Em assembleia, Associação das Comunidades Indígenas do Baixo Rio Negro comemora 30 anos e elege nova diretoria

A Assembleia Geral Eletiva da Associação das Comunidades Indígenas do Baixo Rio Negro (Acibrn), reuniu 200 participantes nos dias 14 e 15/1, em Tapuruquara Mirim, foz do Rio Marié.

Pela Foirn, no Terra e Cultura

A Associação das Comunidades Indígenas do Baixo Rio Negro (Acibrn), foi criada em 1988. Foi a primeira organização indígena criada na região do médio e baixo Rio Negro. Na época, a pressão e invasão dos garimpeiros nos rios Marié e Curicuriarí era intensa.

Diante dessa situação,   as lideranças indígenas dessa região  começaram a se organizar  e  criar uma associação representativa. Foi assim que conseguiram  combater e expulsar os invasores no final da década de 80 e início dos anos 90.

Através da associação junto com a Foirn,  as lideranças também começaram a  reivindicar a demarcação das Terras Indígenas do Médio Rio Negro, que foi conquistada anos mais tarde.

Em 2018, a Acibrn completa três décadas de existência. Para avaliar a trajetória, comemorar as conquistas, discutir estratégias para encarar os desafios e ameaças atuais e futuras, a associação realizou sua Assembleia Geral e Eletiva nos dias 14 e 15 de janeiro em Tapuruquara Mirim, que fica na foz do rio Marié.

A Foirn participou do encontro através do Diretor Presidente, Marivelton Rodriguês Barroso e representantes dos Departamentos de Juventude, Mulheres e Financeiro. Na assembleia foi feita a avaliação do Projeto de Pesca Esportiva no Rio Marié, projeto iniciado em 2014 pela Acibrn e Untamed Angling com apoio e parceria da Foirn, ISA, Funai, Ibama e outros parceiros.

Para professor Emílio Rezende, que leciona na comunidade Itapareira, que pertece à Acibrn, a associação tem buscando cumprir seus objetivos e trabalhar com transparência nos seus projetos. ‘‘ Os trabalhos da associação são visíveis e a diretoria demonstra compromisso  em trabalhar em prol das comunidades, articulando e mobilizando para fortalecê-las’’, avalia.

Outra atividade foi a elaboração do Protocolo de Consulta, um processo que ainda vai continuar esse ano. O documento vai orientar como os governos ou empresas devem consultar as comunidades sobre quaisquer assunto dentro da área de abrangência da associação.

Educação política também  foi um dos temas abordado. Segundo Marivelton, ‘‘é importante que as comunidades estejam cientes do momento político atual do país. E como as decisões políticas tomadas em Brasília afetam diretamente a vida das pessoas que vivem aqui. E precisam saber quem são os partidos políticos que mais apresentam projetos de leis que querem diminuir ou tirar os direitos dos povos indígenas’’, afirma presidente.

No final, veio a programação mais esperada do evento: a eleição da diretoria para próximos 4 anos. A votação foi democrática, e a apuração dos votos definiu a diretoria para a gestão 2018-2021, que ficou dessa forma:

Presidente: Roberto Pereira Lopes (REELEITO)

Vice – Presidente: Ernesto Rodriguês

1º Secretário: Edvaldo Bruno Martins

2º secretário: Juscelino Benjamim da Silva

1º Tesoureiro: Marivaldo Bruno do Nascimento

2º Tesoureiro: Rosenildo da Silva Lopes.

A Acibrn sempre esteve ao lado da Foirn na luta pela demarcação das Terras Indígenas do Médio Rio Negro, na valorização da cultura e geração de renda. Os primeiros frutos desse trabalho estão começando a chegar. Hoje, a principal bandeira de luta é a gestão territorial e ambiental do território das 15 comunidades que representa. E com sua história, a Acibrn mostra que é possível, e vai fazer.

Comunidades da Abrangência da ACIBRN (TIs Médio Rio Negro I e II): São Pedro, Cajuri, Arurá, Itapereira, Vila Nova, Livramento I e II, Bacabal, Irapajé, Ilha do Pinto, Castanheirinho, Mafi, Nova Vida, Boa Esperança e Tapuruquara Mirim.

Assembleia Eletiva da Associação das Comunidades Indígenas do Baixo Rio Negro aconteceu na sede da associação, comunidade Tapuruquara Mirim, foz do Rio Marié.

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