamente” com os trabalhadores.
De acordo com as famílias acampadas, a ação também é uma articulação dos latifundiários, que possuem terra nos arredores, para enfraquecer a produção e, consequentemente, garantir a desistência dos acampados. Por outro lado, o MST destaca que a luta não pode parar e o processo de resistência será continuo.