“Com educação e cultura é possível mudar essa realidade”, explica dirigente do MST

Fala aconteceu durante o 19º Encontro Estadual dos Educadores e Educadoras do MST na Bahia

Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

Neste último sábado (28), durante o 19º Encontro Estadual dos Educadores e Educadoras do MST, foi abordada a questão das “Incidências do Agronegócio na Educação e Cultura”, com a proposta de mostrar como o capital tem agido de forma “sorrateira” ao se apropriar de políticas públicas e como tem “influenciado”, direta e indireta, a vida do povo brasileiro, especialmente dos camponeses.

A mesa foi aberta pela pedagoga Roseane Rios que falou sobre os aspectos da educação do campo e como essa perspectiva política tem sido apropriada pelo agronegócio, a partir do governo ilegítimo do Governo Temer.

“Os nossos direitos estão sendo cortados, mas infelizmente não é algo particular de agora. Em 1842 foi realizado a Confederação Nacional das Indústrias e a partir daí, no nível educacional, as coisas ficaram piores, alguns anos depois surge a escola de formação ferroviária em 1920 que visava formar empregados”, contextualiza.

Rios explica que atualmente, as coisas estão só piorando porque o agronegócio percebeu que poderia ter suas escolas onde pudessem transmitir sua ideologia sem problemas maiores, tendo em vista, “que o dinheiro com que as escolas são construídas é dinheiro público, onde eles usam dessa verba para maquinar seus planos”.

“Essas escolas estão dentro das comunidades, dentro do espaço das empresas onde supostamente oferecem um ensino de qualidade e forma trabalhadores que oferecem mão de obra barata”, explica.

Já Ana Chã, do coletivo de cultura do MST, trouxe os aspectos mais gerais da cultura e do capital, “onde o agronegócio tem investido para ludibriar os brasileiros e manter hegemonia política”.

“Os recursos naturais do Brasil estão sendo saqueados todos os dias e eles conseguem mascarar, mostrar e passar uma ideia de que todo mundo é agronegócio, tanto o pequeno agricultor ou o Sem Terra, porque o ‘agro é pop, o agro é tudo’”.

Para Chã, o agronegócio e o poder midiático têm investido na disputa das mentes dos brasileiros e estão usando da cultura vigente de cada localidade para mostrar que o modelo de produção do capital é melhor e mais rentável. “Eles têm disputado a ideologia através da cultura, sabendo que nós não fugimos da luta, agora é nossa vez de usar a cultura para mostrar que estão errados”, argumenta.

Foi nesse sentido, que o debate da educação e da cultura apresentaram como o capital está se apropriando dessas questões e por outro lado, falou da importância de construir uma reflexão sobre como mudar essa realidade através da educação do campo.

Foto: Gleiton Guima

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